Fátima não passou por aqui

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A ler, o artigo na Revista Visão. Deixo um pequeno teaser:

O fenómeno religioso pôs Fátima no altar do mundo. Os peregrinos, as celebrações e os negócios também se multiplicaram a olhos vistos. Mas a terra onde vivem 15 mil almas e pela qual passam, anualmente, quatro a cinco milhões de pessoas, está longe de levar uma vida santa.

Não há hospital público e o único Centro de Saúde funciona até às 20 horas. O agrupamento de jardins de infância e escolas vai ser encerrado pelo Governo – a decisão é contestada – e nem os transportes públicos passam por Fátima. Ruas e passeios andam num desarranjo dos diabos e a iluminação pública mete medo ao susto. Os acessos à cidade, sobretudo aos fins-de-semana, entopem. Os locais de lazer são escassos. Não há um teatro e a única sala de cinema funciona dentro de um shopping. Museus, só os de carácter religioso. Livrarias, idem. Com algum esforço e olho vivo, encontram-se um Dostoievski e um Nicholas Sparks, na mesma prateleira, sem se engalfinharem. A Junta, essa, só pode gastar 2 500 euros em livros para a biblioteca.

O executivo encomendou um estudo sobre a situação económica da freguesia. Não é preciso, porém, ser vidente para esbarrar nas evidências: «Com os terrenos caros e a falta de uma rede viária decente, um empresário tem de acreditar em milagres para investir nesta terra», ironiza Natálio Reis. No fundo, «o Estado e os sucessivos governos esqueceram-se de Fátima. O 25 de Abril não chegou cá, mas olhe... pelo menos, já se pode dizer mal», reage o autarca, eleito pelo PSD. Ao diagnóstico, nem sequer falta o mínimo consenso político. «Nós, filhos do regime democrático, temos de nos penalizar. Se alguma coisa aqui se fez, foi no tempo da outra senhora», admite José Alho, vereador do PS na Câmara de Ourém, sede do concelho.

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Já há algum tempo que não vou a Fátima mas tanto quanto sei está a nascer uma nova basilica e o Desportivo de Fátima está prestes a subir de divisão portanto a vida não corre mal a todos. Entretanto não percebo um comentário do Sr.Natálio Reis: «Com os terrenos caros e a falta de uma rede viária decente, um empresário tem de acreditar em milagres para investir nesta terra». Se bem me lembro dos tempos que ia a Fátima, o negócio em Fátima existia porta sim porta também! A auto-estrada à porta não é uma rede viária decente? E os terrenos são caros para quê? Para construir? O que falta a Fátima é construção? Se querem indústria criem uma zona industrial com as devidas infraestruturas e coloquem os terrenos baratos.
Devo estar a ver mal as coisas. Será da distância? Sérgio, Fred, expliquem-me por favor!!

Abraços,
Pedro Lopes

em relação a este texto, começo por ter dificuldade em saber o que significa «nem os transportes públicos passam por fátima». como também não sei o que Natálio Reis entende por «o estado e os sucessivos governos» e o que José Alho entende por «o tempo da outra senhora» nada posso acrescentar que seja significativo. ainda assim, insisto, o nó da a1 ou não está lá ou está lá desde o tempo de Salazar.

Eu acho que nem por milagre algum empresário investe nessa terra.
Especula... especula...

Estarei eu enganado ou o Natálio não é o mesmo que o dono do império D. Nuno onde se fazem as jantaradas do PSD e dos senhores responsáveis pela balburdia em Fátima?
Perguntei ao Albuquerque quanto é que ele "campou" com toda a atrocidade construtiva que se vê hoje em Fátima, quantos prédios não aprovou ele, daqueles que hoje apetece destruir? Não esqueçamos que hoje se é necessário requalificar Fátima é porque muita asneira foi feita. O problema é que os que a fizeram (Albuquerque e companhia) hoje assobiam para o lado, mas com os bolsos cheios!

A asneira continua!
Li num jornal da região que a Câmara aprovou ilegalmente uma obra do seu Vice-Presidente Frazão e que reprovou outra identica de comum mortal.
É por estas e por outras que a santa nunca mais voltou!
Livrai-nos senhor de tanta corrupção!

Este artigo é uma pérola. É uma espécie de reality check por quem vê Fátima de fora, como quem cai em pára-quedas e se apercebo de toda a realidade num estilo de pergunta-resposta rápida e investigação ligeira. Apesar de algumas respostas mais para o cómico, até acho que é um artigo que se leia. Imagine-se se tivesse vindo a Ourém. Descobriria também muita realidade dura. Mas por Ourém ninguém se interessa.

Primeiro é preciso que as pessoas que lá habitam mudem...

oh fred, este artigo está fantástico... é quase um retrato fiel; pena é que só falaram com os burguesões da cova de iria e com 2 velhotes de aljustrel, faltaram mesmo os trabalhadores de todo este arraial, que são despedidos pelos burguesões no 31 de outubro e readmitidos a 1 de maio depois de passarem os 6 meses da praxe no desemprego, os estudantes que vem aviar pratos no verão e fins de semana, as raparigas que vem das "berças" ainda com os cueiros no cú para servir as freiras e que no final da adolescência conseguem escapulir-se à vigilância divina destas para se deslumbrarem com as modernidades do alcóol, sexo, drogas e rock n'roll. faltava só um danoninho para o artigo da visão ter ficado esplêndido.

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