Carta Aberta

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Recebemos o seguinte comunicado da concelhia do PCP de Ourém.

Em 19 de Abril foi, por esta comissão concelhia, enviada ao Notícias de Ourém uma carta, que terminava solicitando publicação. Passaram as edições de 22 e de 29 de Abril sem que tal solicitação tivesse sido atendida, ou sem que tivesse havido, da parte da direcção ou da redacção do NO, qualquer reacção. Estranhava-se, na carta, a indiferença perante um acontecimento em que estiveram presentes o director de um jornal com 80 anos de publicação, dos quais 43 numa clandestinidade duramente reprimida, e uma senhora que, aqui em Ourém, viveu anos da sua juventude nessa dura clandestinidade, acompanhando os pais, responsáveis por tipografias clandestinas onde tal jornal se editava. Indiferença para que apenas se pode encontrar explicação numa atitude de discriminação político-partidária. Ora a essa indiferença, tão pouco deontológica, veio juntar-se a não satisfação do pedido de publicação, e a falta de qualquer explicação. Como estes factos não perdem oportunidade, a concelhia de Ourém do PCP insiste na solicitação da publicação da carta aberta que, de novo, se remete aos director e redacção do Notícias de Ourém, e torna pública a sua posição e a dos responsáveis pelo jornal da cidade em que exercem os seus direitos de cidadania, neles incluindo um tratamento ético por parte da comunicação social.

Carta aberta à Direcção e Redacção
do Notícias de Ourém

Exmos. Senhores Director e Chefe de Redacção

A Concelhia de Ourém do PCP dirige-se a V.Excias. para manifestar estranheza pelo silêncio nas páginas do Notícias de Ourém sobre a iniciativa que promoveu em 9 de Abril corrente.
A iniciativa destinava-se a assinalar os 90 anos do Partido Comunista Português e os 80 anos do avante!, jornal que se publica desde 1931, e até 1974 o fez clandestinamente, o que não tem paralelo na imprensa mundial.
A presença entre nós do actual director desse jornal justificaria respeito e interesse da parte de quem está ligado, independentemente de qualquer posicionamento político-partidário, à comunicação escrita, como seu profissional ou "da arte".
Mas não nos ficámos por aí e, transcendendo qualquer pequeno ou mesquinho aproveitamento partidário, procurou-se que a iniciativa reforçasse o lado humano e até afectivo, e trouxemos a Ourém - nessa qualidade - alguém que em Ourém viveu e cresceu clandestinamente, filha de um casal responsável por uma tipografia clandestina, e que muito tinha a contar - e contou, com pormenores humaníssimos! - sobre o que foi a sua vida de criança nos Castelos e na Corredoura. De que guardou saudades, e onde deixou indeléveis recordações, quando uma tipografia clandestina esteve nestes lugares, e daqui saia o avante! para todo o País.
A nossa pequena sala foi... pequena, e bem se justificaria o título "PCP encheu a sala"! Encheu-se, na verdade, "a deitar por fora", e com quem quis participar na iniciativa. Foi tudo - não se tem pejo em o dizer - ... muito bonito!
Poderia, talvez, tentar justificar-se a não-presença da comunicação social oureense, e particularmente do Notícias de Ourém, por se querer manter à margem de eventos de cariz partidário, mas tal critério é frequentemente negado, e muito recentemente o foi quando dedicou largo espaço a uma iniciativa partidária, sem se hesitar "encher uma sala", em título de parangonas, onde se teria estado longe de atingir a lotação que, em reuniões de Assembleia Municipal, se ocupam pouco mais de 30 lugares.

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