operação «filosofar para cima», ii

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Chamar «implementação de uma nova filosofia de cobrança» ao aumento de tarifas e taxas por conta do tratamento de resíduos sólidos urbanos e águas residuais e da conservação dos esgotos não é eufemismo, é estupidez franca. Nisto não há avatar.
Segue um exemplo, uma ilustração, para se perceber o enredo.
Abaixo, na extensão do post, estão duas facturas da veolia referentes a um cliente doméstico, uma datada de novembro de 2009, a outra datada de janeiro de 2010, mês a partir da qual vigora o tarifário de água novo, assim como as demais tarifas e taxas mencionadas. Analisando as facturas com detalhe constata-se que:

a tarifa de disponibilidade da água passou de 3,37€ para 3,27€, o que corresponde a uma diminuição de 3%;
o conjunto das tarifa e taxa referentes ao tratamento de resíduos sólidos urbanos passou de 1,99€ para 2,52€, o que corresponde a um aumento de 26,6%;
o conjunto das tarifa e taxa referentes à conservação dos esgotos passou de 2,22€ para 2,71€, o que corresponde a um aumento de 22,1%;
a tarifa referente ao tratamento de águas residuais passou de 0,55€ para 0,22€, o que corresponde a uma diminuição de 60%.
Embora o consumo de água tenha sido semelhante nos dois períodos cobertos pelas facturas consideradas, o valor da factura mais recente é superior ao da factura anterior. Ou seja, o total da factura de janeiro de 2010 (8,88€) é superior em 7% ao total da factura de novembro de 2009 (8,30€). 7%. Atentando ao mesmo caso, a «implementação da nova filosofia», essa, resultou num aumento de 14,5% do conjunto das tarifas e taxas de tratamento do lixo e das águas residuais e de manutenção do sistema de esgotos - passou de 4,76€ para 5,45€. 14,5%. Tal aumento, enquanto aumento - e não enquanto «filosofia nova» -, nunca foi referido, enunciado ou assumido no comunicado da câmara municipal. É isto a transparência apregoada por Paulo Fonseca? Se é, vou ali e já venho, porque não difere da nebulosa das eras de David Catarino e Vítor Frazão.
Em face das observações feitas - pelo menos no caso exposto e em vários outros casos que também foram apreciados -, por o aumento das tarifas e taxas referidas ser claramente superior à redução do tarifário da água, poderia dizer-se à rapaziada que manda por ora na câmara municipal para ir gozar com o raio que a parta. Mas, à semelhança do que sucedeu outrora, é capaz de não valer a pena tal empreitada. Se Paulo Fonseca e turma restante não se incomodam com o que as pessoas já vão dizendo e repetindo por aí, «afinal estes são iguais aos outros», é deixá-los andar à vontade, a implementar filosofias novas à maneira antiga. Que têm o mesmo jeitinho estúpido para tentar enrolar a malta não pode ser negado.
novembro-2009.jpg janeiro-2010.jpg

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