Propaganda Municipal

Publicamos novamente uma série de documentos que nos foram enviados pelo vereador José Alho. Como aparte, e para quem ainda não saiba, O Castelo é um blog colectivo, feito por várias pessoas, cada uma com a sua cabeça e opinião. A publicação é feita directamente pelos seus autores, sem qualquer filtro editorial. Também sempre foi nossa política, abrir o blog à comunidade e publicar textos e informação diversa de indivíduos, grupos, colectividades, empresas e partidos. Todos os partidos. O único filtro que aplico é o de não sair de assuntos locais e a informação terá que incidir sobre o interesse público. Bem sei que o conceito de interesse público é interpretado de muitas maneiras, mas tenho procurado manter este blog num estilo simples, aberto, não situacionista, deixando alguma informação no meio do ruído e contra-informação que pairam por aí. Funciona como uma espécie de linha editorial, já que um blog não é a mesma coisa que um jornal ou uma revista. Esta conversa vem a propósito da declaração do PS sobre a Revista Municipal e do seu estatuto editorial. O qual, assombrosamente, diz o seguinte:

“que o único tema de carácter opinativo é da exclusiva responsabilidade do seu director, o Presidente da Câmara, sob a forma de Editorial, ou, em sua substituição, dos seus directores-adjuntos, não havendo lugar para outro tipo de artigos de opinião”.

É uma frase exemplar. Uma revista municipal, paga pelos munícipes, só pode ter a opinião do presidente de câmara e de mais ninguém. Sim senhor. Logo no editorial, o sr. presidente afirma que "pretendemos ainda continuar a não ter uma revista a servir para querelas político-partidárias". E que deve "Ourém em Revista participar e promover o debate das grandes questões que se colocam a Ourém" e "facultar todas as versões relevantes dos factos".

Sim, leram bem. Quer-se facultar todas as versões relevantes dos factos, mas não existem artigos de opinião para além do editorial do sr. presidente. Deixo aqui uma sugestão ao sr. presidente: não seria mais fácil ilegalizar todos os partidos, à excepção de um partido único? É que assim evitavam-se querelas político-partidárias.