Visão de conveniência

| 4 Comentários | No TrackBacks

Conforme nota estampada na última edição do Notícias de Ourém (n.º 3516, 25.Março.2005, p. 8), o gabinete de imprensa da Câmara Municipal de Ourém veio explicar que desempregos há muitos. É só fazer as contas. Conforme o freguês. Por isso, por cá, o desemprego tanto pode ser de 1,4% quanto de 3,1%. Até aqui tudo bem. O pior é que o dito gabinete se lembrou de embalar na onda de contestação ao estudo sobre o poder de compra concelhio, realizado pelo INE. Entendem as cabeças do dito gabinete, assim como outras, que, em relação ao caso de Ourém, tal estudo é afectado por um facto: "o hábito que os oureenses têm em comprar em Leiria". Em termos precisos, não se sabe o que tal significa. Ou seja, não se sabe que percentagem do rendimento dos oureenses é dispendida em Leiria. Seja como for, o argumento é peregrino. Para não dizer idiota. Porque omite ou desconsidera o fenómeno de Fátima. E dê lá por onde der - basta ler o tal estudo -, aposto dobrado contra singelo, em como o dinheiro dispendido por não oureenses em Fátima representa várias vezes o dinheiro dispendido por oureenses em Leiria. Como é que as cabeças do dito gabinete de imprensa, que são capazes de captar a subtileza relativa ao facto de a consideração das pessoas em serviço militar diminuir o valor da taxa de desemprego referente ao município de Ourém, não vêem o que entra pelos olhos dentro? Ou é incompetência. Ou é coisa pior.

No TrackBacks

TrackBack URL: http://mtng.marques.cx/mt-tb.cgi/582

4 Comentários

Concordo com o que o gabinete de imprensa diz sobre o poder de compra. Não conheco ninguém de Ourém que não tenha comprado um carro em leiria. Também não conheco ninguém que vá a Fátima (sair da A1, comprar velas, lanchar e voltar a entrar na A1) e peça recibo das suas despesas.
Uma coisa é a economia "paralela", onde não há recibos nem movimentos de caixa, como é o caso dos cafés, restaurantes, etc; outra é o caso das movimentações com recibo, como a que os oureenses costumam fazer em Leiria.
Pá, é mais um ponto de vista.

o nick "atum" do autor do comentário anterior diz tudo pá. atum...

O Sérgio tem razão. Fátima, como fenómeno turístico, deturpa muita 'estatística' feita no concelho de Ourém. Basta pensar na oferta hoteleira do concelho que a nível do distrito é a maior. Mas os hotéis estão todos em Fátima. Pois. É redutor estar a falar de turismo sem ter em conta o contexto regional, tal como reconheço que estudos do poder de compra concelhio não contemplam a mobilidade inerente à população que vive num concelho e trabalha noutro. Quem viva na Freixianda, se calhar tem tendência a ir para Tomar. Quem viva no Bairro, vai a Fátima. Quem viva no Cercal vai a Leiria. E por aí adiante. E Ourém, como cidade comercial, continua a ser um anão. E aí está outro tema interessante de conversa. Porquê? Falta de oferta ou pouca procura? Se vai tudo fazer compras a Leiria, algo vai mal por Ourém. Ninguém aproveita esta tremenda oportunidade?

São os estranhos casos do sistema, se as sondagens são favoráveis, tudo sõa rosas, se não inventam mil artimanhas para as desacreditar.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38