Porque tudo o que é sólido se dissolve no ar

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A imaginação é uma força que ninguém pode parar. Vai daí alguém imaginou instalar um museu do vinho no castelo de Ourém (vide Região de Leiria, n.º 3542, 4.Fevereiro.2005, p. 16). O motivo parece óbvio. É uma associação medieval, que vem do fundo do tempo. E que apenas o obscurantismo abstémio e republicano ainda não tinha permitido perceber. Provavelmente, enquanto "ideia bastante bem pensada", a ideia de instalar um museu do vinho lá em cima, no castelo, é uma consequência de antes se ter pensado uma estação de teleférico para o mesmo local. Sabe-se lá...

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Quem desdenha a excelente idéia de aliar um Castelo ao Vinho só pode desconhecer a história, e mais concretamente, a história de Ourém. D. Afonso Henriques não era parvo. Conquistou a forteleza mourisca Abdegas não apenas para derrotar os infiéis mas porque de Abdegas a Adegas basta tirar uma letra. Peões, cavalos e cavaleiros tinham sede. O museu será a melhor solução que permitirá preservar as garrafas de Palhete feitas no séc. XV e algumas pipas que sobreviveram ao terramoto de 1755, para não falar do que foi bebido pelas tropas de Napoleão nas invasões francesas. O teleférico pode, efectivamente, servir de transporte de retorno para os que se descuidarem com as provas e respectiva dosagem. A bem do civismo e segurança na estrada. A descida do Castelo depois da passagem pelo Museu do Vinho pode ser fatal.

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