Carta Aberta: Política Ambiental em Alvega

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O Castelo é mais que um blog. É um espaço público de livre discussão de idéias e opiniões de variadas cabeças sobre assuntos locais e não só. É um espaço que aceita artigos, fotografias e opiniões de quem o lê. É um espaço que é e que se pretende ser de Liberdade. Porque O Castelo, essa 'entidade' virtual que não existe em papel nem em pergaminho é feito por pessoas com questões reais. E é por isso que mais uma vez, publicamos uma Carta Aberta que nos foi enviada pelo Miguel Ferreira da Atouguia:

Junto segue uma cópia de uma exposição que enviei hoje mesmo para a Câmara municipal de Ourém onde, entre outros assuntos, fala de uma questão bastante importante na área do ambiente. Caso entendam que está ao vosso alcance fazer qualquer coisa com base neste documento para minimizar os efeitos negativos desta vergonha que se vive por estes lados, desde já lhes agradeço.[...]
Seguem em anexo também algumas fotos para melhor elucidar a situação actual daquilo a que chamam Ribeira !!!???

Exmºs. Srs.,

A minha especialidade não é a escrita e por isso a forma de me expressar não será porventura a mais correcta e habitual para este tipo de situações mas, expressa com certeza a realidade que sinto nos dias de hoje e na terra onde habito que, em certas alturas mais me envergonha de nela habitar quando pelo contrário, penso eu, deveria sentir orgulho neste facto mas, é também certo que os motivos que me levam a esta conclusão não são da minha responsabilidade por isso penso que me assiste o direito a manifestar a revolta que sinto pelo que verifico no dia-a-dia deste concelho. Em primeiro lugar e não sendo esse o principal motivo desta minha exposição, não deixa de ter também o seu interesse pois demonstra a forma, boa ou não ficará ao critério de quem de direito, como funcionam as coisas nessa Câmara Municipal. Assim, e caso entendam que estes reparos merecem alguma resposta, pois façam o favor que eu cá a espero, a menos que seja como a que já espero há mais de um mês acerca do assunto que vou passar a transcrever.
Afinal, de que serve apregoar-se como se faz hoje em dia por tudo quanto é sítio, a existência de novas tecnologias por tudo quanto é departamentos municipais se não fazem delas o devido aproveitamento? Ou se o fazem, pelo que tenho vindo a verificar, não deve ser com o objectivo que levou à criação dessas infra-estruturas, senão vejamos; enviei um mail no dia 23 de Abril último para o vosso endereço “geral@cm-ourém.pt”, onde solicitava um esclarecimento sobre a aplicação das taxas relativas aos resíduos sólidos urbanos. Entretanto, tendo passado um mês sobre este envio sem que tenha recebido qualquer resposta, optei por fazer novo envio, desta feita a 23 de Maio. Até hoje a resposta foi “ZERO”. Perante isto, parece-me legítimo perguntar: Então para que serve o dito correio electrónico, se quem o ajuda a pagar, neste caso todos nós cidadãos portugueses como contribuintes, nem sequer lhe tira o devido proveito? Ou será porque o assunto em causa não tem esclarecimento possível? Ou será ainda porque o assunto é demasiado complexo e dá demasiado trabalho a formular uma resposta esclarecedora a um assunto que é tão delicado?
Penso que por mais simples que seja, qualquer pedido de esclarecimento tem direito a resposta. Será pedir muito? Parece-me que não mas quem sou eu para dar este parecer.
Continuando, e porque entendo que os cidadãos/munícipes têm o direito a ser esclarecidos não só acerca do que é bem feito e bonito e do que dá direito a votos mas também e principalmente sobre o que “CHEIRA MUITO MAL”, para não dizer que cheira a uma palavra muito feia, seria pedir muito que se fizesse um esclarecimento ainda que num simples folheto (que diga o que está a ser feito ou não) dirigido às populações que, à semelhança do que me acontece a mim que resido em Alvega, na freguesia de Atouguia, vêem-se obrigadas a suportar diariamente a imundice e o ambiente com cheiros nauseabundos que se vive por estes lados? Será que os impostos que todos pagamos só chegam para fazer enormes centros de negócios e grandes parques lineares cheios de escorregas e balancés e depois para pagar estes investimentos não chega para as infra-estruturas de saneamento básico e para os equipamentos para as escolas primárias? Sim, é que numa reunião que tive recentemente, no âmbito da comissão de pais da escola primária que a minha filha frequenta, aparentemente o custo de uma vedação é demasiado elevado mas querem que aceitemos isso como sendo uma situação normal e depois faz-se um parque linear com todos estes luxos. Afinal a educação não será uma prioridade? Não seria mais razoável dotar as escolas primárias com balancés e escorregas novos bem como outros equipamentos essenciais, antes de os pôr em locais como o parque linear? Não é que seja contra a existência do parque linear ou de outras infra-estruturas deste género, mas se chega para umas coisas tem de chegar para outras. Acho que é normal que se pense desta forma. Mas para já e em primeiro lugar, o que mais me preocupa é o incomportável mau cheiro que se vive à minha porta. Como é que querem fazer querer que tudo isto é normal quando existe uma conduta de esgotos feita há meia dúzia de anos que está vazia, e os esgotos correm a céu aberto numa ribeira que deveria ser só isso mesmo, uma ribeira.
Há um ano atrás tive necessidade de recorrer ao Sr. Vereador responsável pelas obras municipais porque acho que fui vítima da falta de vista (ou de vista desequilibrada) do Sr. Presidente da Junta da Atouguia quando pretendi levar e efeito a construção de um muro de vedação da propriedade onde resido. Nesta altura e muito sucintamente, o que o sr. Vereador me disse é que como cidadãos que somos, tínhamos que cumprir as regras existentes sobre a matéria em causa. Assim, e porque entendo que nestas coisas não pode haver dois pesos e duas medidas, parece-me bastante oportuno colocar a questão: “Então e neste caso da poluição, onde é que está a câmara a cumprir as regras conforme o sr. Vereador me disse que era a obrigação de todos nós? Será que neste particular assunto, como de resto penso que esse é um dos princípios fundamentais da vida em sociedade, não devem os exemplos partir de cima para baixo?
No início deste ano falei com a pessoa responsável por esta questão da poluição – Engª. Paula Couto – tendo-me sido dito por esta senhora no decorrer da conversa que tivemos, que, até Junho ou Julho deste ano, o problema estaria devidamente resolvido. De seguida falei também com o Sr. Vereador da câmara responsável por esta área – Sr. Armando Neto – tendo-me este elemento afirmado que, provavelmente ainda teria que suportar esta situação por mais um ano ou um ano e pouco. Pergunto eu, afinal é um ano ou são três ou quatro meses? Não seria de esperar que sobre o mesmo assunto todos os elementos intervenientes falassem da mesma forma? Afinal parece que nem todos têm a mesma ideia da forma como as coisas se resolvem. Não seria lógico que, independentemente das convicções pessoais e profissionais de cada um, pelo menos para a população em geral, as informações fossem coerentes e que se falasse a uma só voz, independentemente de quem esteja a falar?
Não me querendo alongar demasiado, termino por agora e que me perdoem a franqueza mas acho que a paciência tem limites e tudo o que é demais é exagero!!!
Conforme já referi no início desta minha exposição, caso entendam que mereço alguma resposta fico na expectativa do que tiverem por conveniente sobre este assunto.
Aproveito para lhes enviar algumas fotografias do que se vai por aqui passando, as quais apenas pecam por não transmitir o cheiro que aqui se vive, o que, a acontecer, certamente transmitiria uma imagem bastante fiel e real daquilo que é actualmente e no Séc. XXI uma simples Ribeira.

António Miguel Ferreira

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5 Comentários

Então ninguém comenta? Se calhar é por não envolver determinada pessoa....

a ser verdade que os serviços competentes da câmara municipal não deram qualquer resposta a António Ferreira, isso é uma omissão - se não é também desconsideração - inadmissível. porque ofende direitos de um munícipe. e porque uma parcela da constelação administrativa portuguesa, o município de ourém, se esquiva ao cumprimento de um dos mais elementares princípios que orienta a acção das entidades públicas. seja como for, as fotografias mostram o que é de mostrar. um dos perfumes de ourém em movimento. e que o silêncio, por mais conveniente que seja, não disfarça.

O amigo Miguel Ferreira que me perdoe, mas um Ribeiro em Alvega, mesmo com mau cheiro a incomodar 10 ou 15 pessoas não tem tanto peso de voto e de vistas largas como um Espelho de Água, um parque linear, uma sala luso-galaica ou uma piscina em caxarias.

Olhe que se por perto morasse alguem importante, isso já estava mais que resolvido...

De onde vem essa merda de que se fala neste tópico?

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