Uma vila que deixou de ser cidade

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Querem fechar a PSP, querem acabar com o Serviço de Urgências no Centro de Saúde. Não seria mais prático fecharem a cidade e meterem a cavalaria da GNR a patrulhar o mato?

Update: Ler também notícia no Mirante aqui e aqui. Destaco o seguinte:

O presidente da Câmara de Ourém, David Catarino (PSD), preferiu apontar as suas baterias para o “mau serviço” prestado pela PSP em Fátima que tecer grandes comentários ao provável encerramento da esquadra da PSP na sede de concelho. Sobre esse assunto, disse já ter falado com quem tinha de falar. Muito mais agastado estava o autarca com o que considera “uma grande falta de qualidade no serviço da PSP” na cidade religiosa, tendo inclusive já manifestado o seu descontentamento ao Governador Civil de Santarém, através de uma exposição pormenorizada.

Palavras para quê? Que venha rápido o concelho de Fátima. E que David Catarino ou Vítor Frazão sejam candidatos para gerir os destinos do maior franchise católico da península, do mundo e quiçá da europa. Têm o meu total apoio.

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e qualquer dia só temos a Junta de Freguesia....

falta aqui algum contexto.

quando a vila passou a cidade (o que serviu para mudar o feriado municipal, que celebrava o foral de ha' 800 anos, para um feriado que estivesse associado ao nome dos imbecis responsa'veis pela mudanc,a; coisa muito mais importante), havia uma lista de requisitos que precisava de ser cumprida em x%, na~o me lembro agora o valor exacto. o hospital era o que na altura fazia ultrapassar essa %.

oure'm deixou de ser uma vila razoa'vel para passar a ser uma cidade da treta. passado algum tempo o hospital fechou.

mas os imbecis ficaram contentes porque o feriado municipal passou a celebrar algo que eles fizeram. parabe'ns.

Já que estamos numa de fechar... porque é que não se fecha a CMO, com todos lá dentro, regada com gasolina para depois atirarmos um fósforo aceso. Tenho a certeza que se isso acontecesse os veria a correr de um lado para o outro, coisa que não fazem agora.

Carlos, não vou por aí. A culpa ou intenção de fechar a PSP não é da responsabilidade directa da câmara, mas sim do governo. O que não implica, isso sim, de afastar as responsabilidades de quem esteve à frente da câmara de Ourém nos últimos 20 anos. Tal como diz o título deste artigo, Ourém deixou de ser sede de concelho à muito tempo e cada vez mais deixou de ser uma cidade para ser apenas um sítio onde alguns moram. É por isso que é a única cidade do distrito de Santarém que irá ficar sem PSP, por ter menos de dez mil habitantes. Pelo menos é o que leio na notícia que vem publicada no jornal Notícias de Ourém. Só este facto, o facto de uma sede de concelho ter apenas dez mil habitantes é que deveria ter preocupado os responsáveis que estiveram pelo e com o poder para alterar ou pelo menos fazer algo para contrariar essa tendência. Uma sede de concelho, que nunca conseguiu libertar-se da sombra de Fátima, nem aproveitou Fátima para se desenvolver, o que não implicaria tornar de Ourém um apêndice de Fátima, se me faço entender. Uma sede de concelho que deixou perder muita coisa, perdeu um hospital, perde gente nova com idéias, perde dinâmica empresarial e comercial, perde património, não dinamiza um turismo alternativo ao religioso com um castelo ainda por promover a nível nacional (vejam o grande trabalho que se faz por Óbidos). Nem sequer vou falar das vias de comunicação, do estado do pavimento nas ruas, na falta de planeamento urbano, da descaracterização feita por quem nunca gostou da cidade/vila, de um pdm tardio e autista, de uma avenida que rompe a meio a "vila" e que ainda continuará a não ter alternativa nem circular. Poderia estar aqui enumerar um rol de oportunidades perdidas e estaria a ser incorrecto se dissesse que nada se fez. Fez-se algo, mas foi insuficiente ou desadequado. Ourém tem falta de população e sobretudo tem falta de gente nova, com idéias e cabeça arejada. Pouca gente se revê ou tem orgulho da sede de conceho. Seria curioso também olhar os fluxos de migração do concelho, em que Fátima tem ganho terreno a olhos vistos como destino preferencial para jovens, sobretudo. O que acho mais caricato, é que apesar de Ourém ter um peso importante no distrito, sobretudo para o PSD, e de ter dado dois governadores-civis ao distrito, um dos quais em funções, ter um deputado da actual maioria no governo e mesmo assim não deixa de ser irónico constatar que Ourém em termos políticos é um anão, ou pior que isso, um minorca. A cidade por si só vale zero, no joguinho político. Parece que está na moda agora os responsáveis demitirem-se dos cargos para que foram eleitos como forma de protesto contra o apertar do cinto de quem larga o dinheiro. Isso sim seria um acto de coragem e revelador do amor à cidade e população. Mas não vale prometer em cartas, que já todos sabemos onde isso vai parar.

Ourém está a morrer lentamente... não nos deixem só com a GNR! São uma cambada de atrasados mentais, incompetentes e relaxados... se isso acontecer, podem começar a organizar umas milícias populares para termos alguma segurança!

Esta manhã, comentando esta noticia com um parente residente num lugarejo da freguesia de Caxarias ele me disse que por aqueles lados a ultima vez que foi observado um GNR a patrulhar por lá já terá sido seguramente há mais de 30 anos.
Se eles já o que lhes está actualmente atribuido o nao fazem como vão eles patrulhar a cidade?

A GNR é um bluff, trabalha das 09H00 às 17H00. Experimentem telefonar para lá às 4 da matina e digam-me quanto tempo demoram a atender.

Eles mesmos dizem que para eles estar de serviço durante a noite significa ir lá dormir.

Uma senhora residente nas traseiras da igreja de Caxarias e numa casa isolada deparou com uma viatura suspeita em frente ao seu portão de acesso (era roubada). Telefonou a dar conta do caso e foram lá passadas 8 ou 9 horas.

Depois são bruscos, rusticos, não têm urbanidade suficiente para lidarem com as pessoas civilizadas. Aquela força quase nao evoluiu, nao se ajustou às mudanças e tem uma estrutura militar que envenena tudo ... até um gaijo mais esperto que lá caia passado pouco tempo já pensa com as botas.

Vocês nao vêem como nos fiscalizam os carros? Pegam nos documentos, depois andam às voltas ao carro, às voltas, às voltas, não dizem nada ... parecem maluquinhos! E se um tipo lhes pergunta se mandaram parar por quererem comprar ainda ameçam com prisão. Ourem vai ficar a perder, nao duvidem...

A saida da PSP é o reconhecimento da insignificancia e rusticidade de Ourem,

Fred,

é nesse sentido que fiz o meu comentário. Não especificamente sobre "esta" ou "aquela" presidência, mas sobre a inoperância e a falta de trabalho dos responsáveis que passaram pela autarquia.

Se isto é assim, imaginem quando Fátima passar a concelho?! Seguindo a linha de pensamento do Aspegix, que Ourem vai mesmo morrer.

Sangue novo, ideias (e não ideiais políticos) novas e pessoas inconformadas são cada vez mais necessárias em Ourém.

Como, em parte, responsável pelas notícias que estão aqui a dar que falar, sinto-me impelida a fazer também um comentário. Não como jornalista (esses fá-los-ía no jornal) nem como oureense (que não sou), mas como alguém que há alguns anos está em Ourém todos os dias, a trabalhar no terreno e que vai conhecendo a realidade do que cá se passa. Digo-vos, por isso, que em Ourém falta, de facto, qualquer coisa. Talvez uma liderança forte capaz de lutar por causas, é verdade. Mas a passividade dos oureenses por vezes também é constrangedora. Em Tomar (onde vivo e cuja realidade, por isso, também conheço), o encerramento das urgências está a motivar grande discussão nos meios políticos, mas não só, e as reuniões de Câmara e Assembleia são prova disso. Prepara-se agora uma grande manifestação exactamente contra o encerramento das urgências hospitales. E por cá, o que é que se faz? Absolutamente nada. Podem dizer que não vale a pena. Se calhar até é verdade. Mas a passividade com que se aceita tudo é que de certeza não leva a lado nenhum senão à sensação de incapacidade de reinvidicar aquilo que deveria ser sentido como direitos. Se se cumprem os deveres, então que sejamos capazes de fazer respeitar aquilo que são os direitos adquiridos.
Na próxima quarta-feira há reunião da Assembleia Municipal. Como toda a gente sabe, estas são reuniões públicas mas o público é raríssimo. Que a maioria das vezes são uma seca onde apenas se discute o sexo dos anjos e onde os resultados das votações são sempre conhecidos com antecedência, é verdade, mas também poderiam ser um espaço por excelência de reinvindicação. Porque não aproveitá-las para fazer sentir o descontentamento e a vontade de agir, "obrigando" os políticos a toma atitudes?
Na quarta-feira, dia 28, lá estarei. Como jornalista, disposta a dar conta do que mais importante ali se passar. E as intervenções do público, se as houvesse, seriam sempre motivo primeiro de notícia...
Depois das urgências e da PSP, que mais irá encerrar por cá? Eu já sei de mais alguns casos ainda não de forma oficial, como os serviços de agricultura, e depois?....

Será curial designar de cidade um aglomerado urbano que não tem uma esquadra de policia, que não tem um hospital, que não terá um serviço de atendimento médico permanente?
Não, creio que não...

Será adequado conceder a construção de agrandes superficies comerciais no arrabaldes da "cidade" quando grandes barracoes no interior da mesma são pasto para ratos?
Não...

Se Nossa Senhora lhes trouxe a autoestrada (Catarino Dixit), também lhes trará a polícia e as urgências. Por isso, Aurélia, trata lá de estares calminha, não incites ao reviralho senão ainda vais fazer reportagens para a margem esquerda do Nabão...

Ourém, como estão falar fica localizada no interior do baixo alentejo ?
Ou se percebi melhor está junto ao litoral a 25 km de Leiria e a 10 km de Fátima ?
Tou baralhado com esta geografia !!!!

Por acaso o portuga mora por Ourém, e já fez o percurso de 25km, Ourém a Leiria numa ambulância? E Ourém a Tomar? E Ourém a Torres Novas? Deixe-se de hipocrisias.

Sr António, você não entendeu a ironia ou a gracinha !
O que quis então dizer é que" Ourém já não é bem governada já uns 20 anos como falam" e agora está aqui o resultado. Ourém parece uma vila situada no interior do Alentejo, PARADA NO TEMPO .
Assim fica mais esclarecido?
Não sou de hipocresias, meu caro !

As minhas desculpas ao portuga. Esta questão é demasiado séria e não me sinto com vontade de graçolas. na minha opinião!!

A questão é que Ourém não deveria ter deixado de ser Vila... Infelizmente Ourém é uma cidade só de nome, porque com pouco mais de 7 mil habitantes exige regalias como se fosse uma cidade, que na verdade não o é!

Dois comentários. O primeiro, para o anónimo "profeta". A ironia por vezes, sendo de mau gosto, tem o efeito contrário ao que se pretendia. O seu comentário só gerou ruído. Não trouxe nada de novo. O segundo, para dizer a Aurélia Madeira, que concordo com tudo o que disse, mas a passividade em Ourém permitiu muita coisa, sobretudo permitiu o que está actualmente a acontecer e irá permitir muito mais. E portanto, não acredito que alguém dê a importância ao assunto quanto mais ir a uma Assembleia Municipal. Pelo que falei com várias pessoas há um sentimento geral de fatalidade em tudo isto. É o abandono total.

Eu não queria... mas cá vai mais um comentário.
Primeiro para dizer ao profeta que não temo profecias. E fazer reportagens na margem esquerda do Nabão não me preocupa. Já fiz e voltarei a fazer quando necessário. Aí ou noutro lado qualquer. Tive o cuidado de dizer que o meu comentáio não era feito enquanto jornalista. Não porque daí viesse mal ao mundo ou porque acredite que isso teria alguma implicação no meu trabalho, que procuro fazer com seriedade. A mesma seriedade que também me dá o direito de me manifestar enquanto cidadã. Se assim não fosse, não dava a cara e assinaria o meu comentário sob a forma de anonimato.
Não incitei a nada nem ninguém. Reconheço que há uma provocaçãozinha. E porque não? Afinal este fim-de-semana veio dar razão aos que se manifestaram contra a saída das urgências. De quinze casos, o governo recuou em seis. Os que se manifestaram.
Agora uma coisa posso dizer ao Profeta: nem o meu trabalho nem outras razões, alguma vez me inibiram de dizer o que penso e de agir em conformidade, consciente dos tais direitos de que falei e dos quais não abdico. Pena é que nem todos pensem assim e caiam no tal conformismo de que fala o Fred. O problema parece ser mesmo esse, uma espécie de fatalidade contra a qual não se pode lutar. Mas será que tem mesmo que ser assim?
Se tem... é triste!

Ourém está para Portugal como este está para a Europa.

Já que todos nós confessamos o que sentimos, é altura para dar soluções e trabalho a uma Câmara activa, não é ?

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