Comunicado da CDU

| 34 Comentários

Mais um comunicado que nos foi enviado pela CDU:

Comunicado nº 38

Desenvolver uma cultura matemática positiva e promover o sucesso escolar na disciplina. Diversos estudos mostram que o nível de literacia matemática dos alunos portugueses é muito baixo. O estudo internacional PISA situa um terço dos nossos estudantes no nível igual ou inferior a 1, na escala 1 a 6. Os resultados das provas de aferição não traçam uma perspectiva mais animadora. Estes resultados, e outros que se vão obtendo no quotidiano escolar, tornam consensual que existe uma problemática em torno do (in)sucesso na disciplina de Matemática. Se se alargar o objecto de análise, verifica-se que a presença da matemática na sociedade é débil e, não poucas vezes, distorcida por falsos padrões que têm produzido uma imagem negativa desta ciência. Estas opiniões, partilhadas por uma grande parte da comunidade, parecem fazer aceitar o insucesso desta disciplina como algo natural, como uma realidade com a qual temos que aprender a viver. Não se nega que o insucesso em Matemática tem sido encarado, aos mais diversos níveis, como um ícone importante, no entanto, isso tem-se mostrado insuficiente. É necessário torná-lo num assunto URGENTE!

Continuar a ler o comunicado no blog da CDU Ourém.

34 Comentários

o monstro nunca ha'-de saber melhor que eu o que e' melhor para os meus filhos. ha' coisas que felizmente na~o se podem decretar.

para quem duvida, e' favor ver os resultados escolares nas escolas alema~s em regio~es spd vs. regio~es cdu.

Senhor pf

Onde moram os (seus) monstros?
Nas regiões alemãs de maioria spd ou nas alemãs de maioria regiões cdu?
Seria, aliás, da mínima ética evitar confusões entre siglas, e sublinhar que a cdu alemã nada tem a ver, bem pelo contrário, com a cdu que, sendo uma coligação de partidos portugueses, concorre às eleições portuguesas!
E isto a propósito de um texto sobre o apoio autárquico à sensibilização para o estudo da matemática como coisa não monstruosa...
Ora o sr. pf e as monstruosas confusões em que se enreda e quer enredar os outros!...

como todos os eleitores em portugal, este nosso eleitor tambe'm na~o leu nem quer saber, o que na~o o impede de ter uma opinia~o e de a mostrar com indignac,a~o (mas como na~o tem muito para dizer perde a maior parte do tempo com uma na~o-questa~o).

na~o lhe tirem e' a rede do santo estado porque depois quando fo^r altura de assacar responsabilidades teria que as assacar a si pro'prio. e a malta na~o gosta de responsabilidades.

E a propósito, é rever o que foi dito num anterior artigo, Modelos de Desenvolvimento, II

Quem muito brama contra o estado, nunca pelo vistos precisou dele ou sentiu os beneficios dos serviços bons ou menos bons que presta, é naturalmente por isso um felizardo pois permite-se a pensamentos de raíz pequeno-burguesa, mimados e infelizmente desfasados da realidade da esmagadora maioria dos portugueses.

1. Ontem, no “Prós e Contras”, Helena Matos contou uma pequena mas perturbadora estória. Uma estória que ilustra, simbolicamente, o História actual de Portugal. Aqui fica: numa escola (ou numa região educativa) existiam 900 meninos deficientes. Uma comissão averiguou a situação e chegou à seguinte conclusão: apenas 70 desses meninos sofriam de efectivas deficiências. Então, por que razão havia tantos miúdos “artificialmente” deficientes? Resposta: os meninos deficientes têm explicações de borla… Ou seja, várias centenas de pais obrigam os seus filhos a “passarem-se” por deficientes para receberem explicações grátis.

2. Eis o pior do estado social. Em situações deste tipo, os portugueses têm a tendência para criticar apenas as pessoas. E estas pessoas devem ser, de facto, criticadas. Mas nunca se aborda a base da questão. Por que razão as pessoas fazem aquilo? Porque podem. Simples. Não há nenhuma explicação metafísica transcendente ou teluricamente portuguesa (a chico-espertice não é monopólio português). O estado social permite estas trafulhices. O estado social, como qualquer concepção utópica, parte de um pressuposto que não existe na História real. O pressuposto angelical é este: O Homem é bom e honesto.

3. Mas a coisa é mais grave do que isso. Quem defende o estado social não fala em homens; não fala em indivíduos. A sua maneira de ver o mundo é mais... monolítica. É uma cosmovisão que não suporta as impurezas do mundo real; não suporta o pó daquele mundo feito por homens, aqueles seres que insistem em não ganhar asas. Não. A sua mundividência tem ser pura, una, perfeita no papel. Daí usarem o velho e unificador termo Povo. Uma massa anónima que nunca ninguém definiu muito bem. E sabem porquê? Porque o dito Povo não existe na realidade. É uma ficção ideológica. Um produto que serve de cobaia para aqueles que julgam ter o Bem.

4. Aqueles que usam o Bem são aqueles que cantam - encantados com a sua própria voz - a concepção optimista do Homem. Como se fossem santos na protecção de um rebanho inocente. Aqui, o Povo, o dito rebanho, tem de ser protegido dos homens maus – aqueles que não querem estar cobertos pela lã lamacenta da utopia. Na História, a Teoria optimista serve de legitimação para projectos centralistas, que, claro, são sempre liderados por uma elite, os iluminados, os filósofos-reis, aqueles que zelam pelo cumprimento do Bem. O Bem, o Optimismo, a Irmandade originam isto: alguns a dominarem os restantes em completo regime de impunidade.

5. E quando algo corre mal? Quando o Bem não funciona? Ora, a culpa nunca é do sistema, mas sim das pessoas que não o compreendem. Pois, é precisamente o inverso: aqueles que construíram o sistema é que nunca compreenderam os homens, logo à partida. Vivem viciados numa concepção de Homem, a sua. O Diogo B. Henriques, certa vez, colocou aqui um cartoon que resume na perfeição esta forma de estar. O cartoon visava a “Não” francês. No edifício da U.E., dois homens olhavam para baixo. Um diz: “nós até gostamos da Europa, não gostamos é destes europeus” (ou qualquer coisa assim).

6. Mais: a Justiça colectiva transforma-se em injustiça para o indivíduo. A dita moral do Bem colectivo transforma-se em amoral ao nível individual. Lá de cima, nas colinas da Utopia, nada se passa. Tudo parece que corre bem. O utópico só se vê a floresta. O utópico nunca desce da colina para averiguar o estado de cada árvore.

7. Nasci pobre. Até prova em contrário – pode ser que o meu cão descubra petróleo no quintal – serei apenas remediado. Sou uma das árvores que rejeita ser tratado como mera engrenagem de uma floresta mecânica e amoral. E digo para quem quiser ouvir: a arma do pobre é o Liberalismo. Porque não há Povo, mas milhões de indivíduos pobres que querem apenas uma coisa: mostrar o que valem numa sociedade que não seja aristocrática. O estado social criou uma rede de privilegiados dirigidos por elites de ferro. O estado social é outro ancien regime que será derrubado, mais cedo ou mais tarde, a bem (mudamos a tempo) ou a mal (esbarramos na parede e… floresta incendeia-se), pelo liberalismo. Indivíduos de Portugal, uni-vos.

Henrique Raposo, no blog Acidental.

E com certeza deficiência minha!
Um comunicado CDU
que parte de realidades que julgo consensuais: "há uma problemática em torno do insucesso na disciplina da Matemática" e "há uma imagem negativa da ciência",
que considera ser urgente que "a sociedade tenha uma visão cabal do papel do papel que a matemática desempenhou e tem desempenhado no desenvolvimento da humanidade", que "toda a comunidade se envolva na construção de uma imagem mais positiva da matemática", que "as autarquias deixem de considerar o problema do sucesso escolar como uma realidade exclusiva da escola (e) apoiem iniciativas para o desenvolvimento de uma cultura científca sustentável"
que elenca acções que a CDU-Ourém apoiaria
que diz pretender-se "combater a visão de uma matemática afastada da realidade"
que termina ansiando por ajudar a "dotar os jovens do nosso concelho de competências, para asssim se formarem em indivíduos autónomos, críticos, responsáveis, aptos para um bom desempenho em sociedade!"

desencadeou uma tempestade(zinha).
Aqui d'el-rei que se quer impor o monstro (também santo...) estado, e por aí fora. Até onde levam os preconceitos e fobias. Onde se alimentam fundamentalismos.
Com franqueza!
Mas é deficiência minha não ver os riscos do que está escrito e do que se esconde nos maquiavélicos intuitos de quem escreveu aquele texto (decerto) aparentemente inocente. Só pode ser deficiência minha...

pá!, o que é que isto, "o monstro nunca há-de saber melhor que eu o que é melhor para os meus filhos", quer dizer?

e pode ser paranóia minha, mas o indivíduo, tal como hoje é tão celebrado, é em grande medida consequência e produto do estado providência. ou seja, foi por via dos direitos sociais que se conseguiu garantir um conjunto de condições para o alargamento da autonomia dos sujeitos. pelo que o que agora alguns tendem a perspectivar como estorvo ou pretexto para a manigância, antes - e ainda hoje -, foi - e é - alavanca de individualidade.

Três perguntas não inocentes

1. Se, tendo sido reduzido à inoperacionalidade o número e intervenção dos guardas florestais (défice oblige… mas só no que respeita ao enfraquecimento de funções do Estado fora daquelas de estar ao serviço do privado)
e se o Estado não tem meios para limpar as suas matas e florestas (ou os utiliza em outras aplicações ao serviço do privado)

ardem matas e florestas estatais por haver Estado a mais ou por haver Estado a menos e mau?

2. Se propor-se que haja, da parte da autarquia, acções de apoio à correcção da situação-problema do estudo da matemática e da imagem da ciência
e se procurar contribuir para ajudar os jovens do nosso concelho, ao nível de intervenção autárquica, a serem mais aptos
é visto como ameaça de impor a pais o que eles não querem para os seus filhos,
e seria tentar decretar o que, felizmente, decretável não é,
e tal ameaça leva a convocar artilharia pesada do argumento de autoridade (que os ignaros eleitores portugueses não lêem nem querem saber) que não hesita em assimilar a social-democracia alemã (ou seria a democracia cristã?) ao monstro do Estado,

não haverá, nesta reacção, algo de paranóia estadofóbica?

3. Não estará a estadofobia a ser uma forma, inconsciente?, de atirar para cima do Estado responsabilidades dos cidadãos que querem que o dito monstro e/ou santo lhes assegure direitos individuais e que não assumem ter deveres cívicos por em sociedade viverem?

Será que o pelouro cultural de uma autarquia não deve preocupar-se com os conhecimentos de Matemática dos jovens do seu concelho? Que não deve pensar as causas do problema? Colaborar no diagnóstico? Implementar medidas para inverter uma situação que não é boa para ninguém?
A avaliar por algumas reacções no Castelo ao último comunicado da CDU, isso não é muito legítimo. Lá vem a diabolização do Estado, o engano do mito do “bom selvagem”, a nossa capacidade tão natural para escolher melhor o caminho dos nosso filhos.
Mas, meus amigos, não era nada disso disso. Tratava-se apenas de dar uma ajuda. Trazer a Matemática para o nosso dia a dia, torná-la um facto cultural permanente. Algo tão simples como um concurso para crianças em que se recolham lendas da nossa terra e que muitos já aceitaram na área do Português. Até pode nem ser o Estado, pode (e deve) ser iniciativa privada que a autarquia apoiará. Mas é importante não ficar parado à espera dos acontecimentos, permitindo o acentuar da desigualdade de oportunidades. É preciso quebrar a espiral de descrédito e desgosto relativamente à Matemática.
Lamento desiludir alguns. Se for eleito (o que reconheço quase impossível), tudo farei para transformar os estudantes da nossa terra em pessoas mais estudiosas e com gosto de o ser, por muito que isto esteja contra a onda actual...

estas iniciativas fazem-me lembrar a histo'ria do homem a tentar segurar um dique tapando os buracos que iam aparecendo com os dedos. quando aparecia o 11o buraco, la' rebentava o dique. porque os problemas na~o sa~o so' com a matema'tica (a fi'sica e' um verdadeiro esca^ndalo), a matema'tica e' apenas o mais media'tico.

de que serve gastar dinheiro em promover a matema'tica se depois os professores na~o esta~o 'a altura dos alunos? que interesse tem tornar a matema'tica um "facto cultural permanente" se depois se chega 'a escola e esta na~o tem qualidade para dar continuidade a esta experie^ncia?

o estado na~o pode (nem deve) substituir-se 'as pessoas. e neste caso, e' bem melhor agarrar no dinheiro e da'-lo aos pais para estes escolherem uma escola que contrate os melhores professores para aquilo que achem que deve ser a educac,a~o dos filhos. para isto, claro, era preciso dar autonomia 'as escolas e 'as ca^maras municipais para que pudessem concorrer entre si. mas claro que o monstro na~o deixa fazer isso, prefere nivelar por baixo.

quem diz que os servic,os do estado sa~o "bons", ou, va' la', "menos bons" e' porque nunca precisou de recorrer aos servic,os do estado. deve ser um novo-rico, embora o tipo de discurso releve mais para o crista~o-novo.

Para desanuviar(-me), costumo contar(-me) anedotas.
A (des)propósito desta sucessão de comentários, em particular dos que a desencadearam com o monstro e/ou o santo estado a ser para aqui lembrado, contei(-me) esta. Que, para aqui, encurto:

A professora perguntou ao Zézinho o que lhe fazia lembrar aquele desenho e o Zézinho foi rápido e peremptório: “uma mulher nua!”.
A professora pigarreou, olhou o desenho de vários ângulos, e começou o seu espanto: “… uma mulher nua?...”.
O Zézinho interrompeu cerce: “ Ó sôra pofessora… tudo me faz lembrar uma mulher nua!”.

... as melhores escolas...
... os melhores professores...
esquecer-se-á que as melhores escolas o são (também) por causa de terem os melhores alunos?
e que são conhecidos casos em que, se um aluno não está no padrão desejado para a escola (uma das melhores), lhe é sugerido que procure outra...?
em vez de o ajudarem a melhorar...
como seria sua obrigação pelo facto de serem uma das melhores escolas...
afinal à conta de lá ter os melhores alunos.
Por isso, não rejeitando qualquer ajuda aos pais (mesmo sob a forma de subsídio) para os ajudar a decidir na escolha da escola dos seus filhos, mantenho que, mesmo no contexto do quadro de ensino actual, são possíveis acções que ajudem a melhorar o desempenho dos estudantes e a fazê-los gostar do seu estatuto. E isto nada tem a ver com o monstro nem com o nivelar por baixo...
(texto completo no OUREM)

em vez de o ajudarem a melhorar...

herm, ja' ocorreu ao lui's que ele pode na~o conseguir melhorar?

Pedro,
e lá voltámos à nossa conversa do início deste ano...
Será que as pessoas merecem uma segunda oportunidade...?
... ou uma terceira...?
Dirá você: quando é que paramos?
Voltando ao que me move, e perdoe a publicidade, na Câmara estarei sempre disponível para atribuir mais uma oportunidade às pessoas, desde que elas manifestem desejo de a aceitar. É que o mundo e a economia são para todos e não forçosamente para os melhores, que o são, grande parte das vezes, por acasos ligados à desigualdade de oportunidades.

tenho alguma dificuldade em acompanhar o raciocínio do pedro, porque não tenho tantas certezas, seja em relação ao estado seja em relação às "pessoas".

o estado não existe em abstracto. o que significa que, na prática, o estado não existe. existem estados. na suécia o estado tem uma configuração.
na alemanha tem outra. na polónia tem outra. em portugal tem outra.

o estado não é uma entidade monolítica. terá aproximado-se desse limite enquanto estado absoluto, mas no contexto da modernidade o estado é um complexo institucional, desdobrado e multifacetado. basta pensar que, para além da administração dita central, existe a administração autárquica e uma miríade de dispositivos e regimes administrativos, muitos deles com autonomia - institutos públicos, universidades, hospitais, etcetera. é por isso que, no mesmo estado, é possível encontrar serviços públicos de excelência e serviços públicos medíocres, perspectivada a sua performance pelos mais variados parâmetros.

admito que, em portugal, muitos serviços públicos sejam ineficazes e ineficientes. maus, portanto. mas há também serviços bons. aliás, o mesmo se passa no outro plano, o do mercado. e muitas vezes os maus serviços ou os abusos persistem, seja por não haver concorrência, seja por não haver um dispositivo de responsabilização eficaz.

quanto à questão da educação, admito que nalguns contextos a concorrência entre escolas pudesse produzir um efeito virtuoso. mas a concorrência só produz esse efeito virtuoso verificadas determinadas condições que, em portugal, suspeito, não estão verificadas em muitos lugares do mapa português, seja por motivo de escala, seja devido à deficitária capacidade de mobilidade da generalidade das pessoas desses lugares.

Curiosamente, tudo isto me lembra os magníficos tempos do Colégio Fernão Lopes.
Em Ourém.
Que hoje poderia estar bem mais bonito.
A dra. Maria da Nazaré Nunes...
Os bons alunos: a Gabriela,eu...
A malta amiga...
... estes comunicados da CDU são extremamente saudosistas

lui's,

na Câmara estarei sempre disponível para atribuir mais uma oportunidade às pessoas, desde que elas manifestem desejo de a aceitar

ou seja, estara' sempre disponi'vel para desperdic,ar recursos com pessoas sem capacidades para os aproveitar, em vez de os aplicar nas pessoas com essas capacidades.

e' o que eu chamo "nivelar por baixo".

Atribuir a segunda e terceira oportunidade às pessoas nada tem a ver com nivelar por baixo.
As pessoas aprendem com os erros, não têm que ser trespassadas nas suas expectativas por causa deles.
Digo com toda a sinceridade: rejeito essa economia, essa prática, essa filosofia de vida que ao mínimo erro de outros é fulminante para eles. Isso não é viver, isso é estar sistematicamente subjugado pelo medo do julgamento que pode não ser de modo algum correcto. Isso é comportar-se como máquina...
Se os oureenses quiserem utilizar esta "minha fraqueza" contra mim, façam-no, mas fica claro que, como dizia o outro (B.J.C.), citando de cor e adaptando "só receia o erro quem não está disposto a corrigi-lo".

lui's,

as pessoas aprendem com os erros se conseguirem. ningue'm tem uma intelige^ncia igual. ha' pessoas boas a matema'tica e pe'ssimas a alema~o; ha' pessoas boas a alema~o e pe'ssimas a matema'tica; ha' pessoas boas a geometria e pe'ssimas a qui'mica, ha' pessoas que na~o "passam" de determinado ni'vel pq simplesmente na~o conseguem. a intelige^ncia na~o e' atribui'da por decreto.

que tem isto a ver com "trespassar expectativas"?

e tem a ver com nivelar por baixo pq vai deixar de dar oportunidades a pessoas com capacidade para as aproveitar para as dar a quem na~o as consegue aproveitar.

os recursos na~o sa~o infinitos, ha' que investir onde houver maior retorno. pensava que isto fosse o'bvio para um economista.

p.s. para quem pensar comentar na base do "la' vem este que so' fala em dinheiro" que fique claro, pq ha' sempre quem na~o perceba, que neste caso estou a falar em investimento e retorno em termos humanos.

O Pedro parece ter uma concepção da actividade económica que a reduz ao consumo, à destruição de recursos. É o que pode concluir-se da afirmação “os recursos na~o sa~o infinitos, ha' que investir onde houver maior retorno. pensava que isto fosse o'bvio para um economista”.
Mas essa actividade é fundamentalmente destruição criadora: quando uma autarquia financia uma acção que vise melhorar a cultura dos seus jovens em termos de matemática, de informática, de física (tem toda a razão, Pedro!), de português, está efectivamente a consumir recursos do contribuinte, mas simultaneamente a contribuir para estrategicamente o seu país ser um pouco melhor dai a alguns anos. Como medir esse retorno é obviamente difícil ou quase impossível e, por isso, lá se cedem as pressões daquele retorno mensurável em termos monetários ou que a eles se podem tornar equivalentes.
É óbvio que há que garantir um equilíbrio entre os recursos que vão para investimento estratégico (aquele cujos efeitos se sentirão daqui a alguns anos e que serão percepcionados sob a forma de um efeito social útil) e o investimento visando o retorno imediato e que se traduz na apropriação privada de um excedente que resulta da produção social (que condeno em termos de filosofia de acção, mas que não está em causa nesta campanha).

“Nivelar por baixo” será eventualmente o resultado de uma política como a que o Pedro preconiza e que entrega um cheque à família para esta o utilizar na escolha de uma escola para os seus filhos. O que está aí que pode fazer mudar o panorama do ensino com escolas tão fracas e alunos tão maus?
Que me desculpe o Pedro, mas isso é um argumento para a transferência de rendimentos do contribuinte para os bolsos dos proprietários dos estabelecimentos de ensino sob a falácia de apoio ao estudante. Efectivamente, o seu retorno medir-se-á nos lucros do estabelecimento. Logo, é uma política demagógica...
O que interessa é transformar maus professores em bons professores, más escolas em boas escolas, maus estudantes em bons estudantes. E parece poder deduzir-se das concepções do Pedro que um mau professor será sempre um mau professor, que não há hipóteses de o transformar. Que grande descrença na capacidade das pessoas!

“Nivelar por baixo” será eventualmente o resultado de uma política como a que o Pedro preconiza e que entrega um cheque à família para esta o utilizar na escolha de uma escola para os seus filhos. O que está aí que pode fazer mudar o panorama do ensino com escolas tão fracas e alunos tão maus?
herm, concorre^ncia? as escolas, para terem alunos, teriam que ser mais exigentes com os professores, ter melhores materiais de apoio, instalac,o~es, etc?

Efectivamente, o seu retorno medir-se-á nos lucros do estabelecimento. Logo, é uma política demagógica...

falso. o retorno mede-se olhando para os resultados do pisa, por exemplo.

e o cheque na~o tem nada que ir obrigatoriamente para uma escola privada, poderia pagar os transportes para uma escola noutra localidade que fosse melhor, por exemplo.

quanto a transformar maus em bons, pela u'ltima vez: ha' quem na~o consiga, e na~o e' toda a boa vontade do mundo ou um decreto que os vai fazer conseguir. as pessoas sa~o todas diferentes.

Pedro, limitei-me a utilizar os argumentos que você já tinha avançado.
Nenhum deles justifica esse cheque. Concorrência? Também há sem cheque. Melhores materiais? Onde está a dúvida?

Quanto ao seu critério preconizado para a medida de retorno (pisa ou Project for International Student Assessment), apesar de o poder aceitar à falta de melhor, há que ter em conta que ele só pode ser aplicado à mesma pessoa desfazado no tempo, o que implica que é impossível conhecer o estado da pessoa caso a acção (cheque) não existisse.

Exactamente por as pessoas serem todas diferentes é que umas, sem ajuda, conseguem cumprir os objectivos e outras precisam da segunda e da terceira oportunidades.

Terminando, dou por demonstrado que nada há que contrarie que, caso seja eleito para a Câmara de Ourém, possa desencadear e financiar acções que visem melhorar acapacidade dos jovens na literacia em Leitura, Matemática e Ciências, estando disponível para discutir com os oureenses critérios para avaliar o impacto das mesmas (pisa ou outros).

ps - e, em forma de despedida, bom seria que aqueles que têm possibilidade real de ganhar a Câmara se preocupassem com esta questão...

Não percebo muito de matemática nem de modelos de educação, mas para as minhas filhas no futuro vou oferecer o Último Teorema de Fermat, do Simon Singh. O livro pode ajudar a descobrir a matemática e levar ao interesse pela mesma já que foi escrito para ser literalmente devorado. O Simon Singh é um autor brilhante que para mim tem uma particularidade muito importante: consegue escrever sobre ciência, matemática sobretudo, de uma maneira acessível e popular, para além de conjugar isso com história e ser sucinto quanto baste. Aconselho também o Code Book, ou na tradução portuguesa, O Livro dos Códigos.

há que ter em conta que ele só pode ser aplicado à mesma pessoa desfazado no tempo, o que implica que é impossível conhecer o estado da pessoa caso a acção (cheque) não existisse.

felizmente temos o caso da alemanha onde podemos comparar os resultados pisa das regio~es governadas pela cdu, com um modelo bastante liberal, e os das regio~es governadas pelo spd, que tem um modelo educacional bastante parecido ao que o lui's defende.

adivinhe quais sa~o as regio~es que te^m melhores resultados?

Concorrência? Também há sem cheque.

ha'? de^ um exemplo que seja, de concorre^ncia entre escolas pu'blicas.

quanto mais na~o seja na~o existe porque os alunos so' podem ir para outra escola que na~o a indicada pelo estado se na~o houver o curso que pretendem.

Calma aí, Pedro.
Eu não estava a defender qualquer modelo educacional.
Apenas me comprometi a apoiar acções que fizessem os jovens conhecer melhor a nossa língua, a Matemática, etc., etc., que os fizessem gostar mais de estudar...
Quem sou eu para falar de modelos educacionais?
Só duvidei, apesar de não rejeitar, da eficácia desse cheque relativamente a acções com o objectivo de melhorar alunos e profssores.

Depois do que me está a dizer não tenho dúvidas de qual é a região com melhores resultados, mas...
...a Alemanha é a Alemanha, Portugal é Portugal. Como você diz, todos somos diferentes o que significa que a mesma receita aplicada a duas entidades diferentes pode produzir resultados muito diferentes. De qualquer forma, está completamente fora da competência de uma autarquia a definição do modelo educacional do país, pelo que eu, neste particular, tenho de aceitar a situação tal como ela é e procurar soluções no seu interior.

Concorrência?
O Pedro quer mais exemplos de concorrência, e por vezes suja, do que aquela que existe entre nós?
O Pedro porventura ignora que, há uns quinze anos, o ISEG tinha cursos dos mais prestigiados naa áreas de economia e gestão? E sabe que durante muito tempo exigiu positiva real em Matemática para admitir alunos? E que muitos polítécnicos se aproveitaram dessa exigência para captar os alunos que o ISEG rejeitava, admitindo-os com notas baixissimas (negativas) para viabilizar os seus cursos?
Quer concorrência mais suja que esta?
São sistemas assim, com todos os golpes para captar alunos, que se pretende implantar no país, juntando-lhes ainda o cheque ensino para os tornar mais atractivos?
Continuo na minha: antes um estado lento, burocrático e com regras que todos conhecem do que esse liberalismo que na minha optica só leva a golpadas...

Eu até acho que deve existir igualdade de oportunidades a nível do ensino. Mas atenção, num modelo que inclua responsabilização. Ou seja, ensino obrigatório gratuito até ao 12º ano (com total liberdade de os pais poderem colocar os miúdos em escolas privadas ou públicas, se assim o quiserem. O cheque-ensino parece-me bem) e depois a nível da universidade, também incluiria no mesmo esquema, mas com a obrigatoriedade de frequência e os chumbos não deveriam passar de um limite, tipo 2 anos no máximo. A partir daí, se o estudante quisesse continuar, teria que pagar os estudos do seu próprio bolso ou tentar mudar de curso, mas com um limite também para este tipo de mudanças.

muitos polítécnicos se aproveitaram dessa exigência para captar os alunos que o ISEG rejeitava, admitindo-os com notas baixissimas (negativas) para viabilizar os seus cursos?

de facto na~o concordo, a empresa dona dos polite'cnicos na~o deveria fazer isso. o lui's teria raza~o se essa empresa na~o fosse... o estado. qed.

antes um estado lento, burocrático e com regras que todos conhecem do que esse liberalismo que na minha optica só leva a golpadas

isto so' pode ser brincadeira... as regras sa~o tantas; ta~o complexas; contradito'rias entre si, etc., que ningue'm as conhece, visto tal ser impossi'vel! um dos problemas do monstro e' precisamente a profusa~o de regras em cima de regras em cima de regras, que so' servem para o proteger dos seus erros e inefica'cia, que ale'm de tornarem um inferno qualquer interacc,a~o do comum dos mortais com o monstro, criam oportunidades para os espertalho~es dentro do sistema sacarem umas massas em subornos para "acelerar o processo", como toda a gente sabe.

Pedro,
o Estado não é uma empresa dona dos politécnicos e das universidades.
Está a esquecer-se da autonomia.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38