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Sou daqueles que não acreditam nas Jotas, Jotinhas e Janotas que pululam pelos partidos deste país. Por ter esta posição, fui criticado por atacar a democracia (???) e dar razão a quem descredibiliza a política. Como é possível se são os próprios partidos que mais contribuem para descredibilização da política? Porque é que os partidos só atraem medíocres, os eternos yes-man e seguidistas do homem-poder que se segue? Deixo aqui um texto que um colectivo de docentes da Faculdade de Economia do Porto escreveu no Público e que apanhei pela Grande Loja do Queijo Limiano:

Para nós, como para John Galbraith - esse grande economista de Harvard que tão profundamente estudou o Poder -, existe uma mais preponderante fonte de poder: a organização. É que ainda nenhum estudo ou inquérito foi feito para que se apurasse o número e a qualidade de todos aqueles que tomam (ou tomariam) a iniciativa individual de se aproximar da política e que são, pura, simples e literalmente, esmagados nas suas mais nobres pretensões por essas gigantescas máquinas que são os aparelhos partidários. Como podem aqueles jovens, os mais capacitados, os mais sonhadores, os mais tocados pela vocação política - que os há ainda muitos - combater sozinhos a barragem intransponível que enfrentam nas portadas dos partidos? Como podem eles se levam como únicos aliados os seus ideais? O pé do elefante é demasiado pesado mesmo para a mais determinada formiga... Por vezes apelam à participação destes sonhadores, sim, mas apenas para fazer número, para fazer de figurantes, em jantares e em festividades do partido...

É aos líderes que compete fazer cair estas barreiras. Têm essa responsabilidade patriótica, esse dever cívico. No entanto, no discurso político oficial e oficioso destes não se lobriga o menor vislumbre de intenção ou de planos de promoção da qualidade no seio das organizações que dirigem. Se eles não tomam a iniciativa de facilitar o acesso de gente de qualidade aos partidos, quem mais a poderá tomar? Os melhores bem que podem acorrer todos aos partidos... mas de lá todos vêm recambiados, pois que não vão em grupo organizado, ou sequer em grupo. Se estivessem organizados, constituiriam uma força política e o problema de que padece a nação portuguesa não existiria.

Talvez o escrutínio público pressione os líderes a deixar vingar os mais competentes nos partidos. Por isso, aqui fica uma palavra de repto à comunicação social: perguntem aos dirigentes partidários, todos os dias, todos os meses, todos os anos, nas televisões, nas rádios, nos jornais, pelas medidas que tomaram, nesse dia, nesse mês, nesse ano, para promover a vinda de novos valores para a vida política. “

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1 Comentário

Também subscrevo esse artigo, por completo. Nunca fiz parte de nenhuma jota e, apesar de esperar ainda vir dar o meu contributo à política, já percebi que se não existir um "background" das jotas é muito díficil ser levado em linha de conta.
Por estas e por outras é que chegámos ao ponto em que estamos.
Por falar nestas coisas, parece que o caríssimo Sérgio Ribeiro vai deixar Bruxelas entretanto. Apesar de não se um "votante" do PCP, reconheço a este ilustre Oureense uma capacidade de trabalho e um sentido de democracia que deveria ser exemplo para muita "raia miúda" que brinca aos políticos em Ourém.

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