déja vu, 6

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vasco pulido valente no público:


A ausência de mictórios, cuja conveniência aliás reconheço, não me incomoda. O pior, para mim, é o facto de Lisboa ser ao mesmo tempo uma cidade muito pequena e grande demais, muito pobre e ridiculamente cara, muito provinciana e com um arzinho pedante e pindérico de capital cosmopolita. Com a "construção" a ajudar, ficou um sítio feio, incaracterístico, meio hostil, em que não sair de casa se tornou a única política razoável.

Basta descer o eixo central da cidade, da Penitenciária ao Terreiro do Paço, para ver o horror a que chegámos. Lá em cima, num pseudo-jardim de Ribeiro Teles, abriu um restaurante, em forma de caixote, desconfortável e proibitivo. As colunas triunfais, com o pénis de Cutileiro no meio podiam anunciar um bordel kitsch. Infelizmente, parece que anunciam uma glória qualquer da Pátria. O relvado, do mais puro gosto fascista (e uso aqui a palavra com cuidado) não serve para nada, excepto para exibir uma "grandeza" vácua que falta ao resto de Lisboa. Dos prédios da Rotunda, a pior arquitectura do século, ou até da história, não há nada de publicável a dizer. A Avenida e os Restauradores roçam o absurdo. Os prédios do Rossio, apesar do esforço de João Soares, não merecem o Rossio. E a Baixa morreu - sem bares, sem restaurantes, sem comércio, confrange quem se lembra dela em melhores tempos.


quem diz lisboa, diz ourém. com a diferença que em ourém nem jardins a brincar há.

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