70.000 Euros

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Na edição nº 361 do Notícias de Fátima, páginas 6 e 7, volta-se a repetir a novela das migalhas do bolo do PIDDAC. 70.000 Euros foi o que calhou ao concelho de Ourém para 2005. PS acusa o PSD de querer tornar o concelho mais light, PSD defende-se a dizer que nos anos de governo Guterrista, as verbas foram zero. PS contrapõe e diz que afinal a verba nessa altura era 10x superior. Em 2002, o PSD local queixou-se ao governo de Durão Barroso que os 562.000 Euros eram insuficientes. Agora pergunto, 70.000 Euros, é o que Ourém ganhou do Governo em 2005 por continuar a ser um bastião do PSD no distrito de Santarém nas últimas duas décadas? Como é que se explica que outras câmaras do distrito de Santarém quem nem são da mesma cor do Governo tenham verbas muito acima (Abrantes, PS, 1,2 milhões; Alcanena, Independente, 4,5 milhões; Almeirim, PS, 3 milhões; Torres Novas, PS, 295.000 Euros) das migalhas que Ourém recebeu este ano? É por falta de amigos no Governo ou é mesmo falta de planeamento? Quanto ao arranque do IC9, espero que David Catarino esteja certo ao dizer que os investimentos mais 'visíveis' irão ser apresentados em 2005. É que segundo palavras proferidas pelo Secretário de Estado-adjunto das Obras Públicas em Setembro deste ano:

“Tomámos hoje a decisão de incluir no PIDDAC para 2005 o troço do IC 9 entre Alburitel e Carregueiros”, referiu no discurso oficial Jorge Costa, adiantando que o projecto de execução dos 8,5 quilómetros já está concluído e que a obra deverá arrancar no próximo ano.

No entanto, se olharmos para o PIDDAC de 2005, Tomar obteve 10 milhões de Euros (onde 6,5 milhões serão gastos com o arranque do IC9) e Ourém 70.000. Ou eu não li bem ou então de Alburitel a Carregueiros o IC9 ainda é uma miragem para o PIDDAC de 2006. É a sina dos oureenses, comer e calar.

Toda esta informação não me foi dada por determinado partido, grupo ou individuo. Ela está por aí, basta ler os jornais, arquivar, pesquisar pelos documentos e reflectir. Qualquer um pode fazer isso:

PIDDAC 2005 - Fonte: Ministério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional.
Eleições Autárquicas - 2001 - Fonte: Ministério da Justiça.
16,5 km de IC9 - Fonte: O Castelo

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2 Comentários

Fred,
neste artigo você chega quase à razão que eu considero principal independentemente do partido de governo: não há dinheiro no PIDDAC, porque não há projectos que o justifiquem.
Mesmo os que há têm mais a ver com obras de fachada do que com a capacidade de trabalho do povo de Ourém. Veja-se a estragação que eles fizeram na Praça frente ao Central, mantendo os problemos com o saneamento.
Deste modo, até é melhor que não haja verbas lá inscritas: estragam menos.

Caro Luis, permita-me discordar num ponto. Existem projectos que poderiam estar inscritos no PIDDAC e que Ourém bem precisa. Por exemplo, uma nova sede da PSP (Justiça/Administração Interna, competência do Governo Central). Por exemplo, uma variante à Av. D. Nuno Álvares Pereira que interligue à futura IC9 (acessos com âmbito regional, competência do Governo Central). Muitos mais exemplos existirão. Também sou contra o discurso da esmola que ocorre todos os anos com o anúncio do PIDDAC. Mas o que fazem as autarquias em resposta aos cortes no dinheiro do Governo? Individam-se. E pelas piores razões. No mesmo jornal, o Notícias de Fátima, anuncia-se o novo Estádio Municipal de Fátima. A câmara considera entregar a gestão à Verourém. Depois temos Campos de Golfe e Aeródromo de Fátima em parcerias dúbias. É curioso depois ler que muitas associações dizem que o Estádio de Fátima não vai resolver o problema da formação dos miudos, já que precisavam de um campo de apoio. Não vai de certeza ajudar a Juventude Oureense e os que praticam hóquei ou outras modalidades. Quanto é que Ourém ganharia pela redução de despesas da câmara? Quanto é que Ourém ganharia pela extinção de empresas camarárias parasitas como a Verourém? Quanto é que Ourém ganharia acabando o contrato de exploração de água da CGE? Quanto é que Ourém ganharia com uma nova política de subsídios às colectividades, baseada em resultados concretos? Se calhar, havia mais dinheiro para gastar e menos individamento da autarquia. As pessoas esquecem-se que a autarquia e o seu endividamento, hipoteca o futuro do concelho e de todos nós.

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