Câmara de Ourém deve 27.4 milhões de euros

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Segundo artigo no Jornal de Leiria:

O total da dívida a terceiros da Câmara de Ourém atingiu, em 2004, os 27.4 milhões de euros, o que representa um aumento de 27 por cento em relação a 2003. Uma situação que os deputados do PS na Assembleia Municipal consideram “muito preocupante” e que os levou a votar contra o relatório de contas do município, aprovado sexta-feira passada.
O presidente da edilidade reconhece que a autarquia tem de “recuperar o equilíbrio financeiro”, mas garante que “a situação está controlada”. Realçando os 19 milhões de euros de investimento directo da autarquia, David Catarino frisa que os resultados apresentados reflectem o grande volume de obras feitas em 2004, com a construção do parque linear, do novo mercado municipal e do estádio de Fátima, projectos para os quais houve disponibilidade de financiamento público, que era “necessário aproveitar”.

O documento com prestação de contas de 2004 pode ser acedido aqui (formato rar, 12M). Pode aceder ao relatório no mirror do Castelo (formato pdf, 14M).

“Investimos mais do que aquilo que tínhamos”, contrapõe Natália Santos (PS), preocupada com os cerca de dez milhões de euros que o município deve a fornecedores e com o aumento, em 20 dias, do prazo médio de pagamento da autarquia, que, em 2004, rondou os 109 dias. A deputada socialista adverte ainda para o facto do município ter atingido, no ano passado, quase 95 por cento da sua capacidade de endividamento. “Em 2004, os indicadores financeiros da autarquia pioraram, com excepção do prazo de cobrança a terceiros, que diminuiu 17 dias”, concluiu.
David Catarino classificou a análise de Natália Santos de “balelas, para justificar o voto contra” do PS. “Se são balelas, foram retiradas dos documentos apresentados”, respondeu a deputada, para quem o reequilíbrio das finanças da autarquia passa por “uma melhor gestão dos investimentos”.
Durante a Assembleia, foi aprovada a criação de uma empresa municipal, que irá gerir a requalificação urbana da área abrangida pelo Plano de Urbanização Papa João XXIII, em Fátima, com competências na área do licenciamento, autorização de operações urbanísticas e expropriação de bens.

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3 Comentários

Neste caso, infelizmente, a CMO não está sozinha. Ainda hoje ouvi que o número de câmaras impedidas de contrair novos empréstimos subiu para 45, sendo que entre estas estão as maiores do país (Lisboa, Porto, Loure, etc...). Gostava que alguém me explicasse o que isto significa na gestão camarária, ou melhor, o que é que implica em ano de eleições: o dinheiro para as obras tem de vir de algum lado. Será que isto não reforça o "poder" de quem tem dinheiro e influência (empreiteiros, promotores imobiliários, grandes empresas)?

No que à CMO diz respeito, temos um Presidente cuja contra-argumentação se resume à teoria da balela e temos mais uma empresa municipal... Nada de novo, portanto.

O que me faz confusão não é tanto o valor da dívida, mas o que a gerou.
quantos de nós vêem real utilidade no centro de negócios, estádio de fátima ou pavilhão do caneiro? as infraestruturas fazem falta, ninguem duvida, mas com conta, peso e medida.
e curiosa é a história dos ciclos de cinema. o vereador da cultura, grande responsável pela dinamização do concelho neste campo, a justificar a realização dos ciclos com a falta de oferta cultural. pá, não sei onde ele anda, mas é ele que gere a oferta cultural! tomar tem o teatro paraíso cheio mês após mês com concertos. leiria tem jazz. nós temos ágata. falta ver o que vem aí em ano de eleições...

Ao que isto chegou. Portugal está mesmo em crise. 27 milhões de Euros já não chegam para construir uma rotunda na Corredoura. A culpa é dos chineses.

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