A coerência de quem é filho de boa gente

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A coerência é uma propriedade muito bonita. Vem isto a propósito de David Catarino não ter gostado que António Gameiro lhe tivesse chamado empecilho (vide Notícias de Ourém, n.º 3570, 28.Abril.2006, p. 9). É que, ao mesmo tempo que deu conta disso, David Catarino disse: “às vezes fala-se demais e as pessoas acabam por não ser dignas de saber das coisas porque vai-se logo badalar para o exterior que não foi acautelado” (vide Notícias de Ourém, n.º 3571, 5.Maio.2006, p. 9). Isto é, dizer que David Catarino é um estorvo, um obstáculo, sinónimos de empecilho, é algo que o incomoda. Não incomoda David Catarino, porém, a propósito da denúncia da inexistência de um estudo geotécnico sobre a área onde vai ser implantado o novo edifício sede do município, dizer que há pessoas que acabam por não ser dignas de saber das coisas.

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Tem toda a razão,sf.
David Catarino não gosta que se saiba.
E, na próxima semana, vou contribuir para demonstrar isso. Razão tinha quem lhe chamou empecilho. É-o, pelo menos, relativamente ao conhecimento do que se passa por lá...

Pois é, goste-se ou não do estilo, a verdade é que vivemos em democracia e o facto de discordarmos das decisões não implica que ponhamos em causa a legitimidade de quem as toma, pese embora nem sempre se assumam estas posições de forma frontal.

Eu também não gosto de algumas opções assumidas pelo executivo camarário, no entanto o programa eleitoral foi sufragado na devida altura. Por este motivo, gostaria de lembrar que a pessoa cuja voz é mais critica em relação ao presidente da CMO, o deputado António Gameiro perdeu uma excelente oportunidade de acrescentar valor e contribuir para a melhoria das condições de vida dos oureenses, ao não ter apresentado a sua candidatura. Deste modo, continuamos todos a viver e lutar contra a imbecilidade, a falta de visão, etc, abrindo assim mão do progresso.

Bem sei que, quando se exercem cargos desta natureza, devemos estar cientes de que em qualquer altura vozes discordantes se poderão ouvir, ou que pelo facto de não se candidatar António Gameiro terá direito a questionar, indagar, averiguar, as opões seguidas. Certo é que, no caso deste senhor, e de muitos outros por esse país fora, põem-se interesses pessoais à frente de interesses colectivos, preferindo-se o vencimento e o estatuto de deputado, ao de vereador do concelho. Recomendar-se-ia então alguma cautela nas afirmações proferidas, sob pena de as mesmas serem consideradas incoerentes com a postura que se tem na vida real. E com isto não digo mais, quero apenas dizer que para quem tem atitudes incoerentes, seria de recomendar alguma moderação nas palavras.

Também penso que falta muito ao Sr Catarino para ser um bom gestor municipal, mas eu não o deixo sozinho. A história é longa, com muitos actores, incluindo aqueles que não podem morder a mão de quem lhes dá pão...

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