Sistema para emergências chega tarde e dura pouco

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Ao fim de ano e meio de apresentações o sistema pode finalmente ser utilizado e até foi premiado pela empresa mãe que o criou. O pior são os duzentos mil euros que custou uma vez que em breve vai ser substituído.

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fotografia ⓒ Mirante


Notícia Mirante, Edição de 06-08-2009:

Quase um ano e meio depois da primeira apresentação do Sistema Integrado de Gestão de Emergência de Santarém (SIGES) do Governo Civil de Santarém para ajudar os operacionais em situações de socorro, é que as forças de segurança e outras entidades que fazem parte da protecção civil passaram a ter acesso ao serviço. É o caso do Centro Distrital de Operações de Socorro, GNR e PSP que receberam na quinta-feira, 30 de Julho, em mais uma das muitas acções de apresentação do projecto, a senha secreta para aceder ao sistema através da Internet.

Nesta apresentação - similar a outras a que a maioria dos presentes já tinha assistido - esteve o secretário de Estado da Protecção Civil. José Medeiros até elogiou o projecto, mas avisou que vai ser aberto concurso para a criação de um sistema uniforme a nível nacional, adaptado às especificidades de cada distrito e cujas funcionalidades vão ser definidas por um grupo de trabalho. O que quer dizer que, apesar da experiência de Santarém poder ser aproveitada, o governo civil gastou duzentos mil euros num sistema com fim à vista.

O chefe de gabinete do governador civil, Carlos Catalão, durante a sessão em que foi oficialmente disponibilizado o sistema ostentou orgulhoso o prémio "ESRI Special Achievement in GIS 2009" atribuído nos Estados Unidos da América pela empresa ESRI. Cujos sistemas de processamento de informação geográfica são comercializados em Portugal em exclusivo pela ESRI-Portugal, à qual o governo civil adquiriu sistemas informáticos e serviços.

O SIGES é na prática um sistema de informação geográfica para apoio ao planeamento e à decisão em situações de emergência. Que através da Internet, com acesso restrito às entidades que compõem a protecção civil, disponibiliza mapas, identificação de estradas, pontos de água e localização de focos de incêndio, acidentes, disposição dos meios de socorro no terreno, entre outras informações que são carregadas por técnicos contratados pelo governo civil na base de dados.

A primeira apresentação do sistema ocorreu no auditório da Escola Superior Agrária de Santarém no dia 22 de Fevereiro de 2008, durante o terceiro fórum distrital das comissões municipais de defesa da floresta contra incêndios. Nessa altura a demonstração do sistema não correu lá muito bem, devido a erros técnicos e funcionalidades que não estavam a funcionar muito bem. O então governador civil, Paulo Fonseca, elogiava o projecto dizendo que este era pioneiro. Mas o director-geral dos Recursos Florestais disse publicamente que a Direcção-Geral dos Recursos Florestais já tinha um sistema muito semelhante a funcionar há dois anos.

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