«Se eu sair daqui e andar sempre a direito, por montes e vales e estradas, a voo de pássaro, até ao mar, o que encontro é um retrato de Portugal bem triste e sinistro, que se agrava todos os dias, numa obra de destruição em que muitos portugueses estão activamente empenhados, perante a complacência e colaboração activa do Estado e das autarquias, em nome de um "progresso" que pouco mais significa que dinheiro, egoísmo e vistas curtas.»
São palavras de José Pacheco Pereira, num artigo recente do Público e que tão bem se aplica a Ourém. Nas últimas décadas a cidade ficou cada vez mais feia, com vários mamarrachos de arquitectura, rotundas ridículas, inexistência de ordenamento e planeamento urbano, construção indiscriminada, pouco respeito pela valorização do património histórico do concelho. Para mim, Ourém continua a ser uma Vila cortada a meio por uma avenida onde o caos e o trânsito de passagem é cada vez mais real. Uma Vila onde os edifícios mais antigos são os que gosto mais. No entanto, não me considero retrógado ou conservador, gosto de idéias novas, de um certo vanguardismo até. Nem apoio uma certa ruralidade tardia que está bem patente em algum pensamento de contra-poder. Mas não compreendo. Parou tudo no tempo ou os gostos pioraram? É que o novo que se constroi, é tão feio. Já sei que a resposta é: Não está contente? Vá-se embora! Mas já estou habituado. Parece que é mau visto aquele que deseja viver melhor na sua terra e ter orgulho nela. Não será isso o progresso? Pois o progresso, o que queiram entender dele, nunca foi nem nunca será de modelo único.
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