Antes e depois

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Vítor Frazão, presidente da câmara municipal de Ourém por concessão provisória de David Catarino e sob o espectro suspenso deste, anda a tentar fazer bonito. Ainda bem, porque tem muito que fazer, visto não serem poucos os imbróglios que há por aí. Desde já é evidente o propósito de, como quem tenta matar o fantasma tutelar, renunciar ao legado e aos modos de David Catarino. O que sucedeu com a universidade sénior é exemplar. Há poucos meses, após processo de concertação e preparação de tal projecto, a câmara municipal demarcou-se da iniciativa, através de comunicado publicado na imprensa local. Ao fazê-lo, David Catarino e a maioria do psd no executivo municipal - e, portanto, Vítor Frazão - tinham consciência de, com tal decisão, pelo modo e pelo momento, estarem a dificultar de modo significativo ou a inviabilizar o arranque da universidade sénior. Certo é que, mesmo sem o apoio da câmara municipal, o projecto avançou, concretizou-se e, de acordo com o que vai sendo veiculado e testemunhado, estão a ser atingidos os objectivos propostos e ultrapassadas as expectativas iniciais. Porreiro, pá. Ora, em face disto, o que fez agora Vítor Frazão? Convidou a comissão instaladora da universidade sénior e, à cuco, como se antes não andasse por aqui e não tivesse responsabilidade política na decisão tomada de afastar o município do projecto, reconheceu a «função nobre» desempenhada pela universidade sénior, manifestou-lhe «apoio total» e informou estarem a ser estudadas medidas para concretizar tal apoio (vide Notícias de Ourém, n.º 3708, 30.Janeiro.2009, p. 2). A cambalhota é bonita e não passa despercebida. O que suscita uma interrogação: Vítor Frazão fez o que fez agora por oportunidade ou por oportunismo? Consoante a resposta, fica-se a saber o aconteceu antes. Porque ou houve tibieza de Vítor Frazão e do psd perante o anterior presidente da câmara municipal ou houve cumplicidade com o destemperamento revelado por ele. Saber o que aconteceu - porque das duas, uma - é o custo que decorre da solidariedade e do pacto com David Catarino. Nódoa é nódoa. E vê-se.

11 Comentários

"Maior cego é aquele que não quer ver", lá diz o ditado e ao que parece é bastante antigo. Ora se o Dr. Victor Frazão, na qualidade de Presidente da Câmara, entende que deve corrigir algo que entende não estar correcto, qual é o mal disso. Tal acto só revela nobreza no carácter e reconhecimento da causa. Disse-o noutros tempos Mário Soares, "só os burros é que não mudam", parece que neste caso parece mal a alguém que o Dr. Victor Frazão dê reconhecimento e apoio a algo que beneficia o Município. Não vejo onde está o problema, quem sai a ganhar neste caso são os Oureenses. A mim não me incomoda, mas parece que isso incomoda alguém.
Porque será?

OK pfig! surrendered!
for now! LOL
;)

Eu tb na vejo onde tá o problema, sr. psd de 3ª!
o prof "em suspensao" tb fez o mesmo ha poucos dias: deu o dito por nao dito!
e na lhe aconteceu nada de mal!
foi 1 bom prof!!!
deu (e dá) boas liçoes!...
e tem bons alunos!...
ah! e este k está lá agora, tb é assim!
mta fixe como o outro!
até se pode aplicar este ditado do zé povinho(coitadinho k continua sp lixado!)
"Kem sai aos seus, na é de genebra!"

hesito entre o conselho do pfig (subscrito aqui ontem no comentário das 6.39 pm) e o respeito que me merecem os adeptos esforçados da benzina (vide comentário de ontem das 4.37 pm). opto pelo respeito, consciente de que provavelmente pagarei por esta opção irremissível.

sou alheio ao que parece aos outros, em particular ao que parece a quem, numa multiplicação, usando factores exactos chega a um produto aproximado – refiro-me à operação extraordinária: «500 refeições a 10€ cada dá mais ou menos 5.000€». mesmo que as aparências sejam declaradas por esse quem na sequência de um post que escrevi, reitero: sou alheio ao facto. sou responsável pelo que escrevo, não sou responsável pelo que os outros lêem e menos ainda pelo modo como os outros interpretam (ou não interpretam) o que escrevo. seja como for, não me espanta que quem faz multiplicações como a referida atrás seja capaz de, lendo o que escrevi, descobrir justamente o contrário do que escrevi. suspeito que o raciocínio por aproximação, o do «dá mais ou menos», permite chegar a tais resultados. parecer-me-ia mais estranho – agora sou eu a emitir o parecer, embora sob condição – se quem raciocina assim tivesse lido o post em causa e lhe tivesse parecido que a tarifa dos parquímetros em ourém foi aumentada estupidamente (mais ou menos 100%, ainda que, ao que parece, mais para mais do que para menos). não lhe teria parecido mal – porque as coisas são o que são –, mas, não obstante, a verdade é que do post referido não dava para parecer tal, excepto por alucinação.

vamos lá então ao caso. no comentário das 4.37 pm de ontem foi referido que «Vítor Frazão entendeu que devia corrigir algo que entendeu não estar correcto». se assim entendeu – e se o entendimento não foi ditado por oportunismo, visto aproximar-se um horizonte eleitoral -, entendeu muito – não era necessário entender tanto, dadas as evidências –, entendeu como deve ser e entendeu tarde. porquê? porque, se agora deu «reconhecimento e apoio a algo que beneficia o município», antes - há escassos meses, não foi no tempo em que havia dinossauros a pastar aqui – Vítor Frazão não o fez. David Catarino não deixou? Vítor Frazão não quis? Vítor Frazão não conseguiu? não sei. o que sei é que agora Vítor Frazão se revelou disposto a resolver um problema – ainda e muito bem -, problema para o qual contribuiu decisivamente. porque era vice-presidente da câmara municipal de ourém. e era, como é, presidente da comissão política da secção de ourém do psd, partido político que detém a maioria no executivo municipal.

três observações mais.

admita-se este exercício especulativo. caso a universidade sénior não tivesse arrancado, uma vez que a câmara municipal lhe tirou o tapete nas vésperas disso acontecer, Vítor Frazão teria convocado agora a comissão instaladora respectiva? ou seja, na eventualidade de a universidade sénior não ser pública e notoriamente um caso de sucesso – é-o porque a comissão instaladora persistiu no projecto e a junta de freguesia de n.ª s.ª da piedade o apoiou -, Vítor Frazão teria feito o que fez agora?

quando foi necessário evitar ou corrigir erros grosseiros durante o consulado de David Catarino, viu-se o que Vítor Frazão e o psd de ourém fizeram. nada consequente. erros involuntários cometem-se. erros por destemperamento, de quem quer que seja, evitam-se. Vítor Frazão não o fez. e não o fez por vontade, tendo preferido revelar respeitinho – o nome simpático da subserviência - ao então chefe da câmara municipal, ou por incapacidade, não tendo sido capaz de, por esclarecimento ou intervenção política, evitar um erro. erro que, para além de ser perfeitamente evitável, afectou uma iniciativa que, pelo modo como foi constituída e pelos seus objectivos, percebia-se meritória.

no plano da acção pública - neste caso municipal -, não me incomoda que alguém corrija erros, incluindo os erros que cometeu. incomoda-me que alguém não evite o cometimento de erros estúpidos e pactue com eles, mesmo que depois, pouco depois, os venha corrigir ou tentar atenuar. neste sentido, se não motivado por oportunismo, o mea culpa de Vítor Frazão foi bonito. mas não tão bonito que iluda a fealdade de um erro escusável e em relação ao qual foi também responsável. estar sob a alçada de David Catarino tem as suas consequências. algumas não são bonitas. c’est la vie. en orange.

ó meu caro, a política é a arte do possível para quem não faz da política (e da vida) a luta pelo impossível!


Impossível em politica é fazer manifestações em Tianamen, impossível em politica é um Cubano querer emigrar, impossível em politica é querer fazer uma manifestação na Venezuela de Hugo Chaves.
Cá, com ou sem Freeport, sempre vamos alternando em democracia e por vontade de quem vota.

continuamos na mesma...se az e pq faz...se nao faz e pq nao faz...eu sei de 3 ou 4 assuntos em ke o dr Frazao ja alterou decisoes erradas ou mas...que vinham do anterior..falar e facil..mas catarino nao dava baldas...o dr sergio sabe de uma dessas alteracoes...

"mas catarino nao dava baldas..."

Isso quer dizer que agora há quem as dê?!!
Vamos ficar atentos mas parece-me que tem razão: o caso da pista de ultraleves pode considerar-se já uma amostra das mesmas... digo eu que nem sou de cá...

Sérgios há muitos nesta terra, drs. sérgios há mais que um a aparecer por estas e outras páginas. Por isso, que fique claro que o dr. sérgio referido em comentário a um "post" de um outro dr. sérgio (o sf) sou eu, sérgio ribeiro. E não tenho qualquer pejo ou dificuldade em confirmar que houve alteração uma alteração no depois que o sf caracteriza. Que confirmo, e espero ver confirmada. Por agora, apenas acrescento que para essa alteração não foram indiferentes tomadas de posição, e que não faço, por ora, comentários a não ser o de que me lembro de José Cardoso Pires ter escrito (no suplemento literário do DL), há décadas, aquando de uma certa "mudança na continuidade", sobre o estilo dos homens. É que é verdade, como então lhe respondi (no suplemento económico), que o estilo é o homem e que há homens de estilo!

Concordo.

Se faz é porque faz, se não faz é porque não faz. Se corrige, porque é que o fez, com que intenções... Há sempre o espectro da cabala a pairar.

Mas quem é que é capaz de contentar esta gente!

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