Novo Intermarché: Câmara revoga licenciamento das obras em situação ilegal

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Recebemos por e-mail, um comunicado da Quercus sobre a revogação da licença de construção do novo Intermarché em Ourém. Reproduzimos aqui o seu conteúdo na íntegra e afirmo uma vez mais que sempre publicaremos diversa informação de qualquer partido, associação ou cidadão sobre este e outros temas de interesse local:

Após mais de 2 meses de execução de trabalhos de escavação e aterro dos solos em zona ameaçada pelas cheias e na faixa de protecção de domínio hídrico à Ribeira de Seiça, no limite do perímetro urbano da cidade de Ourém, em situação claramente ilegal, a Câmara Municipal, ainda que tardiamente, decidiu actuar para tentar regularizar a situação.
Conforme já tínhamos divulgado, estava a ser construída no local em causa, uma Unidade Comercial de Dimensão Relevante, do grupo Os Mosqueteiros (Intermarché), a qual se encontrava, em grande parte, prevista, em zona ameaçada pelas cheias e Reserva Agrícola Nacional, segundo o Plano Director Municipal de Ourém e também em Reserva Ecológica Nacional.

A Quercus Tinha Alertado Duas Vezes o Presidente da Câmara Municipal
Na edição de 24 de Setembro de 2004, do jornal Noticias de Ourém, o Sr. Presidente da Câmara de Ourém veio negar o facto de a construção estar em leito de cheia, apesar das condicionantes do PDM referirem o contrário, assim como o facto de existirem fotografias do terreno inundado pelas cheias.
Apesar de termos alertado a Câmara por diversas vezes e termos reunido com o seu Presidente duas vezes a sugerir a alteração do projecto, com vista à minimização do impacte ambiental e à reposição da legalidade e do ordenamento do território, tais tentativas foram frustradas, pelo que afirmámos que a continuar a execução das referidas obras, a Câmara não nos deixava outra alternativa, senão recorrer à via judicial, através da interposição de Providências Cautelares e Acção Popular no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria, situação que de facto veio a acontecer.

Agora a Câmara Municipal de Ourém Reconhece Razão à Contestação da Quercus
Apenas lamentamos ter sido a Acção no Tribunal, o facto que levou a Câmara Municipal de Ourém a reconhecer que aprovou indevidamente o projecto de arquitectura, através da deliberação de 5/7/2004, contra os pareceres dos técnicos da autarquia, assim como o facto de o Sr. Presidente da Câmara ter vindo a reconhecer o erro da falta de fundamentação dos seus despachos de 13/8/2004 e de 19/10/2004. Neste último caso, o erro foi reconhecido já após o assunto ter sido amplamente divulgado na imprensa e ter sido efectuado no mesmo dia em que deu entrada a Providência Cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria.

Quercus Exige Reposição da Situação Inicial
Apesar de a Quercus reconhecer a viabilidade de construção em parte do território em causa, e sem questionar a pertinência deste empreendimento, entendemos que esta intervenção deverá respeitar todas as condicionantes ambientais, de ordenamento do território e demais requisitos legais vigentes.
No entanto, alertamos para o facto de, por o Sr. Presidente da Câmara ter licenciado indevidamente a movimentação de terras e a contenção periférica, se ter criado uma situação de facto consumado, com escavação e aterros dos solos em local interdito – zona ameaçada pelas cheias, junto da Ribeira de Seiça. Neste sentido, deverá a Câmara intimar o proprietário/dono da obra a retirar o aterro e a repor a situação anterior à infracção. Só deste modo a situação poderá ser regularizada.

Ourém, 17 de Dezembro de 2004

A Direcção do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da
Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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3 Comentários

Acho que esse pessoal da Quercus faz muito bem em impedir qualquer coisa que se queira fazer neste fim do mundo (concelho de Ourém), devemos agradecer também a essas gentes o fantástico desenvolvimento do concelho de Ourém, mas vamos aguardar que Fátima seja elevada a concelho, talvez depois os politicos tenham noção do desenvolvimento (ou falta dele) no concelho de Ourém.

Mais uma vez faltava a "Censura". Era mesmo o Intermarché, em local de construção proibida, que nos iria demonstrar o fantástico desenvolvimento de Ourém. Nada como ver uma área de comércio cheia de pessoas para podermos dizer: Vejam o desenvolvimento de Ourém. (Como se costuma dizer...DDAAAAAHHHHH!)
Quanto a Fátima passar a concelho, meu caro, tive muita pena que assim não tivesse acontecido, pois deixava de ter uma carrada de chupistas agregados a Ourém que em nada contribuem, muito pelo contrário.

Ele há coisas que esse presidente da Câmara de Ourém aprova!!! Quer dizer: quando se trata de compadres, tudo é possível mas o pobre coitado que, por vezes, quer progredir não pode: ou porque o seu terreno está em zona agrícola, ou porque o seu terreno está em zona industrial, ou porque isto, ou porque aquilo... Oh, senhor Catarino, a prepotência tem limites!

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