Alternativas

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O último artigo de opinião 'Alternativas' no Notícias de Ourém merece uma leitura:

Porque estamos numa fase de inaugurações, no final de mais um ciclo político, com eleições à porta e necessidade de mostrar a obra feita, somos levados a esquecer que por detrás de cada lápide há dinheiros públicos, há expectativas que foram criadas, há promessas, há uma avaliação que é preciso fazer com algum rigor para saber da satisfação da população. Não se contesta que há obras mas podemos questionar as prioridades, os métodos, os resultados. Em alternativa a uma estratégia de crescimento podemos responder que não há efectivo desenvolvimento. Será que soubemos equilibrar o investimento público, respondendo às muitas solicitações das freguesias mais distantes das duas cidades de Ourém e Fátima? Que dinâmica foi criada para a efectiva utilização dos equipamentos entretanto concluídos?

Que vias de comunicação verdadeiramente estruturantes avançaram neste mandato? Que investimentos foram feitos para responder à degradação das condutas de água? Em que fase de concretização estão as chamadas zonas industriais? Como respondemos ao desajustamento da rede escolar do 1ociclo? Em termos de qualidade urbanística
podemos estar satisfeitos com o que acontece em Ourém e Fátima?

Houve avultados investimentos em Ourém e Fátima e reconhece-se como positivo o avanço nas redes de saneamento. A inauguração recente da ETAR de Fátima é concerteza uma obra de referência. Concordámos desde a primeira hora com a intervenção junto à ribeira, com a saída das oficinas e pavilhões e a devolução daquele espaço para o lazer. Algumas soluções do parque linear respondem totalmente como a cafetaria, o parque infantil, o passeio ribeirinho, etc. Mas também desde a primeira hora questionámos as obras no centro da cidade que não contribuíram como seria de esperar para trazer mais gente ao coração da cidade, por falta de sombras, de verde, de jardim, de flores. O parque linear que deveria ter feito ligação à Avenida dos Bombeiros Voluntários ficou incompleto. Há situações de insegurança que ouvimos os responsáveis serem os primeiros a reconhecer. Algumas soluções para a grandeza do espaço intervencionado são claramente discutíveis: distribuição dos equipamentos, o monte de pedra de difícil compreensão, um parque radical aleijado à nascença, a
falta de campos de ténis que tanto se tinham prometido. As dimensões do mercado semanal não deixam também de suscitar reparo. Investir num estádio municipal em Fátima com recurso exclusivo a empréstimo bancário ao mesmo tempo que se faziam obras no campo do Desportivo de Fátima é, no mínimo, pouco compreensível. O chamado ensino superior em Fátima foi o fiasco conhecido. A localização dos pavilhões desportivos do Caneiro e Pinheiro são mais do que discutíveis. Para todas estas situações haveria concerteza alternativas.

E o que realmente choca é que em muitos destes casos fomos confrontados com factos consumados, projectos já feitos e arrumados, sem discussão pública, como se não houvesse alternativas. Foi assim com as obras no centro da cidade, com o parque linear, com os pavilhões. O que estava prometido era um Pavilhão em Ourém onde existem praticantes e clubes, onde há espectáculos desportivos que atraem público, onde há falta de condições para poder proporcionar outro nível de realizações desportivas. Mas o que vimos foi abrir concurso para a 1afase do complexo desportivo de Ourém e fechá-lo de seguida. Já não falo do Terminal Rodoviário e do conjunto de ideias avulsas para o local
do antigo mercado que atravessaram todo o mandato para ficar tudo na mesma. Já não falo das duas propostas com que a Assembleia Municipal iniciou funções em reunião extraordinária para aprovar a criação da Polícia Municipal e concessão do parque de estacionamento do novo edifício dos Paços do Concelho e que se encontra exactamente no mesmo ponto de partida. São apenas alguns exemplos das promessas não cumpridas que atestam bem a necessidade de alternativas.

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