Uma história sobre jornais locais

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Quando andava a estudar para tirar o "canudo" em comunicação social senti, já no final do curso, que pouco ou nada sabia sobre a realidade da imprensa escrita. Nessa altura lembro-me de vêr afixado num painel da universidade um papel onde se pedia um colaborador para o Jornal da Maceira. Fiquei curioso e achei que era uma boa oportunidade para começar uma carreira na área que estudava. Assim foi. Passados uns dias já estava a falar com o director do jornal que me informou que o mensário não era publicado já lá iam três meses. Entrei em pânico. Perguntei-lhe quantas pessoas faziam o jornal e foi então que do pânico passei ao desespero. A equipa era constituida por uma colega minha da universidade em part-time, um homenzinho lá da terra que fazia o desporto, um jovem maceirense que tratava da publicidade, umas senhoras que empacotavam a coisa e ele próprio, o director. Para além disto, tratou de me informar que as minhas funções seriam de fotógrafo, jornalista, redactor, designer gráfico e... secretário da imobiliária que funcionava paralelamente ao jornal. Tudo isto era "bem pago" com 80 contos mensais. Por gosto, e porque podia, lá aceitei. Em quatro ou cinco meses o jornal estava em velocidade de cruzeiro. Como podem imaginar a coisa não foi fácil. Depois acabei por ir parar ao Notícias de Leiria, por meio de outras histórias do jornalismo regional que ficam para contar quando eu achar que é o tempo certo... ou então não! Mas deu para aprender o que é um jornal local dos pés à cabeça. E uma coisa posso afirmar; aquele mensário da vila da Maceira tinha muito mais qualidade que o citadino Notícias de Ourém. Não só em termos gráficos como em termos jornalísticos. Ainda me lembro da investigação que fiz, à época, do "negócio" entre o Intermarché e a Junta da Maceira (outra história que pode ficar por contar).
Tudo isto serve para explicar o que sempre me pareceu óbvio; não é difícil elevar a qualidade do Notícias de Ourém. Se ela é diminuta, então, das duas uma, ou não há vontade ou não há competência.
Ah! Mais tarde vim a saber que o dono do Jornal da Maceira o tinha vendido, juntamente com o grande número de assinantes (a grande maioria emigrantes), ao Região de Leiria. E parece que até fez bom negócio.

7 Comentários

para alargar os horizontes, distraidamente ou prepositadamente, encolhidos:
o região de leiria é do grupo sojormedia, propriedade do grupo lena. é habitual no grupo lena (veja-se o nosso imparcial) adquirir jornais que podem causar algum incómodo ao poder local e fecha-los (veja-se o nosso imparcial).
aliás, a aquisição dos títulos locais dificilmente será sinal da sua vitalidade económica: o financiamento das campanhas políticas por grandes grupos, tem levado a alguns casos onde as vozes que incomodam são caladas.
aliás, quem acha que o região de leiria é um jornal isento nunca investigou (no sentido académico do termo, que vai além de uma pesquisa google para otário ver) a comunicação social regional/local.
O notícias de ourém tem defeitos? pois concerteza que os tem. mas são defeitos que todos nós detectamos e facilmente contornamos. preocupem-se é com os defeitos que não vemos...

é impressão minha ou foi apagado aqui um comentário?

dois. na~o damos (pelo menos eu na~o dou) para as insinuac,o~es e du'bios ataques pessoais, muito menos a coberto do anonimato.

Essa "dos ataques pessoais", vinda de quem vem, dá para rir.
Mas fica-lhe bem, esse rato "azul".
Será isto um "ataque pessoal"?

É pena, continua-se a querer discutir o mensageiro e a discussão da mensagem fica para segundo plano. Assim, não.

Alguém escreveu o seguinte:

O notícias de ourém tem defeitos? pois concerteza que os tem. mas são defeitos que todos nós detectamos e facilmente contornamos. preocupem-se é com os defeitos que não vemos...

Como detectar os defeitos que não se podem ver?

...e porque não publicar? No final contas nunca se sabe quem é que realmente escreveu o post.

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