O vazio

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Sobre a questão do fecho de serviços em Ourém (SAP e agora PSP) já se sabe qual é a posição de David Catarino (sempre se soube, aliás) e o que fez. Quanto à oposição, é o vazio. E sintomático. O PS Ourém dá a parecer que tem alguns problemas em digerir as opções distritais dos camaradas do governo socialista em relação aos reais interesses de Ourém e do concelho. Até agora não li uma palavra na imprensa, (excepto alguns artigos de opinião frouxos aqui e acolá) e nunca este blog recebeu qualquer informação a esse respeito. No seu blog também não encontrei nada. Dos restantes partidos, o blog do CDS/PP Ourém prefere servir de grafonola aos discos pedidos do Largo do Caldas e o PCP Ourém não existe. Do PCP Ourém Sérgio Ribeiro provávelmente virá algum comunicado ou opinião. Os outros partidos também virão, como que por arrasto. É certo que como o próprio presidente de câmara referiu, este soube da notícia do possível (ou mais que inevitável) fecho da PSP pela comunicação social. O que me custa a acreditar é que o PS Ourém não saiba disto já há algum tempo. Tanto da PSP como do SAP. Ou então estou profundamente enganado e como a prudência em política é sempre bem-vinda, o PS tem alguma informação ou acção a decorrer à espera da melhor altura para ser divulgada. Como sempre, este blog está disponível para publicar todo o tipo de opiniões e informações sobre este e outros assuntos. De pessoas ou de partidos. Ou isso, ou o continuar do silêncio. Com ou sem assembleia municipal. Com ou sem sociedade civil e outras modas.

Nota: já por diversas vezes dei aqui a minha opinião sobre o que penso das Jotas, mas não me invalida de apontar que a JS Ourém foi a única interveniente (até agora) a dizer da sua opinião num comunicado de 26 de Fevereiro. Vale o que vale, até porque a política não se faz apenas de comunicados ou do mero diletantismo opinativo, mas fica o registo positivo.

Nota 2: Em pesquisa recente, deparei-me com as declarações de António Filipe do PCP onde pede novas instalações e um aumento de efectivos para o distrito, num artigo do Jornal O Mirante, datado de 14 de Fevereiro deste ano. Mal sabia que a tal reforma iria em sentido contrário. Dão-se alvíssaras a quem indicar mais informação de outros partidos.

Comunicado da JS Ourém:

Em Outubro do ano passado, a JS Concelhia tomou posição face à "Proposta de Rede de Urgências", que indica o Hospital de Abrantes como o detentor da Urgência Médico-Cirúrgica a servir as populações, que actualmente se dividem pelos Hospitais de Tomar, Abrantes e Torres Novas. Manifestámo-nos contra!
No mesmo texto salientámos o esforço que tem sido desenvolvido pelos profissionais de saúde do concelho de Ourém, no Serviço de Atendimento Permanente, durante a noite.
Abordámos a questão do eventual encerramento do mesmo face à falta de médicos para a manutenção do SAP depois da meia-noite.
Desde Outubro, temos estranhado o silêncio reinante, só interrompido por algumas personalidades do concelho, em artigos de opinião publicados na imprensa concelhia.
Posições políticas dos partidos e restantes estruturas de juventude partidárias, não são conhecidas. A que se deve este silêncio político?
Agora que se coloca a questão do encerramento do SAP depois das 22h e até às 8h, voltamos a reiterar o nosso apoio aos médicos e profissionais de saúde que ao longo dos anos, no Centro de Saúde de Ourém, no Centro de Saúde de Fátima e nas extensões pelas freguesias, dão o seu melhor.
Voltamos a referir a necessidade de elucidar os responsáveis do Ministério da Saúde, das especificidades do Concelho de Ourém, face ao número de habitantes, dispersidade geográfica e população flutuante que Ourém enfrenta.
Estamos contra o encerramento do SAP entre as 22 e as 8h. Se os médicos de Ourém não podem fazer urgências, o Ministério da Saúde deve contratar médicos de outros hospitais, para fazerem as urgências nocturnas do nosso concelho.
Não precisamos de outros argumentos, ou soluções.
Contratem médicos para fazer as urgências, pelos superiores interesses e necessidades das populações do Concelho de Ourém.

Ourém, 26 de Fevereiro de 2007

Secretariado Concelhio da JS

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A falta de suporte de vida num sem número de situações pode comprometer a sobrevivência num sem número de emergências. Assim um aspecto importante será a cobertura da rede de emergência médica do concelho. Inseridos que estamos na área de abrangência do Centro hospitalar do Médio Tejo, também este a ser reorganizado havendo pressões (interesses económicos dos que se querem transformar a saúde num negócio) para a criação de um pólo cirúrgico em Abrantes e desclassificando a Urgência de Tomar e Torres Novas para Urgência Básica confrontar-nos-á com um novo problema (vários aliás) sobre a criação de Centros Hospitalares e a sua reorganização para rentabilização de recursos humanos juntando especialidades apenas porque partilham tal ou tal equipamento (ou geram tal ou tal receita!) afastando ainda mais a prestação digna de cuidados de saúde com um número mínimo de especialidades nas regiões de influência de cada unidade, mas esse é outro lado do problema.
Passar Ourém para a região de influência do Hospital de Leiria é para mim uma medida acertada por vários motivos nomeadamente a acessibilidade. Claro que juntar ao Hospital de Leiria mais 47000 habitantes implicará um reforço da sua capacidade e deverá portanto exigir uma reflexão das entidades responsáveis sobre medidas a tomar no sentido de o reforçar, e eventualmente até fazer evoluir essa unidade hospitalar além do mero hospital distrital dada a sua enorme área de abrangência, a sua localização junto estradas de grande movimento e numa área de grande desenvolvimento industrial.
Sobre o encerramento do Centro de Saúde de Ourém importa dizer que este vem sendo encerrado aos poucos, por um lado a perda sucessiva de meios complementares de diagnóstico e terapêutica por outro o envelhecimento e déficit de recursos humanos. Assim sendo creio que um dos comunicados mais importantes a ser emitido seria dos profissionais de saúde do referido centro. Não sei se lestes a primeira curta noticia que saiu sobre o assunto no Notícias de Ourém onde se ficava com a sensação que o encerramento do SAP depois das 22 horas até era vista como uma coisas boa, pela fonte anónima entrevistada, uma vez que muitos dos clínicos tinham mais de 50 anos e já não faziam bancos pelo que o encerramento representava um reforço com os da noite no eventual novo horário de funcionamento.
Creio que já houve movimentações políticas no sentido do não encerramento do centro de saúde desde que tal nos saiu na rifa. Mas lembro também que o director da ARS de Santarém é um grande labrego que com a displicência de responsáveis do centro de saúde de Ourém tem degradado ano após ano a sua oferta de cuidados e condenando-o à eficácia que todos conhecemos.

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