marmota

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vasco pulido valente no público de hoje:


Quaisquer que sejam as razões do governo e da oposição, felizmente que já não vou ser forçado a usar a Ota. Tentem imaginar. A partida é, pelo menos, sete horas antes de o avião sair; uma hora para me arranjar e verificar a bagagem; mais três de táxi (se o trânsito estiver razoável); ou mais três de comboio (chegar à estação com as malas no lombo, procurar o lugar, arrumar as malas e, no fim, fazer isto tudo, por ordem inversa); a seguir, uma hora, hora e meia, para o check-in e para a autoridade verificar que não sou um terrorista árabe; e depois, como de costume, passaportes, sala de embarque e o impensável corpo a corpo até uma cadeira no avião com o inevitável saco ou sobretudo ou qualquer outra coisa igualmente incómoda. Isto, se não houver nenhum atraso (que há sempre) e nenhum sarilho inesperado com papelada e marcações (que há quase sempre). Ainda por cima, se o avião for, por exemplo, às nove ou dez da manhã, não pude, como é óbvio, dormir e já começo a entrar em coma.

Um investimento deste género em esforço, paciência e tortura voluntária talvez se justifique para ir à Nova Zelândia ou à Austrália (sítios que não me interessa ver), mas não se justifica concerteza para ir a Madrid, Londres, Roma ou Praga e até a Nova Iorque e Washington. Suponho que o contrário também é verdade: ninguém em Madrid, Londres, Roma, Praga, Nova Iorque ou Washington se irá voluntariamente submeter às sevícias da Ota para vir a Lisboa. Claro que da Ota muita gente seguirá para o Porto ou para o Algarve: se não conseguir um vôo directo, que evite a burocracia e a demora de um transbordo num grande aeroporto. Se a Ota, no fundo, se destina a diminuir a poluição e a desobstruir Lisboa de turistas com mau ar e pouco dinheiro, é de facto uma extraordinária descoberta.

Dizem que a Ota serve para não deixar a Madrid o exclusivo da distribuição de "carga" e passageiros pela Península Ibérica e pela Europa. Só que, fora o orgulho deste putativo golpe assestado ao castelhano, a Ota serve principalmente para isolar Portugal. A distância e a monstruosidade dessa fantasia "estratégica" repelem por si sós. Certo que, no género "aeroporto", existem por esse mundo exemplares horrendos. Mas se é difícil evitar Nova Iorque por causa de Kennedy ou Londres por causa de Heathrow, não é difícil evitar Lisboa (e Portugal) por causa da Ota. A megalomania não ajuda um país pequeno.

6 Comentários

Li com atenção este comentário feito por essa "sumidade" que é o Vasco Graça Moura. Agora mais a sério, Pedro, não percebo porque foste citar este homem. Três horas de taxi? Já agora, ele indica e fundamenta alguma solução ou alternativa? É que opiniões todos temos.
Abraços,

Concordo, com o Pedro Lopes. Não consigo compreender como é se pode dar crédito/audiências a alguém que é absolutamente destrutivo em relação a tudo e todos.
Penso que nunca li um comentário positivo a seja o que for escrito por este sr. É certo que não vivemo num mar de rosas, como um certo artigo muito citado do Nicolau Fernandes tentou fazer passar, mas o sr. Vasco Graça Moura abusa.

3 horas para ir de Lisboa à Ota?? Se eu sair da Freixianda às 7:00 às 9:30-10:00 estou no aeroporto (com direito a abrandamento na descida do rio Trancão)...

Na minha lista de portugueses a expulsar do país, este senhor ocupa um lugar cimeiro.

E podem juntar o Vasco Pulido Valente e o Miguel Sousa Tavares. Estou farto de pessoas que só sabem dizer mal e não conseguem dar uma opinião construtiva. Então aquela última parvoíce do MST sobre as crianças nos restaurantes é de bradar aos céus.
Abraços,

herm, e' o vasco pulido valente.

acho que "na~o fac,am o aeroporto" e' uma excelente opinia~o construtiva. e' que eu ainda na~o vi ningue'm a dar razo~es concretas para ele ser construi'do, para ale'm do "orgulho"", "progresso" e outros conceitos vagos deste ge'nero.

caro marco, tambe'm nunca vi um comenta'rio positivo publicado em qq lado por si.

acho que a lei da oferta e da procura responde 'as suas perguntas.

Realmente tive um lapsus linguae, queria dizer Vasco Pulido Valente... Quanto ao facto de os meus comentários serem sempre negativos, suponho que o pfig me esteja a confundir com outra pessoa. Mas, lá está, "as opiniões são como as vaginas, e quem quiser dá-la, dá-la..."

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