da falência de um modelo de educação liberal

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Entre as dez melhores universidades do mundo encontram-se oito instituições americanas e duas britânicas. Portugal ocupa um modesto 472º lugar, entre 500 classificadas, com uma única representante: a Universidade de Lisboa. A primeira classificada é a Universidade de Harvard, seguindo-se no pódio a Universidade de Cambrigde e a Universidade de Stanford. A lista foi elaborada por investigadores da Universidade Jiao Tong de Xangai, na China, pelo terceiro ano consecutivo e publicada na revista Higher Education in Europe, do Centro Europeu para o Ensino Superior da Unesco.

(...)


O continente americano lidera a lista das 20 melhores universidades, com 17 instituições, enquanto que a Europa conta com apenas duas.

(...)



A distribuição por países mostra que apenas 35 estados contam com universidades entre as 500 melhores do mundo. Os Estados Unidos dominam a lista com 170 representantes, seguido da Alemanha (43), Reino Unido (42), Japão (36), Itália, Canadá e França, com mais de 20 cada um.

in diário económico, via blasfémias.

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38 Comentários

Pois... Universidade de Lisboa!!!
O problema é que neste país de m...(pi) não se reconhece a competência e o rigor dessa prestigiante Universidade com U grande!!!
Neste país de m... (pi) reconhece-se antes as aparências, a fachada e os dois "l", os "y" ou sobrenomes sonantes (ou toantes!) de quem COMPRA um curso, novamente sonante (ou toante!), numa dessas 'empresazecas' a que dão o nome de universidades (com u pequeno) privadas!!!

Ass.: uma ex-aluna da Universidade de Lisboa, desempregada, à espera que um(a) ex-aluno(a) de uma qualquer universidade privada lhe dê emprego!!!!

OK, mas os Estados Unidos também têm 60 milhões de analfabetos...

na~o sei onde e' que a elvira foi buscar esse nu'mero.

literacy rate: 99%

quer comparar com portugal, o com essa luz dos povos que e' a franc,a?

Cara Elvira, quando não se consegue argumentar, relativiza-se?

ou pode-se mesmo ver o human development report que sai'u ontem.

É notícia do dia de hoje. Portugal foi ultrapassado pela Eslovénia no ranking de países mais desenvolvidos.

Já visitei várias vezes a Eslovénia. Aterrei no Aeroporto internacional desse país. A zona de embarque é minuscula. Percorri as suas estradas. Fui à Capital, a Bled, a Maribor. A capital tem 200 000 habitantes. Têm uma enorme mancha florestal mas que não arde. A economia preparou-se para a adesão e venceu o desafio.

O povo é feito de uma massa diferente: luta e tem sonhos. Beneficiou da guerra dos balcãs já que foi um dos menos atingidos. São católicos tal como nós. Mas as igrejas têm muros altos, recordação das invasões turcas do tempo do Imperio Austro-Hungaro. São tão parecidos connosco que até dói.

Só que eles viveram debaixo de um regime totalitarista e não querem lá voltar. E essa é uma memória viva. Nao querem voltar ao tempo em que não tomavam decisões, em que não havia livre iniciativa, em que não podiam ser e fazer. Formataram a administração pública para ser eficiente e verdadeiramente pública, restringindo-se a administrar os bens públicos.

Nós não temos essa sorte. Saímos de um regime de totalitarismo político para um de totalitarismo administrativo. Alguem por favor acorde este país destes 79 anos de totalitarismo para ver se os indicadores de confiança voltam.

Também já tinha essa indicação sobre a Eslóvenia, de alguém que visitou o país há cerca de 2 anos e me disse: "Daqui a pouco somos ultrapassados por eles..."
Aí está!
Que venham os espanhóis tomar conta disto tudo. Por favor!

Epá! Os espanhóis é que não carago! Não chega bem o que nos fizeram ao longo da história? A memória não pode ser curta! Essa ideia já me está a meter nervos!
Estamos na união europeia e temos de pensar como tal, não é agora pensar que somos espanhóis!
Vivemos com eles e com todos os outros (franceses, ingleses, italianos...), em paz e com muito gosto. Afinal de contas temos de fazer frente a uma América cada vez mais forte!

Temos sim, que nos organizar por cá! Deixarmos de ser ricos quando não somos e olhar para o espelho. Até porque na minha opinião, se não estivéssemos na EU, já tínhamos ido à falência! O tuga só trabalha quando está “apertado”, ou seja, quando tem um chicote nas costas, isso tem de mudar!

Nota: Sim, sim, já visitei a América (EUA) e alguns países da Europa e sei do que falo! Sim, também já vi o Brasil e tenho pena que os portugueses não tenham tido mão naquilo tal como os ingleses tiveram na América!

Os espanhóis é que não carago! Não chega bem o que nos fizeram ao longo da história? A memória não pode ser curta!

concordo, a ver se da pro'xima vez na~o corremos com eles como fizeram os idiotas em 1640. se houver pro'xima vez, o que duvido pq espanha na~o precisa de portugal para nada, pelo contra'rio.

Afinal de contas temos de fazer frente a uma América cada vez mais forte!

na~o temos nada que "fazer frente". temos que "trabalhar com". a ame'rica e a europa sa~o duas faces da mesma moeda, por muito que isso doa a alguns.

já vi o Brasil e tenho pena que os portugueses não tenham tido mão naquilo tal como os ingleses tiveram na América!

e como exactamente e' que os ingleses tiveram ma~o na ame'rica?

Precisamos assim tanto de Espanha? E porque não fabricamos nós os produtos em vez de os comprar? Porque não fazemos a nossa música em vez de comprar a estrangeira?
Pessoas como tu não são precisas a Portugal, sugiro que vás viver para lá. Mas quando lá ficar mau, não voltes.
Portugal é muito lento... Por exemplo: 8 anos para aprovar um projecto para Troia parece-me muito, muito lento! Ou não?

Se queres trabalhar com a América, porque não trabalhar também com Espanha em vez de sermos espanhóis? É isso que defendo. E quando falo em fazer frente à América, estou a forçar a ideia de que a Europa tem de ser única com estados soberanos e ter produtos estudados e criados aqui na Europa, ou queres ver uma América a monopolizar o planeta todo?

Espero que 1640 não se repita, as invasões forçadas não são boas para ninguém! Ou queres ter um ETA portuguesa?

Os ingleses criaram bases para uma América disciplinada, ou não fossem eles cumpridores do tempo, etc, etc... temos de admitir isso, “por muito que isso doa a alguns”.

E porque não fabricamos nós os produtos em vez de os comprar?
porque ha' si'tios onde os fazem melhores e mais baratos, e podemos investir os recursos que seriam gastos ineficientemente a faze^-los noutras coisas com mais valor.

Porque não fazemos a nossa música em vez de comprar a estrangeira?
ai na~o ha' mu'sica portuguesa? isso mudou desde que me vim embora. qto 'a mu'sica estrangeira, se na~o quiseres na~o ouc,as. a cada um as suas palas.

Os ingleses criaram bases para uma América disciplinada, ou não fossem eles cumpridores do tempo, etc, etc... temos de admitir isso, “por muito que isso doa a alguns”.
a falta que uns livrinhos fazem...

Digníssimo Afonso Henriques, existe uma solução para os seus problemas! Feche as fronteiras do país e imponha taxas na alfândega para o resto do mundo, incluindo a nossa vizinha Espanha. Olé!

Agora a sério, eu quando compro algo, dou mais importância à relação qualidade-preço do que ao país de origem. O resto, para mim, são balelas.

Nem acredito no que estou a ler.

Primeiro, eu não disse para fechar as fronteiras, muito pelo contrário.

Segundo, sei que os ingleses fizeram muita merda no mundo, mas estávamos a falar unicamente nas bases da América. Os nos amigos espanhóis também não foram lá muito bonzinhos, pois o seu império ficou todo recortado e ainda hoje existe uma ditadura num pais que bem sabem qual é.

Não sei que habilitações tens, mas quem pensa no momento actual não vai longe.
Os espanhóis podem ganhar no preço-qualidade, mas fizeram para que isso acontecesse ao longo de vários anos. Os portugueses como tu, que são muitos, só pensam no “agora” e assim nunca vamos conseguir competitividade. É pena.

Podias começar por traduzir este site para espanhol. Assim quando eles ficassem com Portugal, contratavam-te logo para seres mais um empregadozito deles.

Sim, é melhore começares a sugerir alguns livros por aqui, podias ter uma sugestão por semana, como acontece em alguns jornais de televisão!

podes comec,ar por aqui:

Open trade is needed instead of blocking imports

UK finance minister Gordon Brown writes: "The new protectionism we are seeing, however well intentioned, is a wake-up call because it is the last stand from those who believe we can stop the clock, postpone or prevent inevitable change. It is easy - as has happened in the last few weeks over Chinese imports - to complain about Asia’s role in the world economy as a race to the bottom. Chinese wages are just 5 per cent of those in Europe. But my visits to Asia, especially to China, have convinced me that Asia is in no doubt that it is in a race to the top - investing in technology, innovation, science and skills, with 4m extra graduates every year from China and India.

"And because it is a race to the top, Europe can only succeed by moving up the value-added chain. When we equip people for the future, investing in new skills, flexibility and greater fairness go hand in hand. An old European social model that leaves 20m unemployed is neither efficient nor fair. A new European social model that equips people for the new global economy creates a Europe that is flexible and fair."

Olá,

Nem acredito no que estou a ler. Primeiro, eu não disse para fechar as fronteiras, muito pelo contrário.

Então se não queres fechar fronteiras, ou impor quotas na importação e outras políticas proteccionistas, como queres obrigar os portugueses a comprarem produtos cá se não forem mais baratos ou melhores que os importados?

Não sei que habilitações tens, mas quem pensa no momento actual não vai longe.
Os espanhóis podem ganhar no preço-qualidade, mas fizeram para que isso acontecesse ao longo de vários anos. Os portugueses como tu, que são muitos, só pensam no “agora” e assim nunca vamos conseguir competitividade. É pena.

Eu estou a falar como consumidor e como consumidor, penso em mim, não penso nos outros, é a vida. E tenho muita pena por haver industriais ou comerciantes portugueses que não souberam acompanhar e evoluir atempandamente, ou porque desperdiçaram fundos europeus ou porque sempre fizeram negócio à conta de lobbies corporativos com a ajuda do Estado. Sim, esse Estado que deverias estar contra porque faz tudo a nível de impostos, justiça e burocracia para atrapalhar qualquer novo empresário que queira criar riqueza e trabalhos neste país. A competitividade não se estabelece por decreto-lei de um iluminado. Ou só porque um ministro lembrou-se e viu a luz e apontou o caminho em rumo da inovação e choque tecnológico. Isso é demagogia barata. Ponham o Estado a funcionar, liberalizem o mercado, acabem com interesses corporativos e não atrapalhem, básicamente. Quando aos espanhóis, quer queiras quer não, já pensam a nível ibérico, que é um mercado comum, quer tu queiras quer não. Só não vê, quem não quer.

Podias começar por traduzir este site para espanhol. Assim quando eles ficassem com Portugal, contratavam-te logo para seres mais um empregadozito deles.

Ai esse rancor. Assim não vamos lá pá. Abre os olhos.

A razão desta superioridade americana tem mais a ver com o ensino primário do que com o modelo liberal. Ora vejam lá (extraído da Som da Tinta):

Numa escola dos Estados Unidos, as crianças aprendem que (traduzo):

democracia=capitalismo=bem
islão=terrorismo=mal

Lição de hoje
Porquê a América não pode errar
1) somos o bom povo
2) somos nobres como uma águia
3) punimos o mal
4) salvámos as ilhas britânicas na 2ª guerra Mundial
5)

o que viria a seguir?

E eu pensava que a Som da Tinta era uma empresa-cooperativa independente, com o objectivo de levar os livros ao campo mas pelo que li lembra-me mais uma capa para implementar uma cultura de esquerda em Ourém.Esse texto revela um belo anti-americanismo primário bem característico da Velha Esquerda e do PCP. Vejam bem os comentários lá feitos!A Som Da Tinta servirá para levar a 'liberdade' e propaganda da esquerda para as novas gerações? numa batalha cultural para ganhar aquilo que nunca ganharam em ourém, a batalha política? È pena. e eu a pensar que aquilo era apenas uma livraria-editora. mas parece ter fins políticos?!? Boces aqui no castelo é que ainda nao se aperceberam disso!! tenho dito.

Ó Pequeno-burguês recalcitrante,
e diz-me lá que mal tem uma livraria tomar partido acerca de um estúpido texto que é servido à miudagem americana. Deve calar-se? É-se anti-americano primário por causa disso? É-se comunista À moda antiga?
Garanto-te uma coisa: o meu comunismo é muito soft e estou bem de acordo com aquela crítica.
O que tu tens é dor de cotovelo por os teus amigos de direita não darem uma para a caixa em termos culturais.
Pequeno_burguês!!!????
Lumpen! És Lumpen e da pior espécie!!!!!

Para pfig:
Aquele artigo que referes só me dá razão. A Europa tem de trabalhar junta e “fazer frente aos EUA” para não os deixar monopolizar tudo e se afundar, levar tudo consigo.

Para Fred:
Claro que não é para fechar fronteira nenhuma, mas sim colocar medidas que a longo prazo produzam efeitos. Veja-se o caso da Irlanda.
O teu ultimo comentário até parece de outra pessoa, enfim, afinal já não queres traduzir para espanhol? Até ficava bom, assim um espanhol ficava com uma ideia do que se passa em Ourém! E é uma língua de origem europeia! :)

Para Incendiário:
Enfim, eu também posso dizer muita coisa sobre Portugal... lol

Para Pequeno_burguês
Já cá faltava o comunismo... lol
Quando se fala na América, é inevitável...
Meus amigos, afinal, a Europa é o quê? Do meu ponto de vista, é capitalismo, e ainda bem. Espero que continue. Claro que tem desvantagens, mas tem muito mais vantagens que o comunismo!

haja pachorra. quem colocou o artigo no blog do som da tinta na~o sabe ver que aquilo e' feito digitalmente (o estaline com o photoshop faria milagres) e correu logo a aproveitar-se para bater mais um bocadinho nos americanos, que esta~o sempre a jeito. e depois a julgar pelos comenta'rios ao artigo, o povo acorreu todo revoltado.

e' triste, e' muito triste.

não deixa de ser curioso que os centros de excelência universitários norte-americanos e britânicos são significativamente suportados, pelas mais diversas vias, por financiamentos ou incentivos públicos. para além disso, mais do que a concorrência entre as instituições universitárias (e não tanto entre os centros de i&d) - que existe e na generalidade dos casos gera um efeito virtuoso -, o que as anima e capacita para a busca dessa excelência são os orçamentos, as verbas disponíveis.

É pá, D. Afonso Henriques
Eu também sou todo nacionalista, fui educado em ambiente capitalista e, como tal, não tenho jeito nenhum para comuna (até adoro centros comerciais tipo Colombo, vê lá), mas não estou de acordo contigo. A Europa não deve rivalizar com os USA porque tenderá a ser igualmente agressiva.
Já imaginaste até que ponto o liberalismo professado na terra do tio SAM justifica as monumentais agressões a países como o Iraque, o Afeganistão e outros? Achas que aquela é a Pátria da liberdade?
Portugal deve desenvolver-se no seu cantinho, deve reorganizar o seu aparelho produtivo e rejeitar as esmolas europeias, deve entender-se com Espanha, sem perda de nacionalidade, porque empresas ibéricas serão porventura mais fortes perante a competição europeia. Mas é fundamental voltar a produzir, recuperar identidade e manter a independância. O Porter e companhia que vão para as urtigas com o turismo e a cadeia de valor! Precisamos é de batatas, peixe, carne, habitação e equipamento informático. Precisamos de baixar as importações já que não conseguimos exportar!
Os turistas que vão para o Quénia. Já viste a água que os campos de golfe nos estragam. Aquilo fica inquinado, nunca mais se aproveita. Julgas que os portugueses vão ter lugar no resort de Tróia. Acredita que nem a praia cheirarão.
Estamos a ficar sem nada. Fora com eles todos!!!

Já imaginaste até que ponto o liberalismo professado na terra do tio SAM justifica as monumentais agressões a países como o Iraque, o Afeganistão e outros?

o liberalismo na~o justifica nada disto, os neo-cons sim. que confuso~es sobre os eua para aqui va~o.

Já estou a gostar mais do rumo da conversa.
Claro que a Europa deve rivalizar com os EUA, são ambos “filhos da mesma mãe”, ou seja, cultura ocidental. O que acho é que a Europa tem de ter as suas próprias ideias e não seguir sempre os EUA para não cair com eles.
Isso do Iraque tem um nome: petróleo e ganância de ter tudo. Umas das desvantagens do capitalismo (a mais).

Os turistas são precisos a Portugal (com peso e medida). Imagina o Algarve sem turistas!
Troia é nosso, ou seja, da Sonae que é portuguesa sim senhora.
Troia é para ti e para quem tiver dinheiro para lá entrar.

Claro que não é para fechar fronteira nenhuma, mas sim colocar medidas que a longo prazo produzam efeitos. Veja-se o caso da Irlanda.

Ainda bem que falas na Irlanda. A maior parte do investimento de lá foi feito por empresas estrangeiras. Porquê? Os impostos tornaram-se atraentes tal como se apostou forte a nível educativo e de recursos humanos, para além de terem uma vantagem cultural importante, o domínio da língua inglesa. Em vez de querem produzir tudo no país, apostaram em formação e em cursos high-tech, básicamente subiram no layer e decidiram competir naquilo que lá fora, os chineses e indianos ainda não tocam. Os irlandeses agora estão mais ricos do que eram 15 anos atrás. Podem agora, com a experiência adquirida e capital acumulado em multinacionais, fazer o mesmo lá fora. Mas para o D. Afonso Henriques, nem pensar, não! cá em Portugal nunca iria ser um empregadozeco dos espanhóis. Não, isso é que não.

sf,

um bom artigo na economist desta semana:

American universities get their funding from a variety of different sources, not just government but also philanthropists, businesses and, of course, the students themselves. European ones are largely state-funded.

Pode ser verdade, mas não acredito que tenha sido só por causa disso.
O que dizes a empresas de sucesso nacionais que com muito trabalho, evoluíram?
É dessas que precisamos juntamente com esses benefícios do estado que falas que não existem, por isso fui buscar o exemplo da Irlanda.

pedro,

uma coisa são as fontes de receita. outra são as condições que propiciam tal receita. no contexto norte-americano e britânico os benefícios fiscais em proveito dos beneméritos ou das empresas que financiam projectos universitários - designadamente no âmbito da investigação - são incomparáveis com o que se passa na generalidade da europa, onde esses incentivos são significativamente menores. seja como for, isso é o produto de uma política pública. para além disso, tanto os usa quanto o uk têm uma política activa e forte de apoio à importação de cabeças. e quase toda essa política, no que aos custos se reporta, é suportada por verbas públicas, oriundas dos orçamentos dos mais diversos níveis de governo, mas não necessariamente codificados como financiamentos às universidades. por isso, o custo real em termos de dinheiros públicos do ensino universitário norte-americano e britânico não pode limitar-se a contabilizar a proporção de dinheiros públicos que entram nas universidades.

isso é o produto de uma política pública

sem du'vida. de um poli'tica pu'blica liberal. qed.

Pode ser verdade, mas não acredito que tenha sido só por causa disso. O que dizes a empresas de sucesso nacionais que com muito trabalho, evoluíram?

Não falo do que não conheço, mas se formos pela simplificação, existem empresas de sucesso por várias razões. Umas porque trabalharam, investiram e tornaram-se melhores que a concorrência, chegando ao ponto de se internacionalizar (infelizmente, ainda são uma minoria). Outras porque gerem monopólios ou porque a administração tem amigos no governo que lhes facilitam a vida com leis proteccionistas ou que burocráticamente não permitam a livre concorrência. Geralmente nestas empresas também temos os primeiros a exclamar 'Ai meu Deus, que os espanhóis comem isto tudo' ou 'temos que manter os centros de decisão', para logo depois venderem o seu grupo empresarial aos nuestros hermanos. Coerência?

com a mesma facilidade com que classificas tal política pública como liberal, outros classificam-na como imperial...

estamos a falar da poli'tica educacional, na~o da poli'tica externa.

á, o mundo fechado, lá dentro das fronteiras... olha que não, olha que não... menos ainda nas universidades norte-americanas.

pensava que os nu'meros falavam por si... afinal ainda ha' muita crendice 'a volta da questa~o.

pois, pode ser mania minha, mas nunca vi números a falarem por si. até porque os números são produzidos. e, sim, crendice em torno deste tópico há muita. vinda de todas as origens. incluídos de entre os realistas. no fundo, no fundo, é uma questão de perspectivas. e de horizontes. pluralidade que funda e justifica a liberdade.

estes nu'meros em particular foram produzidos por uma universidade chinesa e publicados pelo centro europeu para o ensino superior da unesco. na~o me parecem que sejam os melhores amigos dos americanos.

um. pá!, parece-me pouco relevante quem produz os números. a mim, em particular, interessa-me saber os critérios que subjazem a tal produção. ou seja, interessa-me saber se os indicadores mobilizados são sensíveis às diferentes realidades e se as permitem reportar. para além disto, tendo conhecimento dos referidos critérios e dos termos da respectiva operacionalização na recolha e no tratamento da informação necessária, é-me indiferente saber se a entidade produtora dos números é a melhor amiga ou a maior inimiga de quem quer que seja.

dois. a única questão relevante que sugeri é que há apoios públicos - não contabilizados - às instituições universitárias de excelência tanto nos usa quanto no uk. se se considerar o valor desses apoios, várias investigações sustentam que o cenário não é muito diferente do que se passa na generalidade dos países europeus de referência.

três. as universidades mais cotadas tanto nos usa quanto no uk têm uma política forte de captação de cabeças estrangeiras. claro que o propósito manifesto - e enunciado pelos reitores - é a promoção do desenvolvimento científico. mas, sob este propósito manifesto, há também propósitos latentes - sobejamente enunciados nos discursos políticos sobre as políticas de ensino pós-graduado e de ciência - o da hegemonia e o do controlo da mão-de-obra com elevadas competências, designadamente nas áreas tecnológicas ou passíveis de aproveitamento tecnológico, com evidentes consequências ao nível do registo de patentes e aí por diante.

quatro. claro que isto não se vê nos números. mas também não me parece que seja mera crendice. tanto que, se te interessa, estes resultados a que faço alusão foram produzidos por investigadores norte-americanos. que, suspeito, não devem ser os melhores amigos dos chineses. mas sei lá. o mundo parece que já não é o que era. e sei lá se alguma foi como era.

Por último, quero recomendar ao pessoal canhoto e não só, um artigo que saiu hoje no Público e que está reproduzido na Cafeteira: O tão incompreendido e maltratado liberalismo. Pode ajudar a esclarecer algumas cabeças.

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