Junta pagou arranjo de carro a tesoureiro

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Relativamente a este assunto reportado aqui a 25 de Maio, segundo notícia do Região de Leiria, edição de 28 de Maio de 2004:

O anterior executivo da Junta de Freguesia de Fátima pagou o seguro e o arranjo do carro do tesoureiro. As ordens de pagamento, que totalizam 1.405 euros (377,15 euros de seguro e 1.028,29 euros de arranjo da viatura), foram assinadas pelo presidente da Junta de Freguesia à data, Júlio Silva, e têm, respectivamente, as datas de 6 de Março e 3 de Maio do ano 2001, isto, é, seis meses antes das eleições autárquicas.

Carlos Órfão, que no anterior mandato ocupava o cargo de tesoureiro, confirmou aqueles pagamentos terça-feira à noite, em reunião do executivo da Junta, onde esteve para prestar esclarecimentos.

“Assumo plenamente que a equipa da Junta de Freguesia pagou as respectivas facturas”, afirmou Carlos Órfão, lembrando que foi entendimento do executivo - dado a Junta não possuir viatura própria - que esta era uma forma de “compensar algumas despesas que fiz ao longo de quatro anos na minha viatura”.

“Se é legal ou ilegal isso eu não sei explicar”, comentou o ex-tesoureiro que sublinhou “não ter havido qualquer intenção do anterior executivo de ocultar qualquer informação”.

Carlos Órfão acusou ainda este executivo de não prestar esclarecimentos à Assembleia de Freguesia, situação que tem permitido o levantamento de suspeitas sobre pessoas que integraram a junta. “Deviam ter pedido uma inspecção”, frisou o antigo tesoureiro que no final disse ter conhecimento de situações de “delapidação do património da Junta”, para acrescentar depois que não era “polícia”.

Problemas. Este e outros casos têm sido alvo de sucessivas suspeições desde que, em Abril de 2002, a actual Assembleia de Freguesia de Fátima se recusou a votar favoravelmente a conta de gerência do ano anterior. Apesar de o executivo da Junta o ter feito. Na fundamentação da rejeição, a Assembleia de Freguesia sustentou que havia partição de empreitadas, uma situação que levou a que “todas as obras fossem adjudicadas por ajuste directo às mesmas empresas”, o que denotou “amiguismo e compadrio”. Mas há mais: a assembleia vetou as contas porque foram vendidos pela Junta terrenos no valor de 28 mil contos, mas nas actas apenas estão especificadas vendas no valor de 24 mil contos.

A tudo isto acresce ainda o facto de o Tribunal de Contas ter solicitado à Junta de Freguesia de Fátima “esclarecimentos e documentos” relativamente às gerências de 2001 e 2002. Esses elementos, confirma o Tribunal de Contas, já foram enviados pela Junta de Freguesia de Fátima e, neste momento, encontram-se em análise.

IGAT chamada. Júlio Silva, anterior presidente da Junta, esteve incontactável até quarta-feira.

Já Manuel Graça, actual presidente da Junta, confirmou naquele dia ao REGIÃO DE LEIRIA que a autarquia se prepara para pedir uma auditoria à Inspecção-Geral da Administração do Território. “No seguimento da proposta do ex-tesoureiro, vamos pedir uma auditoria para acabar de vez com todas as suspeições”, disse.

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