Da clarividência

| Sem Comentários
No sentido em que obriga a limites e é decorrência de vigilância crítica - propriedades que definem o juízo -, a coerência é um factor que suscita confiança, porquanto quem afirma posições coerentes tende a revelar-se ponderado e regular, o que, por sua vez, permite estimar a priori com probabilidade maior - e, portanto, risco menor - o modo como esse quem se comportará. Vem isto a propósito do facto de, na sexta-feira penúltima, na sessão de apresentação pública dos candidatos pelo psd a presidente dos executivos do município e das freguesias de Ourém, Vítor Frazão ter declarado ter "ideias muito claras sobre o que se pretende para este concelho", ideias que irão ser apresentadas entretanto "à guisa de programa eleitoral", ao mesmo tempo que anunciou ter a intenção de criar uma espécie de comissão de sábios oureenses, "para estudarem e diagnosticarem o rumo a seguir, contribuindo para a melhoria da nossa capacidade de afirmação, definir uma visão estrutural e estratégica com vista ao desenvolvimento harmonioso do nosso concelho", ou seja, para darem ideias muito claras do que é necessário ser feito por cá (vide Notícias de Ourém, n.º 3726, 22.Maio.2009, p 6). Ora, como resulta óbvio, das duas, uma. Ou a tal comissão pouco mais tem que fazer do que ouvir Vítor Frazão, que afirmou ter ideias muito claras sobre o que Ourém precisa; ou Vítor Frazão não tem as tais ideias muito claras, no sentido em que propõe criar um grupo de trabalho para aclarar o que é necessário fazer em Ourém. Como é evidente, a bota não bate com a perdigota. O que não é sinal bom. E também não é novidade.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38