No concelho de Ourém, o PPD/PSD obteve 52,88% de votos nas eleições legislativas deste ano. Em 2002 obteve 67,40%. Comparando com 2002, o PS cresce (24,04%), tal como o CDS/PP (12,82%). O BE (3,30%) ultrapassa a CDU (1,34%). Mas também cresceu o voto em branco, com 545 eleitores do concelho a optar por não colocar qualquer cruz, ou seja, 2,19%. Dá que pensar. De notar o facto curioso do quase empate entre PS e PSD na freguesia de N. Sra. da Piedade. Apesar do PSD ter perdido votos significativos no concelho, continua a ser um bastião laranja no distrito de Santarém, que à semelhança de quase todo o país, exceptuando Leiria e Madeira, é de maioria PS com 46,14% de votos. O PSD no distrito obteve 26,39% contra 38,12% em 2002. A tradição de concelho laranja confirma-se. Sobre candidatos, Paulo Fonseca é eleito deputado pelo PS, tal como Mário Albuquerque, que não vai poder demitir-se para voltar ao cargo de governador-civil. A CDU de Sérgio Ribeiro conseguiu eleger Luisa Mesquita. O país ficou cor-de-rosa, Viseu caiu, mas a laranja mecânica continua activa em Ourém, seja ela Barrosista, Santanista, Jardinista ou o que aí vier. Comentários?
Laranja Mecânica
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Entao qualquer deputado nao poderá,por esse prisma,ser governador civil...ou é crime ? O sr paulo Fonseca poderá nao ser deputado e se for governador civil ? Um pouco de independencia nos comentários,ff.
Não é uma questão de independência. A questão é que quem está numa lista de candidatos a deputados em suposta representação de um distrito e promete que se for eleito deputado, despede-se e volta ao cargo de governador-civil, ficamos então a pensar que o cargo de deputado não serve rigorosamente para nada e assim, mais valia ser candidato a governador-civil e deixar outra pessoa ocupar o seu lugar na lista, de preferência quem quisesse ser realmente deputado. Seja qual for o partido.
Num discurso mais mundano, este tipo de candidatura poderia ser defendida com o slogan: 'Se me derem o emprego de padeiro, prometo que me despeço e vou para carteiro'.