25 de Setembro de 1841

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Foi em 25 de Setembro de 1841 que a Aldeia da Cruz passou a Vila Nova de Ourém pela mão da rainha D. Maria II. O Ourém Outrora lembrou oportunamente esta data com a (re)publicação de um artigo no Notícias de Ourém de 14 de Setembro de 1941 (em plena 2ª Guerra Mundial), por António Rodrigues, que na altura visava a comemoração dos 100 anos:

A vida ia passando toda cá para baixo. Aqui moravam autoridades, professores e demais empregados. Aqui ficava, às vezes, a mesma tropa, que devia, por itinerário, aquartelar-se na vila. Aqui se realizavam as melhores festas religiosas da comarca. Aqui se resolviam já os negócios públicos da vida concelhia.

Aldeia da Cruz era, de facto, a cabeça do concelho. Já não merecia, por isso, que lhe chamassem aldeia. Dizia-o e sentia-o toda a gente. E veio a reconhecê-lo, oficialmente, a rainha D. Maria II, elevando-a à categoria de vila, com o nome de Vila Nova de Ourém, que ainda usa.

Foi em 25 de Setembro de 1841. Faz agora, precisamente, cem anos.

Ler o resto do artigo no Ourém Outrora.

12 Comentários

Não devemos, no entanto, ficar aqui. Além desta homenagem, bem poderia a Câmara determinar que o dia 25 de Setembro se tornasse o dia do feriado municipal. Até aqui, tem sido o 1.º de Maio. Mas porquê? Que representa esse dia para nós? Ainda neste ponto, o vício continua a ser o mesmo. Para a nossa qualidade de ourienses, tanto como o nome de muitas ruas, semelhante feriado é inteiramente vazio de sentido. Nem sequer é data nacional. Importaram-na os políticos não sei donde e é memória abominável duma qualquer revolução operária, das muitas com que as internacionais mancharam de sangue os povos. Abandonemo-la, pois! Com ser um acto de justiça e coerência, é, simultaneamente, um acto de higiene.

Xiiiii!!! O espírito da época... que artigo mais fascista...irra!!!

Aqui vai o comentário tal como o queria publicar:

Não devemos, no entanto, ficar aqui. Além desta homenagem, bem poderia a Câmara determinar que o dia 25 de Setembro se tornasse o dia do feriado municipal. Até aqui, tem sido o 1.º de Maio. Mas porquê? Que representa esse dia para nós? Ainda neste ponto, o vício continua a ser o mesmo. Para a nossa qualidade de ourienses, tanto como o nome de muitas ruas, semelhante feriado é inteiramente vazio de sentido. Nem sequer é data nacional. Importaram-na os políticos não sei donde e é memória abominável duma qualquer revolução operária, das muitas com que as internacionais mancharam de sangue os povos. Abandonemo-la, pois! Com ser um acto de justiça e coerência, é, simultaneamente, um acto de higiene.

Xiiiii!!! O espírito da época... que artigo mais fascista...irra!!!

Fascista?!? Não me parece, meu. O dia do trabalhador é todos os dias, não é uma data escolhida ao acaso pelas «internacionais» que já deixaram de o ser há muito.... Esse senhor em 1941 era um visionário! Fica bem, meu. Tá-se...

o 25 de setembro foi o feriado municipal ate' oure'm passar a cidade, para os senhores do psd poderem ter o seu nome associado a uma data.

para esta gentinha, e' mais importante a data em que oure'm passou a ser uma cidade medi'ocre e pequenina do que a data em que passou a vila. diz muito sobre eles.

Car@ Branca de Neve, se o dia do trabalhador é todos os dias, ponha-se a trabalhar, de preferência de enxada na mão, em 1941, nas vinhas que existiam na encosta onde está o liceu, que eram propriedade do escriba do referido artigo, por 2 tostões ao dia!
Mas tal hoje não acontece, e devemo-lo, @ senhor(@) e eu às internacinais...
Para a história do 1º de Maio ver aqui

Nao vi essa historia dos 2 tostoes ao dia no Wikipedia.. mas gostava que me indicasse o sítio para ler esse facto... Oh pá, se hoje não existem mais «explorados» a trabalhar nas vinhas do senhor, é porque as vinhas foram vendidas e os que trabalhavam lá emigraram para a França ou para o Brasil, países que felizmente de comunistas tinham pouco e foi muito antes de haver 25 de Abril pá. Não tem nada a ver com o 1º de Maio ou outra coisa qualquer.

Tal hoje não acontece(?[esta interrogação vai para todos os que violam os direitos estabelecidos e constitucionais dos trabalhadores, em especial dos imigrantes]), porque vivemos num país que teve um acontecimento chamado 25 de Abril, sem o qual não teríamos direitos como a jornada de trabalho de 8 horas, subsídio de férias, Natal, subsídio de desemprego, etc, etc, etc..., ou seja direitos desde sempre defendidos pelas várias internacionais.
Se as pessoas emigraram (e emigram) é porque encontram melhores condições de trabalho noutros lados.
Quanto à França não ter incorporado ideologicamente nada do comunismo, para não estar a aludir ao Maio de 68 e à génese intelectual do euro-comunismo/socialismo, gostaria que fosse lá observar uma greve e ficar a perceber porque é que os seus salários são em média 3 a 4 vezes superiores aos nossos (para uma semana de trabalho de 35h - a nossa é de 40h[excepção feita à função pública]).
Quanto ao Brasil, o abafamento dos ideais internacinalistas (incluo aqui comunistas, anarquistas e trabalhistas/[socialistas]) contribui para que naquele país (um dos mais ricos do mundo) exista um dos maiores fossos entre ricos e pobres.
Quanto aos 2 tostões ao dia (mas não devia ser muito mais, senão menos), não tenho os valores exactos para lhe mostrar, uma vez que a minha avó já faleceu, mas que era de sol-a-sol, ganhando uma miséria e sem tempo para endireitar as costas, lá isso era...
Por outro lado, fica-lhe muito mal, retirando credibilidade e conferindo autoritarismo, arrogância e má educação ao seu discurso, o uso de meus, pás e colheres.

Às vezes, de onde menos se espera ou quando menos se espera saem pérolas...
A referência ao 1º de Maio despertou os sempre atentos ódios à classe operária, mesmo que apenas importados ou por puro e ignorante mimetismo. Esta Branca de Neve está mesmo a precisar de ser alfabetizada. Mas é evidente que não quer. 'Tá bem assim...
Quanto ao 25 de Setembro, só queria lembrar que por iniciativa minha, do Luís Nuno Rito, do Paulo Fonseca, do Zé Manuel Alho e do Zé Quim Simões, e de muitos aderentes, houve, há uns dez anos (foi ontem...), com o título comum de Iniciativas 25 de Setembro, actividades muito interessantes - a primeira foi a vinda a Ourém, à sede da Banda, do Fernando Lopes, que nasceu em Ourém, com o seu filme Nós por cá todos bem, que teve filmagens em Seiça, e foi um acontecimento, a que se seguiram algumas outras sempre com oposição e hostilidade das "forças vivas" (?!), aliás com um argumento primário como o de que a data de 25 de Setembro dividia os oureenses...
Coisas que a memória (ainda frsca) traz.

Bem, eu só estava a referir-me a uma data importante para a história do concelho e sai logo discussão política off-topic. É a sina. O Castelo (pelo menos como o vejo) não é um blog onde apenas se discute política. Acho que se o post fosse sobre o saque das Invasões Napoleónicas no Castelo, alguém teria que chamar a classe operária ao barulho. E se calhar, alguém ainda iria dizer que a culpa era do Bush (risos).

em inglaterra na~o ha' subsi'dios de fe'rias nem de natal. sera' a democracia inglesa mais fraca que a portuguesa?

em inglaterra ha' semanas de trabalho de 40 e 48 horas. na~o se sabe de hordas de ingleses que fujam pelo tu'nel da mancha para o parai'so das 35 horas francesas. a taxa de desemprego e' metade da francesa.

direitos adquiridos, yah...

Prontos, está bem!! Vou-me calar. Só tenho a quarta-classe.

Às vezes [...] o debate europeu é quase patético. [...]
[Perante o cenário de estagnação da economia europeia, face ao saudável crescimento americano e asiático,] o que é que fazia a Europa? Entretinha-se alegremente a discutir se as eleições alemãs tinham sido ou não o toque de finados do "neoliberalismo" e a "salvação" do modelo social europeu. Como se a realidade não existisse para além da oposição cada vez mais artificial entre um "modelo neoliberal" ou anglo-saxão (descrito como uma espécie de capitalismo selvagem) e o "modelo social europeu", apresentado como justo e igualitário (mesmo que exclua cada vez mais gente). Tanto mais que a própria realidade de há muito ultrapassou este debate. O social-democrata Schroeder operou mudanças muito mais profundas, por exemplo no subsídio de desemprego, do que o liberal Berlusconi. O socialista Zapatero não tocou em nenhuma das reformas "neoliberais" de José-Maria Aznar. O governo de Sócrates já pôs em causa mais "direitos adquiridos" do que, se calhar, todos os governos do PSD. O governo do "neoliberal" líder do New Labour é responsável pelo maior crescimento do investimento público em benefícios sociais da Europa e partilha com a França um dos mais elevados salários mínimos por hora de trabalho.
Esta realidade [...] podia servir de ponto de partida para um novo consenso europeu sobre os desafios da globalização [...], salvando o que há de melhor (e de sustentável) no seu "modelo social". [...] Infelizmente o que prevalece são as ideias feitas, as desconfianças mútuas, rivalidades antigas ou recentes e uma ausência quase total de sentimento comunitário.

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