Estranha forma de empreendedorismo municipal

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Por mais esforçada e investida que seja a propaganda, até hoje ainda não se vislumbraram vantagens, vantagens relevantes e palpáveis em termos de interesse público, que tenham decorrido da constituição de empresas municipais em Ourém. Cresce, aliás, a sensação que tanto a Verourém quanto a Ambiourém são instituições parasitas, suportadas pelo orçamento do município e pelos encargos que implicam aos próprios munícipes, não por uma gestão mais eficaz e eficiente dos recursos sob sua responsabilidade. Prova disso mesmo são duas deliberações recentes da Câmara Municipal.

Caso 1. Na sessão de 9 de Agosto último, a Câmara Municipal deliberou por unanimidade - com os votos de David Catarino, Vítor Frazão e João Moura, do PSD, e António Gameiro, do PS - vender o livro Manual Prático do Vinho de Ourém à Verourém e à Vitiourém por 5 €, para que tanto a Verourém quanto a Vitiourém, depois, vendam esse mesmo livro ao público por 7,5 € (vide Acta n.º 32 da CMO, referente à sessão de 9 de Agosto, pp. 2-3).

Caso 2. Na mesma data, a Câmara Municipal deliberou também por unanimidade - com os mesmos votos - vender o livro Actas do Congresso D. Afonso, 4.º Conde de Ourém e sua Época à Verourém por 8 €, para que a Verourém, depois, venda esse mesmo livro ao público por 10 € (vide Acta n.º 32 da CMO, referente à sessão de 9 de Agosto, pp. 18-19).

Ora, por qual raio é que a Câmara Municipal não vende o livro Manual Prático do Vinho de Ourém directamente ao público por 5 €? Qual é o interesse em comercializar o referido livro por via de intermediários?, se esse facto implica um agravamento de 50% do seu custo para quem o quiser comprar.

E por qual raio é que a Câmara Municipal não vende o livro Actas do Congresso D. Afonso, 4.º Conde de Ourém e sua Época directamente ao público por 8 €? Qual é o mistério que justifica que, metida a Verourém no circuito de comercialização, o custo do referido livro para os interessados aumente 25%?

Haverá resposta a estas questões?

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7 Comentários

A resposta é simples... algém tem que pagar os vencimentos dos administradores das referidas empresas, embora algum(ns) já tenham redimentos garantidos provenientes da sua condição de funcionários públicos reformados!!

Meus caros, esta nota toca num tema que exige algumas outras informações e reflexões.
Que a Câmara queira que uma empresa distribua as "suas" edições resulta da sua política(?!) editorial e que ela seja a VerOurém é uma coisa, que a VerOurém tenha 25% quando deveria dar no mínimo 30% às livrarias, como todas as distribuidoras, é outra coisa. Que a Marina, a SaberAntigo e a SomdaTinta devam ter essas edições para exporem e venderem é ainda uma outra coisa. O problema é que, nesta área(...), a política (!?) camarária é totalmente errada porque quer ignorar regras do mercado. Que também as tem boas e insubstituíveis!
Por aqui me fico. Por agora.

Tem de se arranjar alguma coisa para essas empresas fazerem... vender livros é bem!!

Meus amigos, como diz Sérgio Ribeiro "...ignorar regras de mercado.", se existem estas regras como podemos deixar que a Câmara e as suas empresas parasitas continuem com estas acções? Não há maneira de isto acabar? Chega!! Da maneira como isto é permitido acaba por ser uma acção de gozo para com os Oureenses. Se essas empresas não tem que fazer é abrir falencia e não vender livros desta maneira, até porque há muitas empresas em dificuldade no Concelho e ... a Câmara também lhe vai dar livros para vender?

Ó meus caros,
com o que queria que fosse esclarecimento apenas pretendia dar informação sobre um circuito em que a Sra. D. Câmara se meteu. Ainda gostaria de dizer que se a VerOurém sobrevive, como empresa, não é decerto por via da venda de livros. Não venho defender a empresa municipal (que, aliás, tem pecados originais que denunciei na Assembleia Municipal de sua criação, e hoje se confirmam inteiramente) mas se a Sra. D. Câmara quisesse levar a VerOurém à falência o método da distribuição de livros seria eficaz... Mas ela, a VerOurém foi criada para outras coisas. São outros contos...
Saudações
Sérgio Ribeiro

...outros contos, os mesmos bolsos.

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