eu é que fico nú. bem queria.

| Sem Comentários

Gobbledigook from Sigur Rós on Vimeo.

continuo a achar que o texto do Mirante tem a gravidade que o Sérgio não atribui no oportuno e bem fundamentado comentário que fez e, por isso, me leva a esclarecer aquilo que inicialmente entendi que não carecia de grande explicação.

humor é humor. mesmo quando, como diz o Sérgio, não tem graça ou, como digo eu agora, é estúpido, pode ser tolerável. nenhum problema com isso. a parvoíce, tal como nós, também é livre. o problema é que isto é um pouco mais que parvoíce. acho...

até hoje não tenho tido qualquer tipo de simpatia pelo estilo de Paulo Fonseca. não é coisa que tenha que ser pública, mas também não é segredo nenhum. também não me cabe a mim advogar em sua defesa, até porque não o vejo como um coitadinho de coisíssima nenhuma, quer seja neste caso em particular, quer seja em tantos outros que por aí abundam. enfim, desde os espectaculares fenómenos pimba protagonizados pelo Fonseca ♥ e logo devidamente propagandeados pelo gabinete de comunicação - que por me causar tanta aflição o populismo barato, já começo a dispensar ver ou rever -, à própria postura com que Paulo Fonseca e a maioria dos membros do clube rosa-laranja estão na politica, não me faltam razões para não ter pena de quem colhe aquilo que semeia.

duas coisas mais ou menos engatadas uma na outra: forma e conteúdo.

sobre a forma, devo começar por dizer que não estou minimamente familiarizado com o formato em papel do jornal em questão - nem tenho que estar para ler online -, como não estou com a maioria dos jornais locais ou nacionais que, por regra, não compro. para ser sincero, devo de o ter folheado o Mirante em papel uma ou duas vezes, se tanto. tenho preferência pela informação em digital. é ao go$to de cada um.

não vou querer dizer com isto que não percebi que se tratava de uma tentativa de humor, feita numa coluna de um jornal que, como tantos outros - permitam-me agora especular um pouco -, ainda parece estar meio perdido na passagem da tinta para a rede e é copy-paste, tal e qual está, directamente para a WWW. no entanto, a confiar no que diz o Sérgio, a coisa no seu contexto gráfico é óbvia quando vista na edição à antiga. ainda bem.. menos bem está no html que em nada diferencia as secção de artigos normais e as secções de humor ou de opinião. mais grave é quando se emite o conteúdo de um jornal digital da forma como o Mirante o faz. é que estas coisas de publicar artigos na rede devem de ser minimamente cobertas pela responsabilidade de quem o faz. por exemplo, a malta do Mirante, ou do triste humor publicado pelo Mirante, devia de saber que os seus artigos são indexados sem distinção do tipo de conteúdo por esse mundo fora, onde são apresentados todos por igual. artigos informativos, a par de tristes tentativas de humor e, ainda mais chato, onde se fazem passar por conteúdo noticioso. por exemplo, é favor de espreitar isto ou isto, que, depois de visto, até pode levar a pensar que a atitude do Mirante não é assim tão ingénua. por exemplo, o jornal Público tem o cuidado de publicar o seu bom humor num subdomínio do seu principal.

mas não fosse o conteúdo da coisa, e tudo isto só me dava apenas uma comichão. 

a base do ensaio humorístico do tal cavaleiro andante são, segundo palavras do próprio, duas fotos no meio de dezenas de outras com comentários do seu amigo José Luís Cruz na sua página pessoal do Facebook. portanto, proveniente de uma rede social onde há conteúdo publico e privado. importa relembrar: há conteúdo que todos têm acesso, conteúdo onde só os utilizadores registados têm acesso, conteúdo onde os amigos dos amigos ou somente os amigos têm acesso, ou, ainda, conteúdo onde só determinado grupo de amigos, definidos a dedo e a gosto, poderão navegar. parece simples: é à vontade do freguês. embora, em boa verdade, a maioria dos utilizadores anda completamente a leste destas potencialidades... mas adiante.

confesso que não percebi bem de onde vieram o raio das fotos - das quais só uma acompanha o artigo. se da própria página de Paulo Fonseca, se do tal José Luís Cruz. o autor diz pouco e de forma embrulhada, mas refere: estas fotos e estes comentários públicos (...),  públicos!? então mas se são públicos, onde? se são públicos é natural que queira ver? ou não? não há ligação? se não há ligação, nem refere minimamente a fonte, é normal que eu suspeite que, por outras razões que não as de bon vivant, seja o cavaleiro andante quem aqui se assemelha mais a Silvio Berlusconi. .

ora, de onde quer que tenha vindo a foto, de fonte publica não parece ter sido. até à data, o perfil de Paulo Fonseca, nem sequer está disponível aos visitantes não registados e, mesmo que esteja registado no facebook com alguns amigos em comum - como é o meu caso -, isto é tudo o que é possível ver no que diz respeito a fotos.

no caso de
José Luís Cruz - que já tem um página pública na rede em -, isto também é tudo o que, até à data, é possível ver.

se não é publico, e se é informação referente à vida pessoal de alguém que a colocam disponível de forma privada e que em nada interfere com os cargos públicos que desempenham, então - e muito simplesmente digo - eu dispenso ver ou ouvir falar. não me interessa e ponto. seja sobre a forma de humor ou de outra coisa qualquer. e nem é uma questão de gosto pessoal, embora seja uma questão de boas maneiras. recuso-me que  involuntariamente seja envolvido em esquemas de caça às bruxas, a que tudo isto se assemelha.

publicar uma foto privada é um pouco mais do dizer isto ou aquilo. mesmo que seja com intenções de humor, como foi o caso, onde se tolera praticamente tudo. conteúdo privado - neste caso uma foto - obtido de forma nada séria é intolerável.

por ser intolerável deverá ser evitada. como podia e devia ter sido evitada por parte do mirante. pela mesma razão que não se publica conteúdo privado referente à vida pessoal de alguém, pela mesma razão que não se espalham fantasmas ou ainda, se quisermos, pelas mesmas razões que levam um jornal querer ter um comportamento credível perante quem o lê ou perante quem investe lá dinheiro na promoção da sua imagem.

é triste haver alguém que vai fazendo a sua vidinha tentando fazer um humor que está abaixo de muita conversa de taberna, metendo em causa e de forma gratuita a sobriedade de alguém com recurso a conteúdo obtido de forma injusta e desleal. é que, para além de ser algo muito feio - e se calhar até ilegal, quem sabe.. - é algo que um editor que se preze não deve admitir. nem numa coluna de humor da revista caras! parece-me.

há princípios básicos. o principio do respeito pela vida privada de alguém, parece-me ser um deles.

e já que estou com as mãos na massa, não resisto ainda a olhar um pouco para a ridícula mensagem humorística do cavaleiro. afinal, que mal tem beber uns copos e divertir-se com os seus amigos? qual é o problema? é assim maluquice tão grande? se calhar é a maluquice que falta ao cavaleiro. se calhar, menos intriga de facebook fazia bem... por mim, o Paulo Fonseca - no seu tempo livre - pode cantar, tocar, assobiar, dançar, beber e, se assim quiser, fumar o que bem lhe apetecer. não e me interessa e não me diz respeito. desde que o gabinete de comunicação não ande atrás a tirar fotos ou fazer filmes da parodia, tudo bem. o que poderá ter algum mal - a título de exemplo - é o facto de Paulo Fonseca meter-se em esquemas da maquina rosa que em nada contribuem para um melhor desempenho de algo que alguém lhe confiou e que merece e carece de dedicação total no seu tempo de trabalho, sem guitarras, nem concertinas.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38