quando não são só as tristezas que não pagam dívidas, ii

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Ainda a propósito disto. O presidente da câmara municipal invocou o atraso da transferência de verbas do qren como causa da não liquidação do que é devido pelo município à empresa a que foi adjudicada a construção dos centros escolares em fontaínhas de seiça e freixianda. Dado a comparticipação do qren para cobrir o custo de ambas as empreitadas ser substancial, percebe-se e seria estúpido negar o óbvio, que aquele atraso dificulta bastante a hipótese de o município cumprir os compromissos que assumiu. Ainda assim impõe-se não deixar fora da equação a quota financeira a assegurar apenas pelo município. É que a retenção das verbas do qren não explica totalmente o caso. Atente-se. Sem considerar o valor referente ao iva (à taxa de 6%), o conjunto das duas empreitadas foi adjudicado por 2.836.652 euros. Atingindo 80% a taxa de comparticipação conseguida por via do qren, a parcela de responsabilidade estrita do município corresponde a 567.330 euros. Este valor ou alguma parte dele já foi entregue à empresa? Se não foi, a justificação aventada pelo presidente da câmara municipal é mais uma declaração de perna curta, com o objectivo de iludir e esquivar-se à responsabilidade. A propósito de responsabilidade, que o município não esteja em condições de cumprir o que contratou neste caso permite atestar tanto a bazófia quanto a irresponsabilidade de quem declarou assumir pessoalmente o risco de promover a construção dos centros escolares em causa sem ter o financiamento garantido. Já agora, para perceber este episódio no quadro da gestão municipal que tem vindo a ser promovida sob as insígnias do ps, convém não esquecer que do mesmo modo, na mesma data e à mesma empresa a que foi adjudicada a construção daqueles centros escolares também foi adjudicada a construção de um pavilhão desportivo no olival (vide acta da câmara municipal de 28.12.2010, pp. 5-6). Obra que, após intervenção do tribunal de contas e verificação de que ainda não havia sido aprovada a candidatura apresentada para a obtenção de comparticipação financeira através de fundos da união europeia, foi suspensa. Ora, estando tal empreitada suspensa e tendo sido adjudicada por 1.539.795 euros (mais iva à taxa de 6%), significa isto que a maioria socialista na câmara municipal tem a hipótese de reorientar a disponibilidade financeira que consignou para o efeito no sentido de pagar o que está em dívida por conta da construção dos centros escolares. Ou não? (A pergunta é retórica, porque a resposta está dada no orçamento fantasioso proposto e aprovado nos órgãos municipais pelo pessoal eleito pelo ps.) Enfim. O qren e a gestão desgraçada que tem sido feita dele ainda vai permitindo que exista quem explore isso para, no embrulho que a demagogia permite, tentar evitar que se perceba a irresponsabilidade que patenteia e as consequências de tal irresponsabilidade.

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