As palavras do nosso «bem amado»

O estatuto editorial da publicação municipal Ourém em Revista é bonito. Proclama o que é habitual, a honestidade, o rigor, a independência, etc., para além de estatuir o presidente da Câmara Municipal, ou quem legalmente o substitua, como único opinador autorizado para aquelas páginas. Já agora, a despropósito, a propósito da última edição da referida publicação - a de Dezembro -, o Região de Leiria notou o seguinte:

"Numa espécie de trabalho generosamente inspirado nas entrevistas de rua, os diligentes autores da revista quiseram saber como é que tinha corrido o ano aos ourienses, o que estes queriam concretizar e não conseguiram, bem como saber quais as expectativas para 2007. António Lopes, reformado, responde; Natália Kreshchenko, doméstica, também, Rita Ribeiro, recepcionista, «idem idem, aspas aspas» e… ups, que esbarrram com o senhor presidente da câmara na rua. Resultado, David Catarino, «parco» em palavras responde três vezes mais do que qualquer um dos entrevistados e tira assim lugar a um possível entrevistado. Paciência, fica arrumado, terão pensado os «entrevistadores»" (vide Região de Leiria, n.º 3645, 26.Janeiro.2007, p. 2).

Pela minha parte, para além das aspas, registo outra curiosidade. Nenhum vereador da oposição foi entrevistado. Mas também não era necessário. O rigor, a independência e todas as demais garantias estão afirmadas no estatuto editorial da revista municipal. É quanto basta, porque o que é dito é feito. Se não for, certamente que é por acaso.