contra as políticas de mando e de taipal

| Sem Comentários
Na reunião da câmara municipal realizada a semana passada, dando-se ares de paxá e em reacção a uma intervenção dos vereadores do psd solicitando esclarecimentos e detalhes sobre determinada matéria, o vice-presidente daquele órgão saiu-se com esta: "há limites para a democracia e transparência" (vide notícias de ourém, n.º 3833, 8.julho.2011, p. 6). Respect. Que em socorro e amparo lhe valha e sem demora a santinha que outrora pairou na cova de iria. Pois tal declaração é a expressão do que de mais rançoso politicamente há em ditos e feitos por parte do pessoal eleito pelo ps para a câmara municipal. Mais. A declaração referida não surpreende, no sentido em que condiz sem roçar em ângulo ou esquina com as atitudes e os comportamentos de estilo medieval que tal pessoal tem vindo a manifestar em uso e abuso. Não é por acaso que há muito tempo se percebeu que a propalada chegada do 25 de abril a ourém no outono de 2009 significou afinal o apogeu da política de mando e da política de taipal, para servir as tácticas de imposição e de opacidade que caracterizam a gestão da maioria socialista actual na câmara municipal.
Neste caso, embalado em desatino e desmando, o vice-presidente da câmara municipal empinou até pretender definir o modo como os vereadores titulares do direito de oposição hão-de exercer o mandato, decretando como «esquizofrénico» o «escrutínio contabilístico» de realizações do município. Assenta-lhe bem tal decreto, sobretudo em termos de juízo e de diagnóstico, porquanto, tendo sido ele vereador no mandato anterior, no mandato actual foi um dos membros da câmara municipal que votaram favoravelmente a encomenda de uma auditoria externa às contas do município, algo que, percebe-se mesmo com as meninges a funcionar ao ralenti, implicava um escrutínio contabilístico circunstanciado. Perante isto, no cérebro do vice-presidente da câmara municipal talvez haja limites para a coerência, a vergonha, a responsabilidade e a lealdade. Sabe-se lá. O assunto é de foro menor. Relevante é notar que, além de responsável por mais uma manifestação de ranço político, o pessoal eleito pelo ps para o executivo municipal parece ter conseguido voltar a fazer figura triste ao apresentar como apresentou as contas referentes às festas da cidade e do município. Mostrou os números agregados - isto é, o total de receitas e o total de despesas - referentes a 2011 e a 2009, porém omitiu a composição por rúbrica de tais números, assim como omitiu os números referentes a 2010, como se, entre 2009 e 2011, 2010 não tivesse existido. Contas amanhadas à podoa e feitas em lógica de granel, é o que é.

Enfim. Embrulhado nos esquemas e enredos tragicómicos que promove e concretiza, o pessoal eleito pelo ps para a câmara municipal tende a fazer rir e a preocupar. Mais do que dom, talvez seja para, por limite, limitar. Que seja. Em intenção de aliviar o que suscita preocupação, para assear os sentidos e enxotar as misérias locais - entre as quais a assumida tacanhez dos promotores do socialismo festivo-festivaleiro -, este post tem banda sonora.

GNR © "Pershingópolis", in Defeitos Especiais, EMI - Valentim de Carvalho, 1984.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38