chapéus há muitos

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Ontem realizou-se uma sessão da assembleia municipal. Na fase final da mesma foi confirmado o que havia sido ventilado entretanto pela imprensa local. Uma votação que o presidente da câmara municipal decretou «absolutamente legítima» foi considerada inválida por dois pareceres jurídicos solicitados pela presidente da assembleia municipal, convergindo estes com o que havia sido sugerido numa peça de investigação jornalística publicada oportunamente pelo notícias de ourém. Em face disto, fica patente a acusação palerma que o presidente da câmara municipal dirigiu àquele semanário local na sequência da publicação da peça aludida. Para que conste e prova, as palavras seguintes foram proferidas por ele, a 30 de abril passado, no final de uma intervenção que fez numa cerimónia realizada na atouguia.

"Esta semana nós tivémos uma assembleia municipal muito dura, que começou às cinco da tarde e acabou à meia noite e meia, sete horas e meia seguidas, e[m] que a dada altura houve uma votação, que é absolutamente legítima, e logo um jornal escreveu acto nulo. O jornal às cinco da manhã, que é quando deve ter feito a notícia, lembrou-se de inventar uma leitura jurídica de uma coisa. Isto para vos dar um exemplo de como a grande luta é lutar pela verdade e lutar para que ela fique no consciente de todos. (...) Esta é a grande dificuldade, porque há quem se entretenha somente em criar confusão, somente em criar confusão. Senhora presidente da assembleia [municipal], desta vez está a ser atacada de uma forma injusta, incorrecta, que não faz qualquer sentido, porque não faz sentido que um jornal seja orientado por um blog na internet e que se crie uma lei nova com base no objectivo único de criar confusão".

Além da hipocrisia manifestada por quem se afigura em apóstolo da verdade e faz o oposto do que apregoa, neste episódio nota-se ainda a falta de hombridade revelada por quem, apesar de ter declarado pela honra própria desempenhar com lealdade a incumbência de presidente da câmara municipal, até ao momento não se dignou a retratar-se publicamente das acusações palermas que dirigiu ao notícias de ourém. Ou, em extensão da alucinação e da estupidez que revelou, o presidente do executivo municipal pretende que a associação nacional de municípios portugueses e a comissão de coordenação e desenvolvimento regional de lisboa e vale do tejo - as entidades responsáveis pelos pareceres jurídicos referidos - também são orientadas por «um blog na internet» e criaram «uma lei nova com base no objectivo único de criar confusão»?

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