Casos de uma barraca amarelo Simpson, ii

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Na sequência da deliberação do septeto magnífico a 17 de Setembro último, a 7 de Novembro a Verourém enviou outro ofício a informar a câmara municipal sobre as associações locais devedoras e os respectivos montantes devidos. E a 19 do mesmo mês, apreciando a informação referida, o executivo municipal, mais uma vez por unanimidade - embora nesta unanimidade David Catarino não conte, porque não esteve presente na sessão em causa -, decidiu intimar as associações mencionadas a liquidarem a dívida respectiva à Verourém. Caso contrário, ficariam arredadas dos subsídios relativos a 2007, não obstante a situação pudesse ser revista, se a dívida à Verourém fosse liquidada durante os trinta dias seguintes à data de atribuição dos subsídios (vide a acta n.º 47/2007 da câmara municipal, pp. 3-4).
Posto isto, continue a desfiar-se o esplendor do caso, que merece. Antes de mais, depreende-se que, por débito vencido há mais de noventa dias, as associações locais devem apenas a uma empresa municipal. Ufa. Que sossego. Consequentemente, constata-se que as empresas municipais que sobressaltam David Catarino e o colégio de vereadores são... a Verourém. Ó ié. Poderia ser muito pior. Para além disto, refira-se que o português usado para manifestar a deliberação da câmara municipal não parece consonante com a cláusula que a divisão de educação, desporto e cultura foi incumbida de introduzir no regulamento do programa de subsídios às associações. Seja como for, arredar é uma palavra bonita, mesmo que a situação de arredamento seja passível de regularização e revisão, se, no prazo estipulado, for resolvida. Mas, já agora, era conveniente que alguém esclarecesse de onde provém tal prazo, de que regra, se é assim porque é assim mesmo ou se é ad hoc ou se não se sabe bem porquê mas parece bem. Finalmente, resulta da mesma deliberação que, para a câmara municipal, o conselho de administração da Verourém, por acção sua, não é capaz de garantir a cobrança do que as associações lhe devem. Já se viram atestados de competência de gestão mais eloquentes e laudatórios. E é aqui que começa a tornar-se evidente que há algo que não bate bem. Então o problema é a dívida das associações ao município e às empresas municipais, que, ui, recorde-se, segundo David Catarino constitui uma situação “insustentável e lesiva do seu bom funcionamento” (vide O Mirante, n.º 793, 18.Outubro.2007, p. 7), e, depois, em vez de a câmara municipal ordenar à Verourém que proceda à cobrança, coerciva, se for necessário, das dívidas referidas, o que faz é suspender a atribuição de subsídio às associações? Hum. E se as associações prescindissem dos subsídios atribuídos pelo município e não pagassem à Verourém? Como é que a Verourém iria conseguir sobreviver? Como? Ó meu deus. Que grande mistério. Que não termina aqui.
(Amanhã estará disponível o fascículo quarto sobre o caso, um intermezzo.)

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Apanho em andamento este folhetim. Que tem, para mim, algo coisa de familiar...
Li, de uma assentada, os 3 primeiros episódios e aguardo, com confessada expectativa, o que está para vir.
É que, além de tudo o mais, onde incluo o prazer de ler estas prosas deste autor, até se aprendem umas coisas pelo meio do contar dos casos.
Obrigado

E se as associações que são formadas por ourienses,acabarem,acabam com as chatices dos subsidios e já podem gastar mais uns trocos bem gastos como é costume, ainda poupam nas medalhas de mérito desportivo e cultural do dia da cidade, que de vila nunca devia ter passado,e inventam assim umas proezas do tipo guiness book para passar o dia em grande e resto do ano cada um que se amanhe porque é muita gente a pedir ,o dinheiro dos contribuintes não dá para tudo e as prioridades são receber o mais possivel e retornar zero,só que isto do voluntariado e da sociedade civil anónima, obriga a engolir muitos sapos e a montanha pariu o mesmo outra vez,porque ainda há vergonha!ou já não há!

se fossemos a ver o "prejuízo"\entraves\dificuldades que a verourem e a camara municipal colocam a certas colectividades, acho que a coisa ficaria ela por ela..

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