Fátima território de fé e do Mundo

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Recebemos do Dr José Alho para publicação, a sua colaboração editada na passada semana no Jornal de Notícias, sob o título acima referido, rúbrica "Passeio Público", daquele jornal.
O artigo: "Milhares de peregrinos voltaram a encher Fátima numa demonstração de que , apesar das crises, os apelos da fé continuam presentes nos fiéis e determinam a repetição destes rituais ano após ano! Em Agosto as peregrinações em Fátima assumem um carácter diferente pois são marcadas predominantemente pela presença de emigrantes, que oriundos dos quatro cantos do Mundo, ai querem marcar presença devota, solicitando auxílio ou agradecendo benesses perante a imagem da Senhora. O protagonismo religioso de Fátima mantém-se intacto ao longo dos anos, enquanto os milhões de peregrinos continuam a procurar essa mensagem e conforto espiritual para a rudeza do quotidiano. Por força destas circunstâncias Fátima é o terceiro destino de visita em Portugal, depois de Lisboa e Algarve, originando uma dinâmica que envolve o território de acolhimento e uma plêiade de actores da administração, sociais e económicos, que no dia a dia incrementam um modelo de desenvolvimento que tem como origem o mercado da fé, mas que se expande para diversificados mecanismos e estruturas com forte interacção local e regional. Olhando para as condições que têm vindo a ser criadas para enquadrar este singular fenómeno de visitação ficamos desapontados pela sua desproporcionalidade face às exigências e expectativas dos visitantes. Enquanto por todo o Pais assistimos a uma dinâmica de requalificação urbana que tenta garantir melhor qualidade de vida aos cidadãos, dos aglomerados urbanos mais significativos aos mais modestos, em Fátima parece que esse desígnio custa a arrancar, sendo pouco visível ao nível da concretização efectiva. Não fora a iniciativa da Igreja na infra estruturação do território religioso e o empreendorismo dos agentes económicos e teríamos um destino parado no tempo a perder competitividade para outros santuários da Europa. Não se entende porque razão obras de requalificação urbana, como o desnivelamento da avenida tangente à nova Igreja da Santíssima Trindade não são realizadas quando têm financiamento da Administração Central há mais de 3 anos, assim como não se compreendem os atrasos injustificados na definição e aprovação de Instrumentos de Gestão do Território fundamentais para a sua renovação e qualificação, apenas a titulo exemplificativo. Fátima mantêm a tal singularidade que lhe é conferida pelos milhões de visitantes e pelo que representam em termos de oportunidade de desenvolvimento, mas também pelas fragilidades e insuficiências administrativas, financeiras e politicas com que se debate para o cumprimento de objectivos de desenvolvimento estratégico coerentes com o seu potencial. Esta contradição representa um desafio que tem de ser agarrado num debate com seriedade e profundidade depois de passados os tempos sempre conturbados dos períodos eleitorais, mas que não pode apenas ser lembrado de 4 em 4 anos para cumprir calendário e sossegar opiniões. Fátima merece uma reflexão sobre o seu estatuto político - administrativo e uma acção consequente e positiva de modo a honrar o seu significado no País e no Mundo! "

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