O af que me perdoe por lhe roubar o destaque do artigo recentemente criado, mas tenho que referir o que foi publicado no Brisa Mínima:
Tive conhecimento que recentemente na freguesia de Urqueira em Ourém a larga maioria da população da Amieira se organizou afim de criar uma associação que dinamizasse a desactivada escola primária. Além de um espaço onde se pudessem encontrar alguns jornais, pretendia-se (pretende-se) criar uma pequena biblioteca e com formas de auto-financiamento(como seria a criação de um pequeno bar, sem ser de umbigoaobalcão, mas onde enquanto se tomava o café o digestivo fossem livros ou jornais) e recorrendo a apoios, investir em projectos que reverteriam para ampliar a oferta dessa mesma associação tais como projecções de filmes e documentários bem como aquisição de materiais para um pequeno espaço multimédia.
Entre estas actividades pretende-se criar sensibilidade para o ambiente e património que ainda resta, recolher material etnográfico que assentaria em encontros entre gerações onde simultâneamente ao registo, o convívio permitiria a valorização de quem transporta a informação criando uma dinâmica entre as várias faixas etárias e o natural bem estar do informador.
Aconteçe que neste momento existem enormes pressões de uma associação de caçadores pretendente deste mesmo local para se instalar, a efectivarem-se estas pressões a malta desta freguesia ficará com: Uma associação de caçadores, uma de futebol, uma de Kart-cross (que pretende outra desactivada escola para sede), uma de Pétanque(laranginha) et c'est tout.
Com este cenário de phallocracia rural, onde está efectivamente o espaço colectivo? é que como podeis imaginar nos locais mencionados não há espaço nem para a mulher, nem para a criança, nem para os jovens nem para ninguém que não jogue à bola, à pétanque, tenha um Kart ou goste de andar por aí aos tiros.
Mais, é rídiculo que numa aldeia o único edificio público esteja entregue a um grupo de caçadores (nem que a larga maioria da população o fosse, o que está longe de ser o caso).
Via Brisa Mínima.
Mas como é que se admite que, numa sociedade civilizada, ainda se ande, por divertimento, aos tiros aos pobres bichos, fazendo, por vezes, tremendas razias, tudo em nome da satisfação do ego?
E ainda se dão ao luxo de criar associações de matanças?
Pois é meus amigos. Eu tenho muito orgulho em ser natural de Ourém mas tenho pena (vergonha às vezes) da visão tacanha, da pequenez de ideias, da falta de imaginação e de acção que caracterizam muitas pessoas do meu concelho.
É bem verdade que estas associações nao trazem nada de novo - porque fazem muito pouco ou nada e o que é para um grupo (muito pequeno) de pessoas associadas. Que eu nao tenho nada contra. Agora acho que se deveria ir mais longe. O que faz a "Associação Cultural e Recreativa de Urqueira" pela cultura?
É claro que este espaço deveria ser aproveitado para a criação da tal Associação que trabalhe em prol da cultura (aquilo que é enunciado pela Brisa Maritima.
Se as lebres, coelhos e perizes, especialmante tivessem uma arma como os heróicos caçadores, estes portadores de armas de fogio, cagavam-se todos. Odeio-vos porcos caçadores.