IC9: Questões para reflectir

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O Paulo Felicidade enviou-nos o seguinte artigo de opinião:

Muito se tem falado sobre o IC9 e o seu embargo. Para que todos saiamos beneficiados penso que será pertinente deixar algumas questões no ar, para reflexão e discussão futura:

1) O Instituto do Ambiente validou o traçado. Como é que tal é possível uma vez que o mesmo atravessa a Rede Natura 2000? Não é suposto este instituto tutelar as questões ambientais? Ou este instituto que pertence ao Ministério do Ambiente não é “independente” face aos outros ministérios, nomeadamente ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC)?

2) Porque é que o anúncio de expropriação dos terrenos necessários à construção do troço Tomar-Carregueiros (dia 22 Novembro 2005) pelo MOPTC, onde se encontra a área afectada, foi feito com carácter de urgência e sem que tivesse sido precedido, ao que parece, de consulta pública? E porque é que o senhor secretário de estado fez “orelhas moucas” à providência cautelar/ queixa à Comissão Europeia e decidiu continuar a obra? Foi para alegar facto consumado e dar um carácter irreversível ao traçado? Ou seja, tanta celeridade neste processo deveu-se ao facto de eles já saberem que este troço violava legislação ambiental?

3) Porquê a queixa da Quercus e respectiva providência cautelar posteriormente ao concurso público do projecto, cuja empreitada foi entregue à OPCA? Não foi possível antes ou o resultado do concurso não interessou?

4) Este ponto é parecido ao anterior. Porquê a queixa da Quercus e respectiva providência cautelar posteriormente às eleições autárquicas? Não foi possível antes ou esta acção poderia prejudicar alguém nas eleições?

5) Se é recorrente instituições de defesa do ambiente embargarem obras deste tipo, porque não se faz uma consulta prévia a essas instituições? Porque é que o Instituto do Ambiente não analisa estas questões ambientais em parceria com a Quercus?

6) A área do embargo é extensa? Quantos Hectares? É diferente falarmos de 1 hectar ou de 100 hectares de área protegida afectada.

7) A alternativa a sul destes sobreiros de que se falou faz-se sem sacrifícios, nomeadamente de pessoas e habitações? Se a resposta for negativa o que causa mais prejuízo: o abate de sobreiros ou a demolição de habitações e deslocalização de pessoas?

Provavelmente nunca obteremos respostas a estas questões. Talvez subsista sempre a dúvida. Considero-me um ambientalista conservador, ou seja, penso que devemos defender o ambiente de uma forma equilibrada, mas não entrando em extremismos, pondo tudo em causa.

Paulo Felicidade

9 Comentários

Eu prefiro ser amigo do ambiente, do que ser ambientalista.. se é que me faço entender...

ok. Sejamos amigos do ambiente em vez de ambientalistas.

não percebo a diferença. isso quer dizer que ser-se ambientalista não é ser-se amigo do ambiente? ou estão a sugerir que um amigo do ambiente é mais amigo do ambiente do que um ambientalista?

para mim tem o mesmo significado, mas talvez a palavra "ambientalista" possa ter um sentido depreciativo em relação a "amigo do ambiente", pois o 1º significado poderá associar-se a um interesse corporativo em oposição a um interesse pessoal, genuíno...

Concordo com o autor do artigo. Devemos respeitar as normas ambientais, mas também devemos ter progresso. Ultimamente parece que uma coisa não é compativel com a outra e isso é pena.

pois é. Pena é que a QUERCUS - Ourém não interponha também uma providência cautelar contra o proprietário dos terrenos junto ao cruzamento de Seiça, uma vez que foram construídos muros em blocos de cimento em zona de leito de cheia e colocada uma vedação em rede a menos de 10 metros do eixo das vias circundantes EN 113 e EN 113-1.

Infelizmente as coisas em Portugal não são compatíveis, é pena. Portugal é um país de interesses e no que conta a obras públicas é um escândalo. Aposto que se fosse a porcaria do TGV a passar por aqui não havia problema nenhum! É que o TGV alimentava mais gente e o IC9 só alimenta alguns e como os outros ficam chateados e depois, bloqueiam as coisas!
No final, quem perde é o país.

Consta que a pulseira electrónica é o adorno mais vulgar no jetset oureense da modernidade.
Porque será?

Sabem exactamente qual é o traçado da IC19, na zona do lagarinho.

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