Divagações!

| 23 Comentários | No TrackBacks
Pois é! O Luis tem dificuldade em coabitar com um Blog de gente nova e feito para um concelho que é Ourém, onde é importante realçar não só os factos relevantes das suas gentes , mas também a participação de alguns cidadãos, quer residentes, quer da diáspora Oureense, valorizando o que a Autarquia vai fazendo de bem ou denuciando o que está errado, cujo objectivo é recriar um concelho com novas ideias que possa acolher todos, crie riqueza e onde haja prazer em viver numa perspectiva de acolhimento a todos os vindouros. O Luis, de vez em quando, ultrapassando os horizontes de "O Castelo",aparece com laivos de quem naturalmente foi embebido pelo Maio de 1968 e de quem viveu alguns anos da sua vida num estado fascista e que foi libertado pelo 25 de Abril de 1974, graças às lutas então travadas por todos os que ambicionavam liberdade. Tudo certo! Porém no raiar do século XXI, se quisermos manter uma sociedade em democracia e em liberdade, temos que ter a coragem de deixar na gaveta algumas regras do "catecismo" que preencheram, no tempo, a ansiedade de liberdade e de vida associativa para vestir outras roupagens reformistas, mas vanguardistas que tragam aos mais jovens esperança de viver e de uma sociedade acolhedora, democrática, sem deixar de lado a oportunidade de igualdade para todos. No Luis, admiro a tenacidade com que vai fazendo valer o seu ideal de vida, apesar de "O Castelo" não ser o local exacto para o efeito, salvo melhor entendimento. Nos jovens vou apreendendo outras formas de pensamento, mais práticas do que dogmáticas, que irão preencher a sua vivência em sociedade, ao longo de uma grande parte deste Século. Tudo mais do que divagações, estou em crer!

No TrackBacks

TrackBack URL: http://mtng.marques.cx/mt-tb.cgi/457

23 Comentários

Caro af, eu acho que o Luís não tem dificuldade em coabitar com O Castelo, antes pelo contrário. Tem sido um persistente na participação deste blog para além do que produz no Ourém Blog. É certo que nem sempre concordamos e políticamente não me identifico com os seus ideais. No entanto, nas últimas discussões, tenho observado que estamos de acordo em muitos pontos. E isso é importante. No fundo, todos queremos uma Ourém diferente, uma Ourém de progresso, mas não achamos que esse progresso tenha que seguir um caminho único. Os consensos muitas vezes são perigosos e soam a falso. O consenso forçado gera uma ditadura de cinzentismo onde florescem os extremos. Eu sou de uma geração mais nova da do af e do Luís e de muitos outros que aqui participam. Por ser mais novo, nada me impede de concordar com a preservação de tradições e da memória de Ourém. É possível o progresso sem destruição. É possível muita coisa quando se tem vontade, motivação e competência. E para isso acontecer é preciso uma nova maneira de pensar e de agir, que inspire confiança mas que saiba fazer e sobretudo planear. Isso só será possível com gente nova, livre de esquemas políticos mas com os devidos pés no chão. Se isso alguma vez será realidade e se virá de Independentes ou da renovação de partidos não sei. É algo que me ultrapassa. Só sei que aqui tento promover essa discussão, com toda a gente que o queira fazer, venha de onde vier. Gosto de dizer aos outros o que penso, mas gosto de ouvir o que tem para me dizer. Foi para isso que este blog foi criado. Foi uma pequena maneira de eu tentar fazer algo. Para ano temos eleições autárquicas. Gostava que neste espaço se discutisse a sério o que se fez de melhor ou pior em Ourém mas sobretudo que se fale de questões importantes e não se descaia para a politiquice barata e demagogia pura. É uma oportunidade, a bem de Ourém e de todos nós.

Caro af,
estive eu e o pfig a aguentar isto durante uma semana em que parecia que todos tinham hibernado, com uma conversa que penso todos lucramos, em que manifestámos acordos e desacordos, e vem-me dizer que tenho dificuldades de coabitação só por dizer que simpatizo com uma sociedade um pouco mais à esquerda do que aquela que temos? Desculpe, a dificuldade não é minha.
Mas não lhe quero qualquer mal por isso.
Desejo-lhe um excelente 2005

Não viveremos ainda num concelho e num país com laivos do fascismo?
Onde os próprios partidos renegam os princípios que fundearam a sua própria constituição?
Estarão os valores da solidariedade, da fraternidade e da igualdade enterrados no século passado?
Estará o PSD dignificado com gente como Santana Lopes?
Estará o PS dignificado com gente como o Sócrates?
Estará o CDS dignificado com gente como o Portas?
É esta a nova geração de políticos? Sem princípios ou valores políticos, baseados apenas na cosmética momentânea de um acto eleitoral?
Não quererão as novas gerações gente digna, responsável e honesta no poder? Com ideias e projectos sérios?
Como se pode pensar que as novas gerações se sintam atraídas sequer a votar, quando a ideía que têm dos políticos actuais, nem sequer cabe na semântica utilizada neste blog?
O virtuosismo prático das novas gerações incide sobretudo na necessidade de renovação de toda a classe política, na melhoria das condições de vida, num decréscimo do desemprego e no aumento de soluções sérias que não ponham em risco o futuro dessas mesmas gerações.
Não é definitivamente isso que se passa, nem no país nem no concelho.
Talvez seja a erosão do tempo que amanse algumas vozes críticas do passado, e as faça hoje afirmar teorias que há uns anos atrás seriam impensáveis para essas mesmas vozes. Fico desapontado e desiludido que assim seja.
A memória de elefante tem destas coisas, permite não nos esquecermos do passado com a mesma leveza com que se veste outra camisa.

É evidente que o encontro de gerações pode e produz efectivamente projectos e ideias interessantes, viáveis e sérias, agora penso que não se pode renegar ou branquear um passado em prol de um futuro. É nessa charneira de encontro entre as duas que se encontram soluções e forças renovadas para construir um futuro melhor.
Assim seja em Ourém, que como dizia o pf à uns posts atrás parou hà cinquenta anos atrás.
No dia em que o PSD perca as eleições em Ourém, então podemos afirmar que o 25 de Abril de 1974 efectivamente aconteceu.
Não se esqueçam de quem são, donde vieram e para onde vão.

> Não viveremos ainda num concelho e num país com laivos do
> fascismo?

Não.

> Onde os próprios partidos renegam os princípios que
> fundearam a sua própria constituição?

Ainda bem que assim é. A realidade de hoje não é a mesma de há 30 anos.

> Estarão os valores da solidariedade, da fraternidade e da
> igualdade enterrados no século passado?

Não. Não têm é que obrigatoriamente passar pelo estado.

> Estará o PSD dignificado com gente como Santana Lopes?
> Estará o PS dignificado com gente como o Sócrates?
> Estará o CDS dignificado com gente como o Portas?

Não percebo como é que pessoas inteligentes metem no mesmo saco o balão com gel; o Salarzinho e José Sócrates. Para os mais distraídos, este último foi dirigente partidário; secretário de estado e ministro; tendo tomado decisões nos vários cargos que ocupou que foram aplaudidas e tidas como certas pela generalidade da população. Além disso tem posto na mesa várias ideias para além do patriotismo bacoco e do coitadinho de mim que caracterizam os outros dois.

> É esta a nova geração de políticos? Sem princípios ou valores
> políticos, baseados apenas na cosmética momentânea de um
> acto eleitoral?

A que tivemos nos últimos 4 anos, sim. Esperemos que isso mude em Fevereiro.

> Não quererão as novas gerações gente digna, responsável e
> honesta no poder? Com ideias e projectos sérios?

Não. As novas gerações querem dinheiro para gastar e pouco mais.

> Como se pode pensar que as novas gerações se sintam
> atraídas sequer a votar, quando a ideía que têm dos políticos
> actuais, nem sequer cabe na semântica utilizada neste blog?

Não são os políticos actuais. Portugal sempre teve políticos medíocres, não é de agora. Quanto à ideia que as novas gerações têm dos políticos, ela não existe, pura e simplesmente.

> O virtuosismo prático das novas gerações incide sobretudo na
> necessidade de renovação de toda a classe política, na
> melhoria das condições de vida, num decréscimo do
> desemprego e no aumento de soluções sérias que não
> ponham em risco o futuro dessas mesmas gerações.

E paz no mundo, e acabar com a fome, etc., etc. Pura e simplesmente não vai acontecer, em Portugal. E ninguém se importa muito com isso (vejam-se as hordes de bárbaros que aplaudiram o Euro 2004, algum se preocupou com o facto de ir pagar a factura nos próximos 30 anos?).

> Não é definitivamente isso que se passa, nem no país nem no
> concelho.

Completamente de acordo. Nem se vai passar.

> Talvez seja a erosão do tempo que amanse algumas vozes
> críticas do passado, e as faça hoje afirmar teorias que há uns
> anos atrás seriam impensáveis para essas mesmas vozes. Fico
> desapontado e desiludido que assim seja.

Chama-se evolução ou, em alguns casos (admito mesmo que a maioria), desilusão por tudo o que fizeram e disseram não ter levado a nada.

> A memória de elefante tem destas coisas, permite não nos
> esquecermos do passado com a mesma leveza com que se
> veste outra camisa.

Não nos podemos esquecer do passado, mas também não nos podemos agarrar a ele.

> É evidente que o encontro de gerações pode e produz
> efectivamente projectos e ideias interessantes, viáveis e
> sérias, agora penso que não se pode renegar ou branquear
> um passado em prol de um futuro. É nessa charneira de
> encontro entre as duas que se encontram soluções e forças
> renovadas para construir um futuro melhor.

Não necessariamente. Por vezes o melhor é fazer tábua rasa de tudo e começar de novo, para não acumular bagagem.

> Assim seja em Ourém, que como dizia o pf à uns posts atrás
> parou hà cinquenta anos atrás.
> No dia em que o PSD perca as eleições em Ourém, então
> podemos afirmar que o 25 de Abril de 1974 efectivamente
> aconteceu.

O facto de haver eleições para o PSD ganhar é de facto pouco para mostrar que o 25 de Abril passou por aqui. Infelizmente muitas pessoas julgam que vivem em democracia se as deixarem votar de 4 em 4 anos (veja-se a propagandeada 'democracia' afegã e a que aí vem, a iraquiana). Mas no fundo o 25 de Abril só 'passou' pelo país. Em nome de ideologias acabadas fizeram-se (ou deixaram de se fazer) coisas que já não é possível remediar. Ourém e os seus 50 anos de atraso são apenas um espelho do país.

> Não se esqueçam de quem são, donde vieram e para onde
> vão.

Principalmente para onde vão. Se puderem, para longe daqui.

Tantas certezas, saberá vssa exa que o sócrates é um candidato da direita transportado ao colo pelo pinto balsemão em organizações financeiras internacionais, juntamente com o que chama saco de gel. com a mesma leviandade que analisa os copy pastes só posso considerar este comentário como uma encíclia do absurdo.

Numa segunda leitura reparei que escrevi algumas coisas que têm que ser clarificadas:

>> Estarão os valores da solidariedade, da fraternidade e da
>> igualdade enterrados no século passado?

> Não. Não têm é que obrigatoriamente passar pelo estado.

O que quero dizer aqui é que a maior parte da dita sociedade civil clama aos sete ventos por estes valores, mas 99% não faz absolutamente nada, não se coibindo no entanto de atirar as responsabilidades de tudo o que de mau acontece para cima das costas largas do estado.

>> É esta a nova geração de políticos? Sem princípios ou valores
>> políticos, baseados apenas na cosmética momentânea de um
>> acto eleitoral?

> A que tivemos nos últimos 4 anos, sim. Esperemos que isso
> mude em Fevereiro.

O que quis dizer foi que, dependendo dos resultados das eleições em Fevereiro, esperemos que os políticos deste país percebam que os gentios que votam não são tão estúpidos como eles gostariam.

Continuando o assunto da política nacional, o que me preocupa nem é o Salazar das Feiras, mas sim o facto de 1 dos 2 maiores partidos portugueses, o PSD, estar entregue a Santana Lopes e sua comandita. Este é, a meu ver, o maior perigo na actual vida política portuguesa. Esperemos que seja sumariamente eliminado em Fevereiro e que o PSD se possa fazer dos estragos que lhe foram feitos nestes 6 meses, com as pessoas competentes que tem (e são muitas).

Não que isto faça diferença a nível local, nunca ouvi uma posição do PSD concelhio contrária à voz do dono. Desde que lhes dêem tachos...

Caro anónimo com o umbigo no balcão,

não é por repetir um comentário dez vezes que atira com os outros lá para baixo. Só tenho que ir ao interface de gestão desta coisa, clicar nas caixas respectivas e depois no botão 'apagar'. Desta vez deixei mesmo assim 1 cópia do seu comentário, o que não quer dizer que no futuro não as apague todas.

Bom, existem aqui algumas coisas que parece que terão de ser esclarecidas uma vez que fui eu quem escrevo o comment a que pf se refere.
Uma delas é em relação à solidariedade, fraternidade e igualdade, evidentemente que não cabe esse papel ao estado. Os visados da minha questão são os políticos, as pessoas que durante anos o proclamaram e afirmaram publicamente e hoje parece-me que os colocaram definitivamente na gaveta. Os valores pessoais/políticos não se alienam.Claro que podem evoluir, não tenho nada contra isso, mas o que rege essas pessoas na vida?uma vez que a política está em tudo?
Na forma de estar na vida, como nos relacionamos com os outros e com o mundo.Esta era e é a questão.
Em relação ao resto, mais logo voltarei aqui.

De acordo, a evolução não pode significar que se abandonem os princípios que sempre se defenderam e que em última análise são a base de uma vida pessoal e profissional, julgo que concordamos aqui. Então, como exercício, olhe-se para os líderes partidários existentes e veja-se quais deles defendem hoje o que sempre defenderam, em matéria de princípios. E os comunistas que me perdoem, mas não conto aqui o seu líder porque o comunismo no PCP tem mais de religião que de ideologia, ergo, não evolui, parou em 1917 (ainda há semanas ouvimos 'Viva o Marxismo-Leninismo!' num encontro nacional do PCP).

O meu estado de aquecimento mental e a saturação com o estado do país não me permitem acreditar que josé socrátes seja uma alternativa para o país, tal como evidentemente não acho que qualquer um dos restantes candidatos o sejam.
Penso que é necessário subverter, agitar as consciências e a cidadania que anda um pouco adormecida. Considero que é grave a actual conjunctura social, económica e política, os problemas acumulam-se atrás de problemas, as finanças andam bem lá no fundo, qualidade de vida, que qualidade de vida?
Sei que fazemos parte de um fenómeno internacional nada favorável, mas porque raio se insiste numa situação que não leva a lado nenhum?

Imaginemos que todos os dias chegamos a casa e a lâmpada de uma divisão está fundida, todos os dias olhamos para ela e pensamos, bem tenho de mudá-la, este gesto pouco reflectido repete-se semanas e meses a fio..porque raio não mudamos a lâmpada que não funciona? sabendo que temos de estar às escuras?

Acho que é um pouco isto que se passa no país. Toda a gente pensa, bem isto um dia há-de mudar..mas a realidade é que andamos neste processo há 30 anos. Qualquer dia a lâmpada está siderada e sem possibilidade de ser mudada.

Quando penso nisto, penso nas pessoas, nos micro cosmos não num estado ou num qualquer partido político, as mudanças são possíveis se cada um de nós se empenhar, seja de que forma, pode ser apenas um gesto diário que pode até nos parecer pouco significante, mas está lá é efectivo.

Podem dizer que somos um país de brandos costumes, claro que sim, a ditadura caiu quase de podre..Para que esperar? que raio de medo existe para se intervir?

Porque não muda o poder em Ourém por exemplo? Há anos que o PS luta por conquistar votos e virar o concelho, terá adoptado a melhor estratégia?
O que falhou?

Quantos mais embates serão precisos? Não será porque nos últimos anos os candidatos não inspiraram credibilidade e seriedade aos ourenses?

Acham que é mudando de fato que se conquista votos? Ou é sendo como se é, sem tretas e maquilhagens?

Os jogos de bastidores são verdadeiramente repugnantes e são eles que provocam asco na política partidária, nomeadamente no concelho de Ourém.

Fico um pouco indignado e triste por saber que algumas pessoas de valor comprovado e sérias serem afastadas das estruturas em nome do "aparelho", que raio tem o aparelho a ver com os cidadãos?
Quando o Manuel Alegre falou dos problemas nas concelhias bem sabia do que estava a falar, é essa a realidade, o jogo do poderzinho, como uma espécie de rebanho que tem de andar todo alinhado, quem assim não pensar é afastado.Utilizam-se pessoas, isso é grave.

Por isso acho que uma alternativa ao poder instituído em Ourém, seria uma unidade de força, que reunisse diversas pessoas válidas, coerentes, com valores, leia-se princípios político filosóficos, de diversos quadrantes, elas existem por ai.

Quando me refiro às pessoas menos aconselháveis do Partido Socialista, não me refiro a alguns históricos, nem a alguns amigos pessoais, mas a uma fauna que vê no poder político um trampolim para outros vôos, está-se bem a borrifar para o povo e para as suas necessidades.
Ela existe no PS, assim como existe no PSD em Ourém, embora assuma que a do segundo é bem mais numerosa do que no primeiro. E bem mais agitada, conforme o que tem acontecido nas assembleias municipais..

Não sou do PC nem de partido nenhum, isso agora dá-me uma liberdade para puder falar aquilo que penso e sinto em relação ao país e Ourém, agora que o PC chama as coisas pelos nomes chama, sem maquilhagens.

Caro bin_tex,

a meu ver as coisas não estão neste estado há 30 anos, mas sim desde sempre. A meu ver este país é ingovernável, sempre foi, não só por causa das elites políticas e culturais mas também pela atitude de apatia em geral.

Foi editada há poucos dias uma nova edição das Farpas do Eça de Queirós e do Ramalho Ortigão, e na página 16 encontra um parágrafo escrito há mais de 100 anos (e de certeza muitos outros noutras páginas) que podia ter sido escrito ontem. É simplesmente aterrador.

Julgo sinceramente que a solução para o país é acabar com ele (o pessoal das bandeirinhas à janela escusa de comentar porque nem me vou dar ao trabalho de os ler, quanto mais comentá-los) e tentarmos enquadrar as regiões que o formam nas regiões espanholas com traços comuns, economica e socialmente. E finalmente desfazer o erro e acabar com a ideia da treta que o outro teve há 900 anos só porque embirrou com a mãe.

Todos queremos uma mudança. Mas que mudança? Como? Com quem? Existem várias pessoas que poderiam liderar ou reunir consenso em seu redor, mas isso não bastava. Para uma câmara, não basta a figura do senhor presidente. Então e o resto da equipa? E quem seriam os vereadores, por exemplo? E em que partido? No concelho de Ourém, vota-se no PSD, seja qual for o candidato. Essa é que é a verdade. Defender uma candidatura independente é ser naif? Vamos ser realistas. Para ganhar eleições em Ourém é preciso um trabalho de fundo, de vários anos. É preciso ir a campo, às freguesias, às juntas, motivar, reunir e organizar pessoas. E como convencer o Sr. Silva em Caxarias, que votar no candidato Y é o melhor para ele? Como convencer uma população resistente à mudança? Os que desejam uma mudança serão uma minoria? Ou estou enganado? Ou existem muitas pessoas que desejam a mudança mas nunca encontraram alguém que lhes transmita confiança e acabam por votar nos mesmos para continuar a tratar da sua vidinha?

O Fred toca em vários pontos fundamentais da questão nomeadamente um que me parece bastante real"...Ou existem muitas pessoas que desejam a mudança mas nunca encontraram alguém que lhes transmita confiança..".
Como se resolve uma questão destas?

Evidente que não se trata só de um presidente de câmara mas de uma equipa. Foi desse sentido que aqui e no blog do LUIS (ourem.blogsopt.com) falei na "grande unidade" que reflectiria precisamente este ponto de um conjunto de pessoas crediveis, com projectos e uma nova visão sobre o concelho de Ourém, que encontrassem soluções viáveis para um melhor e mais concertado desenvolvimento do concelho a vários níveis, não importa só ter estradas e obras fisicas, importa também desenvolver áreas culturais, tecnológicas e académicas ( falo de um maior apoio à escola profissional por exemplo), não podemos criar pólos universitários em todo o lado, ou melhor podemos, temos é de resolver o problema de um ensino qualitativo e não só quantitativo.
É necessário serem criados um conjunto de medidas de integração social para os mais idosos, não se pode pensar em enfiar as pessoas em lares de idosos como se fossem corredores para a morte, as pessoas têm dignidade independentemente da sua situação económica, académica ou faixa etária.

Existem nesta área diversos programas europeus de financiamento que poderia ser utilizados de forma séria, no sentido de criar essas condições, isso pode passar pelo associativismo com um suporte da câmara e das próprias juntas de freguesia, por exemplo.

Penso de um dos problemas centrais é a falta de planeamento estratégico, pura e simplesmente não há! Se perguntarmos ao Presidente da Câmara quais os projectos e planos de desenvolvimento para os próximos 10 anos ou 20 anos dá-lhe um "tilt", obviamente nunca pensou nisso..Não se pode andar a governar um concelho em cima do joelho, é o que se passa há mais de vinte anos ou 30..

Por exemplo para quê ou com que estudos sérios é que a enorme mancha de betão invadiu a zona ribeirinha do mercado até ao cinema?

Concordo que devam existir estruturas condignas para receber eventos e onde sejam acolhidos também eventos da própria população, mas, aquele monstro que é o centro de negócios não poderia ter sido construído noutro local e de preferência projectado por um arquitecto decente, tipo daqueles que tiraram um curso de arquitectura a sério?

Existe efectivamente um grande desordenamento do território no concelho de Ourém, será altamente nefasto para as gerações vindouras e mais uma vez esta fauna não pensa nisso. Só se pensa no imediato e isso não leva a lado nenhum. Mas, voltando ao início da conversa, acredito existiram pessoas competentes e sérias que sejam uma efectiva alternativa ao poder instalado, vejo algumas inseridos num ou outro partido, mas penso que muitas delas nem sequer se encontram militantemente partidarizadas. E são essas em que deviamos apostar, gente sem esquemas, sem jogos de poder, sem cosmética eleitoralista.Não seriamos o primeiro concelho no país onde isso aconteceria.É preciso é haver vontade, espiríto críico e acima de tudo honestidade política e intelectual. A debater e a discutir construtivamente é que se encontra um caminho, o importante é por as pessoas a falar, a colocarem hipóteses, serem agitadas fazê-las pensar "epá olha que isto seria bom para mim, para os meus filhos ou netos, para o desenvolvimento do concelho.." se cada um pensar assim seremos muitos seremos alguém.

Abraço,

Em relação ao que falo o PF, por acaso não tenho presente onde isso está escrito, poderei mais tarde verificar, mas numa entrevista feita ao Zeca Afonso já nos anos oitenta, ele referia-se a essa apatia geral, dizendo mais ou menos isto, que o povo português se encontra de joelhos desde os descobrimentos, sem se levantar, e afirma que temos de ser gente.

Subscrevo essa constatação ou análise como lhe quisermos chamar, efectivamente temos de ser gente! Enquanto isso não acontecer o país será sempre ingovernável e sem destino nenhum..

Às vezes parecemos os ingleses, sempre com a história do colonialismo atravessada nas goelas, e isso leva a algum lado? A mim não, só anti-colonialista primário.Portanto é preciso é por as pessoas a funcionar como pessoas, como gente!

Que bela discussão!
E tal como o nome do "post" sugere, já se divagou um bocado: tentemos não perder o "norte".
Fala-se muito em caciques, tachos e afins... Como é que poderemos mudar isto? Será que os eleitores ainda acreditam em quem quer que seja?
Falando concretamente do concelho de Ourém, parece-me que há que procurar as razões (tal como o bin_tex apontou) para que a oposição (refiro-me concretamente ao PS) não consiga estimular o aumento dos seus votantes.
Acreditei que nas últimas autárquicas Paulo Fonseca conseguisse vencer. Talvez ajudado pelo "castigo" imposto pelos eleitores ao governo de António Guterres, ficou aquem das minhas expectativas pessoais. Hoje admito que é preciso algo mais: é preciso mostrar que existe um projecto, que existem ideias e ideais, que existe vontade de trabalhar e de mudar o estado de coisas.
Não é fácil, especialmente quando tem de se falar para um eleitorado que se contenta com o alcatrão à porta, que fica feliz se os fiscais fecharem os olhos ao muro ilegal, que não se importa que o vizinho tenha uma fossa a céu aberto desde que não o venham chatear pelas fogueiras que faz em Julho.
Há que educar, fazer um esforço e não facilitar. Cabe a cada um de nós cumprir a sua parte e nunca desistir, mesmo que a tarefa pareça inglória e impossível. Só assim posso acreditar num futuro melhor.

Outra coisa que me ocorre dizer agora. No artigo que originou esta discussão, falou-se na diáspora oureense e na urgente capacidade de recriar um concelho que acolha gente nova e novas idéias. Pois. Eu pertenço a essa diáspora, tal como todos os que aqui comentam este artigo. É um indicativo de algo não é? Falemos de factos, então. A maior parte de amigos de Ourém da minha geração 'migrou' para fora. Muitos optaram por ficar na terra mas trabalham noutro lado. A maior parte está fora. No entanto, (uns mais que outros, é verdade) continuam a vir a Ourém, de forma mais ou menos assídua e nunca perderam o contacto. Mas apesar do contacto frequente com Ourém, quantos de nós poderemos sentir de facto o que é viver por Ourém? Os problemas reais de quem vive por exemplo em sítios remotos do concelho como Espite e Freixianda? Que são completamente diferentes dos de Fátima ou Alburitel? Por outro lado, o facto de estarmos por vezes distanciados é uma vantagem para novas opções, para um novo discurso, se calhar, para um novo olhar de diversas coisas que não teríamos por ser fácil ficarmos viciados, e de vistas curtas. É que pensar em Ourém não é apenas uma questão local, será sempre uma questão regional. Cada vez mais. Por razões familiares e profissionais, vivo entre 3 cidades: Lisboa, Ourém e Leiria. E por muito tempo, tenho observado o seu desenvolvimento. Mas não quero aqui comparar Ourém a Leiria, nem sequer a Lisboa. Basta comparar com Fátima. Ou Torres Novas. Ourém parou. Ourém em muitos casos, regrediu. Apesar de um ou outro caso de sucesso a nível empresarial e turismo, Ourém não tem sabido libertar-se do síndroma que é ser o concelho de Fátima. Ourém continuará a ser absorvida por Fátima, pouco a pouco. Depois, existe a cidade, que para mim continua a ser uma Vila, atravessada por uma avenida que serve de ponto de passagem. Ourém não é uma sede de concelho como deveria ser. Agora, como resolver o problema de Fátima? A princípio eu era contra o concelho de Fátima. Mas mudei de opinião. Por Fátima ser especial, porque não ter a sua especificidade? Porque não ser um concelho? Assim evitam-se coisas caricatas como uma Estação de Fátima em Vale dos Ovos ou um Fátima Golf Club em Caxarias. Se é assim, mudem o nome do castelo para Castelo de Fátima. De certeza que irá atrair mais turistas pelo 'branding' e só está a 12 km da placa Fátima da A1!! É logo ali ao lado. Por falar na cidade, tenho reparado que a autarquia tem procurado continuar os projectos junto à zona ribeirinha, novo mercado, requalificação de equipamento com zonas de lazer. Ainda bem que assim é. Mas espero que as obras um dia acabem e que não sejam promessas concluidas à pressa e de fachada para ganhar eleições. Porque a cidade merece. Por um ou outro lado vemos obras, aqui e ali, mas não existe um projecto coordenado de crescimento no concelho. Mas Ourém não é uma cidade organizada, ordenada. Ourém é um caos urbanístico. Os erros do passado foram desculpados pela falta de PDM. Hoje, os mesmos que conseguiram e mobilizaram a aprovação do PDM são os primeiros a não o respeitarem, como se viu com a polémica em torno do novo Intermarché. E o que acontece é que o que se vai fazendo é obra dos lobbies de cada freguesia, de quem tem mais influência junto da câmara sem contar com o factor Fátima. Depois, a população acostumou-se. O preço da água aumentou? É normal. Que taxas são estas na minha factura de água? Nada de grave, é o preço do progresso. Faltou água em minha casa? Foi só por uma manhã, além disso eles vão descontar o que não consumi na factura não vão? A construção do novo Intermaché viola o PDM, REN e RAN? E depois? Vão ser criados novos acessos por ali, 50 postos de trabalho, urbanização nova, habitação e se calhar também vem o Modelo atrás. É o progresso. Não se consegue circular em Ourém nas horas de ponta e às Quintas-Feiras? E depois? Toda a gente sabe que o dia de feira em Ourém sempre foi complicado, além disso é só uma questão temporária, para o ano as coisas vão melhorar, de certeza! Os caixotes do lixo em Ourém não são lavados? A culpa não é da câmara mas sim da empresa que recolhe o lixo! Não existem árvores no novo centro histórico de Ourém? Toda a gente sabe que árvores a mais só geram problemas. Porque é que em Alburitel existem mais semáforos do que num cruzamento importante de Pinhel, porta de entrada para quem vem de Fátima ou Leiria e não o contrário? É normal, então ali em Alburitel mora mais gente e em Pinhel só existe aquele cruzamento onde fazem uns jantares pré-eleitorais do PS. E assim se poderia continuar. Por falar em PS, gostava de ouvir o que tem a propor para candidato para as eleições em Ourém. Que idéias? Que estratégia? E o resto da oposição? Que oposição? Porque é tão difícil saber o que pensa ou faz a oposição? É por falta de canais de comunicação? É por falta de idéias ou acção? Ou as duas coisas? Porque é que foi a Quercus, uma associação ambiental, a fazer a única oposição de vulto ao poder local no ano passado? O Pedro também aqui disse uma verdade. As pessoas tem a mania de pensar que tudo depende da câmara. É como a história do Estado. Apesar de termos um Estado, câmaras e finanças locais falidas, muitos são aqueles que insistem no choradinho do Estado protector, do Estado empregador e a nível local, da câmara que resolve todos os problemas. Pobre país o nosso que não reconhece a falência do Estado. A falência das finanças públicas é a falência do Estado. E por o Estado ser demasiado Portugal é por isso que este país faliu. Ou região da Península Ibérica. Ou o que quizerem. Esta diáspora, que saiu, que foi para fora continuar a sua vida está-se nas tintas para a Ourém política ou para o seu desenvolvimento. É por isso que os que cá ficaram, tiveram que se amanhar com o que aparece. E sabem com o que contam dos políticos. Para eles, são mais um meio de resolver os seus problemas. Acima de todas as outras prioridades *gerais*. Enquanto for assim, nada se vai alterar. Tal como uma nova lei de financiamento dos partidos políticos e outras reformas necessárias. O bin_tex aqui falou na 'culturalização' das massas, filosofias e tal. Por favor, afasta a filosofia da política. A política para mim é tudo menos filosofia.

Como podes afastar os principios político-filosóficos que regem a tua vida diariamente?

Podes chamar-lhe o que quiseres, mas, que ela está lá está.

Ou então explica o que para ti é política.

Abraço,

Bin

Eu não preciso de filosofia nem de princípios 'político-filosóficos' para me reger na minha vida nem para me orientar éticamente. Política para mim é a constante luta pelos interesses em conflito na nossa sociedade. Uns procuram o bem-comum, outros procuram o seu próprio bem-estar. A política deverá ser um meio e não um fim. Mais importante do que isso é a preservação da Liberdade Individual, que só poderá ser garantida por um Estado de Direito.

a política e a filosofia andam de mãos dadas, sempre andaram e continuarão a andar. quem anda a dizer o contrário a ver se cola são os neo-cons, visto não terem herança ideológica que se veja e não quererem perder tempo a ler umas coisas meio chatas..

mas sobre os neo-cons dava para escrever vários blogs :)

de resto, um excelente comentário, fred.

Caro Fred,
esta do Castelo de Fátima não me agrada nada.
O Castelo é nosso há séculos, não tem nada que mudar de designação em função dos interesses de crescimento (que nem desenvolvimento é) de um local nascido e mantido por algo que nem provado está...
Nem a brincar ou por absurdo diga isso. Olhe que eles pegam-lhe na ideia.
Vocês, jovens, sejam provocadores, tragam novas ideias, mas não tanto. Respeitem o nosso secular passado.
Lembrem-se: não há oureense que se preze que consiga estar longe do seu Castelo por um longo período e, se possível, terá uma janela para sempre o poder contemplar.

Luís, sobre isso eu estava a brincar, óbviaamente! Mas o mais preocupante é que muita gente a poderia levar a sério. Isso é que é preocupante. É mais uma prova da 'fatimização' de Ourém.

pfig. agradeço-lhe ter deixado um comentário (não foi minha intenção largar tantos, o touch screen é que me enganou), sobre o anonimato (Caro anónimo com o umbigo no balcão...)
para mim o que conta é o conteúdo não ando aqui nem para me promover, nem para denegrir ninguém.

Actividade

Comentários Recentes

Mais Comentados

Arquivos

Flickr

Flickriver
Powered by Movable Type 4.38