Com intermezzo no wc

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Aconteceu na passada sexta-feira mais uma sessão da assembleia municipal de Ourém. À ordem de trabalhos original foi acrescentado um ror de pontos, um dos quais, o 2.12 - "apreciação e votação do pedido camarário relativamente à moção apresentada pela junta de freguesia de Alburitel no que respeita ao ic9 - nó de Alburitel" -, visava servir de desagravo e amparo simbólico de actos de David Catarino.
Resumidamente, o que sucedeu foi que, face à inviabilização de um nó do ic9 em Penigardos, consequência da avaliação negativa do seu impacto ambiental, David Catarino defendeu junto das instâncias com responsabilidade pelo traçado da via referida que fosse considerada uma alternativa à localização do nó rejeitado, no Carregal, prescindindo do nó de Alburitel, que já havia sido avalizado. Isto porque, segundo David Catarino, para além de ser necessário um nó de acesso ao ic9 mais próximo da cidade de Ourém, andam para aí uns zunzuns a dizer que estariam previstos muitos nós desses aqui para estas bandas. Isto foi o que David Catarino referiu na sessão da assembleia municipal de 18 de Abril (vide Notícias de Ourém, n.º 3673, 2.Maio.2008, p. 5) e voltou a referir na sexta-feira última. Entretanto a malta de Alburitel reagiu publicamente, contra a proposta e a intervenção de David Catarino (vide Notícias de Ourém, n.º 3678, 6.Junho.2008, p. 11). Os órgãos da freguesia tomaram e afirmaram posição. O mesmo fizeram os fregueses, através de um abaixo assinado. Posto isto, é curioso que só após os órgãos da freguesia de Alburitel - e as suas gentes - terem afirmado e tomado posição é que David Catarino procurou o conforto da assembleia municipal. Adiante.
O debate sobre a questão em apreço decorreu sem incidentes destoantes, salvo a acusação feita ao presidente da câmara municipal de, com a alternativa que propôs, pretender matar Alburitel. É óbvio que David Catarino não quer matar Alburitel, como também é óbvio que o nó de Alburitel é a melhor serventia de acesso da freguesia referida ao ic9. Mas o problema em equação não implica só Alburitel, implica a cidade de Ourém igualmente. E implica outras variáveis - ou incógnitas -, relacionadas com a oportunidade e o timing da reacção de David Catarino. Por exemplo, a esta altura do campeonato, quanto tempo é necessário para, em termos consequentes, apreciar a hipótese de um nó de ligação ao ic9 no Carregal? Há garantia ou indícios de que o resultado da avaliação do impacto ambiental desse nó eventual será diferente do resultado da avaliação do nó de Penigardos? São importantes as respostas a estas questões.
Findo o debate sobre esta matéria, verificou-se que a barraca estava montada. Ninguém sabia o que, afinal, estava a votação. Tão pouco Deolinda Simões, que, para além de conduzir os trabalhos, pretendeu encerrar o debate referido, apresentando uma proposta que fazia tabula rasa do que havia sido demandado pela câmara municipal. Demanda essa que, reconheceu David Catarino, tinha sido formulada às três pancadas, sem pés e sem cabeça. Consequência, a presidente da mesa da assembleia municipal, os líderes dos grupos políticos com assento na assembleia municipal e o presidente da câmara municipal retiraram-se para uma sala ao lado da casa de banho, com o objectivo de resolver o imbróglio. O cenário adequado, dado o caso e dadas as circunstâncias. A reunião durou aproximadamente vinte minutos. O que resultou? Nada de relevante. Apenas com o voto contra do presidente da junta de freguesia de Alburitel, a assembleia municipal mandatou o presidente da câmara municipal para fazer o que ele já tinha feito. Enfim, como disse Tancredi a don Fabrizio, n'Il Gattopardo, escrito por Giuseppe Tomasi di Lampedusa, se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi! Mas o debate acontecido, esse, foi bonito.

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A questão do IC 9 ,tem mais a ver com os destinos para os quais vamos ver facilitadas as nossas deslocações,que é coisa que até agora,( creio que anda muita gente enganada a olhar para o próprio umbigo),não foi suficientemente esclarecida.À parte o destino Nazaré e Tomar,o que penso que seria de incrementar seriam soluções para acesso rápido a Leiria e não PORTO DE Mòs.Os nós de acesso deviam contemplar a cidade de Ourém e as Zonas industriais respectivas( O Municipio concerteza que já ouviu falar em Circulares externas que desviam o transito do centro da cidade ,principalment pesados de mercadorias ,cuja construção nada tem a ver com o IC9 ,mas facilitará a ligação ao mesmo, mas é preciso gente capaz ,com visão e preocupada á frente da autarquia e por aí tamos conversados).Temos que conseguir enxergar para lá do nosso umbigo( acontece que a maior parte já nem o umbigo consegue ver) e com reuniões na casa de banho é sempre dificil que as conversas não tenham cheiro caracteristico. E eu que pensava que eram na cozinha ,devido ao cheiro a esturro.

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