Oz, ii

| 1 Comentário
Aquando o último impulso forte com o objectivo de criar o município de Fátima, várias pessoas, entre as quais Vítor Frazão, assumiram voluntariamente um compromisso grave. Se o município referido não fosse criado, demitir-se-iam dos cargos para os quais haviam sido eleitas. Como é sabido, o município de Fátima não foi criado e Vítor Frazão não respeitou o compromisso que, junto com outros, havia assumido. A explicação dada por ele para tal comportamento é que, perante a não criação do município de Fátima, «sondou» várias pessoas e, depois, concluiu que a sua saída seria «muito prejudicial para a vida municipal» (in Ourém e seu Concelho, n.º 885, 15.Março.2009, p. 6). Atenção, muita atenção: isto não é exagero, isto é humildade no seu expoente máximo possível. Até ofusca. Porque toda a gente sabe que, se Vítor Frazão tivesse cumprido o compromisso que assumiu, teria acontecido em Ourém o dilúvio e o fim do mundo ao mesmo tempo. Para se ter um termo de comparação, teria sucedido o mesmo que está a acontecer agora devido ao facto de David Catarino, não um vereador mas o presidente da câmara municipal, ter-se posto a andar. Salve-se quem puder. Como surge óbvio, por estrita responsabilidade dele, o cadastro político de Vítor Frazão não saiu limpo deste episódio. Porque, se alguém assume um compromisso grave, é suposto que não o faça de modo irresponsável, com leviandade ou sob reserva. Se tinha dúvidas quanto à atitude a tomar, Vítor Frazão deveria ter feito a «sondagem» antes de assumir o compromisso referido. Por outras palavras, se não estava em condições de assumir tal compromisso, não o deveria ter feito. Seja como for, em termos políticos, a gravidade do compromisso assumido por Vítor Frazão era sobretudo simbólica. O que significa que, se Vítor Frazão tivesse honrado a palavra empenhada voluntariamente por si, à data tal gesto não teria tido repercussões políticas relevantes, no sentido em que constituiria a afirmação de uma posição e a assunção pessoal das consequências disso, afirmação e assunção semelhantes às de outras pessoas, que não renegaram o compromisso assumido. Na prática, «fruto da democracia e das leis que governam o país» - palavras inscritas num comunicado recente do psd -, outra pessoa teria substituído Vítor Frazão. O que, convenhamos - e reitere-se: «fruto da democracia e das leis que governam o país» -, não pode dizer-se que teria sido «muito prejudicial para a vida municipal». Talvez tivesse sido mais, quiçá muito mais, prejudicial para o currículo e para a trajectória política de Vítor Frazão. No sentido em que, convém não iludir, se tivesse honrado o compromisso que então assumiu, é plausível que Vítor Frazão não fosse actualmente presidente da comissão política da secção local do psd e presidente da câmara municipal de Ourém.

1 Comentário

não há por aí uma arca de noé?

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38