Fátima, que aeroporto?

Apenas algumas notas, que já não são novas e há muito foram forum dos oureenses.
O debate, ao tempo, situava-se entre a base áerea de Tancos e a base de Monte Real, e qual seria, em termos de turismo religioso, a que melhor serviria o Santuário de Fátima. Nunca se chegou a conclusões, até porque as estradas existentes eram outras. Cada um defendeu a sua dama, conforme se posicionasse mais para Leiria ou mais para o distrito de Santarém. Hoje, há uma tomada de posição clara e oficial: o nosso município decidiu Leiria. Estou à vontade porque essa foi também a minha posição.
O turismo religioso tem um ciclo de cerca de seis meses, pelo que Fátima não pode revindicar a construção de um aeoporto; é economicamente inviável. Justifica-se, porém, a existência de uma gare geograficamente próxima, que, na época de maior afluência de visitantes, possa receber vôos charters a partir de qualquer ponto do mundo, visando uma poupança de tempo aos peregrinos.
Com a construção da A23, Tancos ficou a cerca de 25 minutos de Fátima. Tancos, sob o ponto de vista estratégico-militar, perdeu importância, a não ser pelo facto de possuir um campo de formação para forças especiais, que se situa fora da Base, no antigo Quartel dos Paraquedistas. Por outro lado, a Base de Monte Real, pela sua localização geográfica, tem maior importância sob o ponto de vista do patrulhamento da orla marítima e parece que até já possui uma esquadrilha permanente de aviões para as missões necessárias, de patrulhamento da costa ou outras.
Logo, sem qualquer tipo de bairrismos, e salvo melhor opinião, sou pela abertura civil da Base de Tancos ao serviço do turismo religioso de Fátima, até por se tratar da alternativa com menores custos e que mais facilmente se põe em prática.
Fátima e todo o fenómeno da sua envolvência pouco tem a ver com o mar, mas muito com a serra. A opção por Tancos permite, além do mais, o contacto com a beleza da Serra d'Aire, convidando, ela própria, à espiritualidade.