O presidente da República lamenta a desertificação do interior e o presidente da Câmara de Gouveia informa que nos últimos anos perdeu 3000 pessoas. A última grande iniciativa lançada para fixar empresas e pessoas «no interior», lançada pela então ministra Elisa Ferreira, previa uma festa com a redução de 5% no IRC. Mas a realidade é esta: um quarto do território com três quartos de população; três quartos do território com um quarto da população. De vez em quando, o país inteiro (três quartos da população, um quarto do território) dá-se conta de que existe um país incompleto (um quarto da população, três quartos do território).
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Quando há eleições autárquicas, autarcas dinossauros ou estreantes aparecem nas pantalhas. Os comentadores têm em conta a expressiva votação em Almeida ou em Vimioso, como no Alandroal e em Aviz? Não. Eles sabem que se trata de um quarto da população, três quartos do território. Esse país terá cartazes, outdoors, visitas do Tribunal de Contas e da IGAT. Tem estradas e IP, “acessibilidades” e Pólis, mas duvido muito que perceba as incidências do défice. Está em défice há muito tempo. Devíamos pensar nele por um instante.
Via FJV.