Paralelo tóing, i

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Não é de agora que, em Ourém, o pessoal do psd revela desatino e incoerência grossa. E investe em prosa a ensaiar o engano da malta. Facto que suscita dúvidas sobre a consistência política desse mesmo pessoal. Atente-se.
Na última edição do Notícias de Ourém (n.º 3728, 5.Junho.2009, p. 11) foram publicados um comunicado e um esclarecimento da secção local do psd. Juntos, o comunicado e o esclarecimento ocupam mais de 2/3 da página em que foram estampados.
Começando pelo esclarecimento, percebe-se que o objectivo do mesmo é declarar como desnecessária uma iniciativa que Paulo Fonseca tomou recente e voluntariamente: escrever ao secretário de estado adjunto e da administração local no sentido de o sensibilizar para a resolução de qualquer problema que exista e esteja eventualmente associado à candidatura do município de Ourém ao programa de regularização extraordinária de dívidas do estado (prede) (vide Notícias de Ourém, n.º 3727, 29.Maio.2009, p. 5). A este propósito, convém recordar algumas peripécias. Nas vésperas do fim do prazo para a apresentação de candidaturas ao programa referido, David Catarino, então presidente da câmara municipal, afirmou em sessão da assembleia municipal que o município de Ourém não iria apresentar candidatura alguma por não ser necessário e justificado, na medida em que não se encontrava em situação de desequilíbrio financeiro. Certo é que poucos dias após esta declaração a candidatura foi apresentada. Na primeira vaga de aprovações, a candidatura não teve resposta positiva. Após reacção da câmara municipal em defesa da candidatura, a mesma está a ser objecto de reapreciação governamental. E está a demorar. Dos meandros dos gabinetes do município ou do governo e da tramitação do processo aí sabe-se pouco. O que se sabe é que, num lote de oitenta municípios, a candidatura oureense, à semelhança do que sucedeu com outras dez, não foi aprovada. Sabe-se ainda que pessoal do psd afirmou vezes várias e em circunstâncias diversas que a documentação que suporta a candidatura ao prede é impecável e não merece reparo algum. E sabe-se que os 11,4 milhões de euros a que o município se candidatou davam muito jeito, para liquidar as dívidas a fornecedores e prestadores de serviço, liquidação essa que, no final do ano passado, em termos médios, demorava aproximadamente onze meses, quase um ano. Ora, dando de barato que Paulo Fonseca é interessado no caso, porque é oureense e, mais, perfilou-se como candidato à câmara municipal de Ourém, faz sentido classificar como desnecessária a iniciativa dele? Não. Se por motivo nenhum mais, pelo facto de o próprio pessoal do psd, no comunicado publicado ao lado do esclarecimento, desafiar António Gameiro a interceder junto do governo sobre o mesmo assunto. Ou seja, os mesmos cérebros que classificaram como desnecessária a intervenção de um dirigente socialista em determinado caso, exortaram outro dirigente socialista a ter intervenção no mesmíssimo caso. Afinal, para o pessoal do psd, designadamente Vítor Frazão, é necessário ou é desnecessário a intercessão de socialistas locais junto do governo no que concerne à candidatura ao prede? Por que é que o pessoal do psd declara desnecessária uma iniciativa de um dirigente socialista sobre determinada matéria e, ao mesmo tempo, reclama a intervenção de outro dirigente socialista sobre o mesmo assunto? É para gozar? Mais: por que é que Vítor Frazão, que se afirmou disposto e disponível para envidar esforços sob o princípio da cooperação e da unidade política - apesar das diferenças partidárias -, classificou como desnecessária uma iniciativa de alguém em prol dos interesses municipais? Como é óbvio, isto não é coerência. É destempero. E discorda demasiado do parlapié de Vítor Frazão sobre o «espírito de unidade» e mais não sei o quê, porque «afinal somos todos oureenses».

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