contas municipais a cor de rosa mmxi, vii

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Tem sido vertido com insistência pela maioria socialista na câmara municipal um discurso de autocongratulação em relação às mexidas que houve no sector empresarial local. O raio é que, quando se confronta tal discurso com a informação inscrita em relatórios de gestão das empresas municipais, não se percebe onde é que estão atestados os motivos de satisfação ou louvor que o pessoal do ps proclama e reclama. Segue ilustração sobeja de como a conversa socialista sobre a «fusão» de empresas e os «ganhos de eficiência» faz parte de um dispositivo de ilusionismo, usado mais para difundir intrujice do que para reportar factos.

Como pode constatar-se, a ourémviva obteve em 2009 um resultado líquido do exercício positivo. Nos dois anos seguintes, 2010 e 2011, compreendidos já no mandato actual, apresentou resultados negativos. Esta evidência deveria bastar para que os oureenses fossem poupados aos delírios ou às fantasias do pessoal eleito pelo ps para a câmara municipal sobre os aludidos «ganhos de eficiência». Porém, como há muito tempo se vem percebendo, tal pessoal não é de ater-se a evidências ou de deter-se perante elas, menos ainda se essas evidências reflectem o resultado desgraçado de decisões por que esse mesmo pessoal é responsável. Daí que sejam valorizadas e promovidas politicamente as ficções levantadas com linguagem de guindaste, mundo onde a realidade, porque narrativa, é realizada - lei-se: distorcida - consoante a vontade do narrador. Adiante. À semelhança do que sucedeu no perímetro estrito do município - vide isto e isto -, importa observar que a dívida de prazo curto e o prazo de pagamento médio cresceram também na ourémviva. O que revela que a gestão do sector empresarial municipal foi contaminada pelo tipo de gestão que a maioria socialista na câmara municipal tem imprimido ao município. Concretizando, entre 2009 e 2010, a dívida da ourémviva a fornecedores aumentou mais de 200%, tendo passado de 74.369 para 227.780 euros. E entre 2010 e 2011 essa mesma dívida cresceu quase 190%, tendo atingido o valor de 652.913 euros. Em consequência disto - embora não apenas em consequência disto -, o passivo da ourémviva, que em 2009 correspondia a 35,8% do activo, em 2010 correspondeu a 64,1% e em 2011 correspondeu a 83,6%. Quanto ao prazo de pagamento médio da ourémviva, foi de 55 dias em 2009, derrapou para 143 dias em 2010 e atingiu os 204 dias em 2011. Ou seja, desde que o ps detém a maioria na câmara municipal e controla a gestão das empresas municipais, a dívida da ourémviva a fornecedores multiplicou-se quase por nove e a demora a liquidar tal dívida quase quadriplicou, tendo-se fixado no final do ano passado, em média, em quase sete meses.

Em face disto, quem quiser ser enganado que acredite na patranha dos «ganhos de eficiência». Pois o que está à vista para quem quiser ver e não se tenha deixado atordoar pelo anúncio de maravilhas postiças é que, como se não bastasse o município continuar a senda de fazer obra por conta de outrem, a ourémviva, entidade usada como braço subempreiteiro do município, revela ter uma orientação e uma prática de gestão semelhantes.

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