Uma folha de liberdade

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Chegou-me hoje a última edição do Ourém e seu Concelho (n.º 769, 31.Março.2004), que muitos conhecem como o jornal do Melo. Numa pequena nota na primeira página, no canto inferior esquerdo – o lugar onde quinzenalmente é experimentado um exercício de afiada ironia, muitas vezes conseguida através de um jogo inteligente de implícitos que a maior parte das pessoas reconhece sem dificuldade –, é feita uma chamada de atenção para o fenómeno dos blogs em Ourém. Que, dizendo pouco, diz muito. O Ourém e seu Concelho é um projecto editorial sui generis. Alimenta-se sobretudo da opinião dos seus colaboradores – uns mais regulares e frequentes, outros mais irregulares e intermintentes; uns mais virados para ali, outros mais virados para acolá – e é essa abertura ao pluralismo de tendêndias e estilos uma das suas mais importantes características. Entre nós, os daqui, o Ourém e seu Concelho é o jornal da diferença, o lugar da diferença livre, no qual diversas vozes encontram cobertura e abrigo, primeiro, e difusão alargada, depois. Devido à liberdade em que assenta e que transmite, o Ourém e seu Concelho é, por cá, o jornal que mais incomoda os acomodados, que mais inquieta os quietos, que mais perturba quem não quer ser perturbado. É por isso que, para mim, o Ourém e seu Concelho não é um pasquim ou sequer um “pasquim”, um pasquim entre aspas. É um jornal. Ou melhor, um dos nossos jornais.

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2 Comentários

Sem favores! Com "Ourém e o seu Concelho" muito de Abril tem sido feito neste Concelho. É um cantinho plural. Quem sai aos seus não degenera. E o Rui Melo sabe muito bem perpetuar o seu Pai, José Melo, que se estivesse ainda, no meio de nós, já andava preocupado com a aqusição dos foguetes para a noite do 25 de Abril. Durante muito tempo essa iniciativa pertenceu aos populares...Fazia-se "uma vaquinha" e lá apareciam os foguetes.

Não sabeis por certo, o quanto me agradas com os teus pensamentos. Não sei porém se estais acomodado e simplesmente incomodado com a tamanha irritação que te criam. Sei porém que hoje, como dantes, te mostras distante e cauteloso. Diria mesmo baralhado. Julgo que saberás que estás na moda sem ser moderno, que te julgas intelectual (de esquerda como convém), e que pensas que não será possivel haver outros intelectuais com linhas de pensamento divergente.
Sabeis fazer reparos, sem te aperceberes que reparam em ti. E reparam em ti. De consciência plena, vais construindo o teu mundo opositor, trilhando sempre caminhos de vanguarda. não serás por certo muito crente, pois a tua religião não tu permite, mas vais fazendo crer que estás certo e que os "outros" estão errados. Nada mais errando. Queres que os teus conceitos sejam sempre considerados como os da liberdade, da democracia e da justiça. É justo. Será também justo que haja mais alguém que pense o contrário.

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