operação «a uma só voz, a voz rosa, que é para não haver cá confusões», i

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Na última edição do notícias de ourém (n.º 3826, 20 de maio de 2011, p. 2) vem publicado um editorial que, dado o teor grave do mesmo, constitui motivo para atenção, preocupação e acção. O que é relatado e justifica sobressalto não é o que foi percebido pelo director do notícias de ourém como manifestação de arrogância e presunção de António Gameiro - parece que, além de ter puxado pelos galões de optimate, chegou ao ponto de comparar o tamanho da fotografia de identificação pessoal que acompanha os textos que ele subscreve nas páginas daquele semanário com o tamanho da fotografia da efígie de outro colunista. O que justifica sobressalto e acção consequente - inclusive das oposições, se não estiverem tomadas por estado de ausência ou torpor - é o que foi percebido e denunciado como tentativa de condicionamento de um semanário local, com avisos e recados em relação à orientação e aos conteúdos do mesmo e às consequências punitivas que, por causa de tais orientação e conteúdos, poderão decorrer de decisões que venham a ser tomadas pela câmara municipal. Tais avisos e recados, em modo agravado e ofensivo - porque em abuso manifesto -, além de se inscreverem na paranóia arcana e controladora do pessoal do ps e na campanha promovida por tal pessoal para iludir responsabilidades próprias, vêm na senda da alergia e do incómodo que o mesmo pessoal vem manifestando ter em relação ao pluralismo, aos direitos, às liberdades e às garantias dos cidadãos, elementos fundamentais das cultura e prática democráticas também em ourém. Por muito que custe admitir ou encaixar em algumas cabeças, tal pessoal não tem o monopólio ou uma reserva privilegiada do direito à palavra, à expressão pública ou à participação cívica. Daí que seja inadmissível e censurável - porque vergonhoso e perverso - que quem quer que seja ande para aí em manobras veladas a tentar estorvar ou dirigir o exercício da comunicação social local.
Isto não significa que a orientação e o conteúdo dos jornais locais não possam ser objecto de escrutínio. Porque qualquer jornal funciona com base no princípio da publicidade, tudo o que aí seja publicado pode ser apreciado, ajuizado e debatido no espaço público. Um exemplo. Às claras. Até porque o caso não é inédito. Também na última edição do notícias de ourém (n.º 3826, 20 de maio de 2011, p. 9) foi reproduzida uma nota do gabcom. Dado ser uma nota alinhada com o interesse e a conveniência da maioria na câmara municipal e que transmite uma avaliação política de matérias em que o pessoal do psd é implicado mas parece não ter sido ouvido - vá lá saber-se porquê -, justificava-se que, aquando a preparação da edição que saiu sexta-feira passada, o notícias de ourém tivesse tentado a auscultação da outra parte - o pessoal do psd - e desse conta da reacção dessa mesma parte ou, se nenhuma reacção tivesse havido, noticiasse o silêncio de tal parte. Assim, como sucedeu, na prática o jornal publicou apenas a versão da maioria actual na câmara municipal sobre o assunto, versão que, porque não acompanhada de contraditório, se impôs como única, não sendo dada expressão da pluralidade existente também no plano institucional e orgânico do município. Pluralidade que, apesar do registo de algumas notas do gabcom, os oureenses têm o direito de conhecer.

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