Segundo notícia do Jornal de Leiria:
Um padre norte-americano construiu uma piscina a escassos metros do Castelo de Ourém, apesar de não ter qualquer licença da autarquia para o efeito. A obra foi embargada, mas as intervenções no local prosseguem à revelia da Câmara e do Ippar (Instituto Português do Património Arquitectónico), que já tem conhecimento da situação.
David Catarino, presidente da Câmara, confirma que emitiu um despacho a embargar as obras, por serem ilegais, já que estão a ser efectuadas sem licença da autarquia e do Ippar. É uma zona histórica, junto a um monumento classificado. Nem sequer a Câmara pode licenciar sem ouvir o Ippar, esclarece. Tendo em conta que o embargo foi ignorado, o autarca refere que o proprietário será notificado para repor a situação ou, em alternativa, apresentar um projecto que possa ser submetido à apreciação do Ippar.
Guilbert Mariani, padre norte-americano que está a financiar as obra, tem contudo uma posição diferente. Embora não esconda que a intenção é usar o tanque também como piscina, diz que foi pensado para funcionar como um reservatório de água, que poderá ser utilizado em caso de incêndio ou quando faltar a água.
Segundo Guilbert Mariani, a obra não tem licença porque se trata de uma intervenção que não tem um carácter definitivo. O padre confirma, porém, que os técnicos da Câmara lhe disseram que não podia prosseguir os trabalhos, apesar de na terça-feira ainda se encontrarem três indivíduos a trabalhar no local.
O padre não vê qualquer inconveniente em construir uma piscina junto a um monumento datado do século XV, até porque, justifica, esse precedente foi aberto pelas Pousadas de Portugal. Por outro lado, considera que o tanque, juntamente com as árvores e flores que estão a ser plantados no terreno, só contribuem para embelezar a zona. Nesse sentido, diz que pretende celebrar missas no local, assim como concertos de música. Disponibiliza ainda o espaço para a Câmara realizar eventos.
