Quando o style faz o man boss, i

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Vítor Frazão, que anda para aí a ser promovido como o mais estiloso do pedaço, aquando a inauguração do edifício novo que domicilia a sede do município, aproveitando a pompa, a circunstância e o estilo, afirmou que já haviam sido pagos 5,8 de 7,2 milhões de euros, o custo da obra total e anunciado (vide Notícias de Ourém, n.º 3730, 19.junho.2009, p. 5). Talvez por causa do estilo, no momento Vítor Frazão não deu ênfase ao facto de a obra ter sido adjudicada por 4,6 milhões de euros e de o custo final da mesma ultrapassar em mais de 50% o valor que foi estimado inicialmente ser dispendido pelo município. Também quiçá por causa do estilo, Vítor Frazão não fez constar que já estava pago um montante significativo da obra porque, se assim não fosse, muito provavelmente os trabalhos teriam sido suspensos, a obra não teria sido terminada e o presidente da república não teria tido a oportunidade de vir cá à terrinha inaugurar o edifício referido antes do outono. É de admitir que o estilo também não permitiu a Vítor Frazão dizer que, embora pago aproximadamente 80% do custo da obra, entre dezembro de 2006 e dezembro de 2008 a dívida de prazo curto do município aumentou 6,7 milhões de euros, mais do que o montante que sentiu necessidade de avisar que já tinha sido pago. Traduzindo, quase de certeza por estilo, Vítor Frazão omitiu que, apesar de o município ter andado a pagar à entidade responsável pela realização da obra, ao mesmo tempo a dívida municipal a fornecedores e prestadores de serviços aumentou como o caraças - em montante que daria quase para pagar outro edifício semelhante ao que foi inaugurado - e que o prazo médio dos pagamentos do município esticou, esticou, esticou, esticou, atingindo os onze meses, quase um ano, no final de 2008. Mais: por estilo, Vítor Frazão não referiu que a câmara municipal esforçou-se bastante e tentou até modos engenhosos de garantir o financiamento da obra mas nicles, nenhuma entidade bancária ou financeira se interessou puto pela coisa. Por estilo ainda - esta é mesmo muito estilosa -, Vítor Frazão não anunciou que, embora o edifício esteja quase pago, a intenção do pessoal do psd, que já se gabou de conseguir fazer obra sem dinheiro, é que deixe de estar pago e passe a ser devido a uma empresa municipal, que por seu turno há-de ficar endividada, para que o município lhe seja devedor. Enfim, o estilo de Vítor Frazão é como o algodão em rama. Não engana.

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