Mais ou menos doze mil e quinhentos

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O ps ganhou a eleição para a câmara municipal de Ourém. Este resultado é histórico e extraordinário. É histórico porque corresponde à primeira vez que o ps vence tal eleição. É extraordinário porque acontece num reduto do psd e porque a depreciação eleitoral do psd em relação ao que sucedeu há quatro anos atrás foi muito pequena.
Por que é que o ps ganhou? Entre várias explicações possíveis, uma parece impor-se: porque um número significativo de pessoas investiu e muito através do voto a vontade de mudar politicamente o município. Oxalá a maioria socialista agora constituída saiba e consiga corresponder à vontade manifestada por via eleitoral.
Mas a situação política não é pêra doce para o ps. A vitória do ps para a câmara municipal foi sob condição e é sob condição que a parte socialista do elenco desse órgão executivo terá de desempenhar o seu mandato e concretizar a mudança. O psd venceu a eleição para a assembleia municipal de Ourém e venceu o número maior de assembleias de freguesia. Entre membros eleitos directamente e por inerência, o psd conseguiu 20 dos 39 assentos da assembleia municipal. O que significa que a força política que tem a maioria absoluta na câmara municipal, o ps, está em minoria na assembleia municipal. É pela política que esta diferença se impõe e pode e deve ser abordada.
Agora, que fazer? Muitas missões. Por exemplo, importa ficar claro em que termos se dá a transição do mandato. O que, entre outras iniciativas, implica entregar a instâncias externas a realização de auditorias às contas do município e das empresas municipais. Importa igualmente que o ps não repita os erros e os disparates do psd. Não foi para satisfazer clientela ou parentela, distribuir sinecuras por apaniguados ou para aplicar uma pauta sectária que o ps venceu a eleição para a câmara municipal. Insista-se, o ps venceu tal eleição para fazer a mudança. Foi dada aos seus eleitos a oportunidade de fazerem a diferença. Que a façam. Que reorganizem e modernizem os serviços municipais. Que façam vigorar aí uma cultura de serviço público e não uma cultura de frete. Que envolvam os munícipes nos processos de decisão fundamentais. Que a gestão seja marcada pelos princípios de planeamento e transparência.
A propósito, um voto pessoal que tomo a liberdade de associar aos que foram expressos em urna: que em histórias do tipo daquelas onde tantas vezes escrevi «David Catarino» e «Vítor Frazão» não tenha que vir a escrever «Paulo Fonseca», que em enredos do género daqueles onde tantas vezes escrevi «psd» não tenha que vir a escrever «ps».

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