Vaidade

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De acordo com a última edição do Jornal de Leiria (n.º 1041, 24.Junho.2004, p. ), três escolas privadas de Fátima - o Centro de Estudos de Fátima, o Colégio de S. Miguel e o Colégio do Sagrado Coração de Maria - foram informadas pelo Governo de ser sua intenção reduzir o número de turmas em relação às quais comparticipa custos. Por razões orçamentais, parece que o Governo considera que estudar em tais escolas é vaidade.

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10 Comentários

Ó Sérgio Faria,
Os pecados (mortais... porque há outros, menores) não são 7? A insónia não deu para mais?
Bom trabalho. Obrigado.
Mas esta nota sobre a vaidade merece reflexão: até onde o ensino privado deve ser custeado por um Estado que não assume a sua obrigação de cumprir o direito constitucional à educação gratuita e universal?
Abraços
Sérgio R.

Ó mestre Ribeiro!, a demora do sétimo pecado não foi por esquecimento... ou preguiça. Foi por excesso de tópico. E por sossego.

a minha costela liberal não me deixa ficar de fora: abaixo já aos apoios às escolas, sim ao subsídio directo aos pais, para porem os filhos a estudarem onde quiserem. a meu ver isto incentivaria os establecimentos de ensino a competirem de forma a cativarem mais alunos (clientes, se quiserem). ganham as pessoas em liberdade de escolha e melhor educação para os seus filhos (devido à 'concorrência' acima referida) e ganha o país, que fica com melhores escolas. sugestão de leitura: the voice of liberal learning, michael oakeshott.

Desculpa lá, ó Pedro!, mas o Oakeshott é (muito) mais conservador do que liberal. E o argumento nesse livro, do que me recordo, suporta-se, mesmo que apenas implicitamente, na experiência das escolas de excelência britânicas e norte-americanas. E esquece o dark side. As escolas do gueto. As escolas da desgraça. Que são mais, muito mais, do que as outras.
Para além disso, no caso português há a considerar o problema da liberalidade. É que o financiamento a grande parte das escolas privadas (de ensino não superior ou politécnico) é sobretudo ou significativamente público. Não é a sociedade civil (e menos ainda o mercado) que as suporta. É o Estado. E isso, por todas as costelas liberais que me suportam o espaldar, inquieta-me. E tende a afastar-me de Oakeshott. E, por nas sociedades contemporâneas a escolarização ser também uma questão de justiça, a aproximar-me de John Rawls. E, mesmo que pareça pouco coerente, de Michael Walzer.

Eu vi essa notícia no Jornal de Leiria. Só sei que alguma coisa está errada na argumentação dos Colégios, quando dizem que a redução de duas turmas do 5.º ano vai sobrecarregar a única escola Secundária do Concelho. É que o 5.º ano não é ensino Secundário e há no Concelho 3 escolas publicas com 5.º ano e, pelo que sei, só uma delas tem problemas de espaço. Também não acredito que a Loureira produza assim 2 turmas de 5.º ano, para se insistir no argumento da proximidade. Os argumentos apresentados no jornal parecem-me tapar o sol com a peneira. A outra parte do problema é que Fátima deveria mesmo ter uma escola pública até ao 9.º ano.

Estive a ler o artigo do Jornal de Leiria cuidadosamente.
Algo me escapa.....Como é possível um Director Pedagógico afirmar que só há três escolas públicas no concelho....Será que Caxarias,Freixianda e Ourém mudaram de concelho? Quais terão sido? Será que Fátima já é concelho e tem uma escola pública e eu ignoro?
Ainda outra coisa que me escapa....Os Colégios de Fátima, não têm fins lucrativos, isso é discutível e muito.....mas tiveram subsídios que lhes permitem ter as instalações que têm, ginásios, piscinas, etc. Em Ourém(sede de concelho) foi "sugerido" às duas escolas públicas que cobrem aos alunos, no início do próximo ano lectivo, uma verba para terem aulas de Educação Física nas piscinas Municipais!!!!Aulas, não actividades extra curriculares!!!
Mais não digo, mas muito mais havia para dizer.....

sérgio, o oakeshott tem, neste caso (da educação), uma postura muito mais liberal que conservadora, na minha opinião, pela simples razão que não defende o status quo.
quanto às margens, não entram nesta equação pq são (99%?) escolas públicas, debaixo da alçada do estado. o que me indigna são os subsídios a escolas privadas, que sobrevivem à conta dos meus impostos e não prestam contas a ninguém. daí a minha defesa do subsídio aos pais e não às escolas.

Vaidade? Em muitos casos, com conhecimento pessoal, foi. Noutros foi apenas o critério da qualidade. Normalmente a gestão privada superioriza-se à pública. Quanto à obrigatoriedade de o Estado fornecer ensino gratuíto a todos, caro Sérgio Ribeiro, bem... isso dava para escrever uma enciclopédia...

Meu Caro Miguel Mangas
Pois vamos à Enciclopédia...
Entretanto, contentemo-nos com a Constituição (a da República Portuguesa, que é a única que nos rege... por enquanto).
E regalo-me com estes comentários todos. Como gostava que a vida fosse assim, uma troca livre e respeitosa de ideias e de ideais!

As escolas privadas não devem receber subsídios do Estado. O Estado (que somos todos nós) deve sim agarrar nesse dinheiro que iria para as escolas privadas e aplicá-lo no ensino público. Mas eu disse, investir num ensino público a que todos tenham direito, não disse torrar em métodos de ensino obsoletos, programas desajustados, excessivo facilitismo, más instalações, má colocação de professores, etc, etc. Por uma questão de justiça. Subsídio directo aos pais? Basta de subsídios! Se o Estado não consegue cobrar impostos e nem a gastar o que gasta na Educação não consegue mínimos de qualidade, baixem mas é os impostos, aliviem as famílias para poderem escolher e depois pagar uma educação privada se assim o quiserem.

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